21 de fev. de 2009

RECIFE TOTALMENTE DOMINADO PELO GALO SOBERNO
Histórias quase verídicas do Galo

Foto: Marcelo/FUNDARPE

Hino do Galo da Madrugada
Composição: José Mário Chaves

Ei pessoal, vem moçada
Carnaval começa no Galo da Madrugada (BIS)

A manhã já vem surgindo,
O sol clareia a cidade com seus raios de cristal E o Galo da madrugada, já está na rua, saldando o Carnaval
Ei pessoal...

As donzelas estão dormindo
As cores recebendo o orvalho matinal
E o Galo da Madrugada
Já está na rua, saldando o Carnaval
Ei pessoal...
O Galo também é de briga, as esporas afiadas
E a crista é coral
E o Galo da Madrugada, já está na rua
Saldando o Carnaval
Ei pessoal...

Só acontece no Galo....

Todo pernambucano sente-se obrigado a cantar, pelo menos uma vez por ano o Hino do Galo da Madrugada.

Se for aí, na chegada do Galo à Guararapes, com o velho "São Alceu Valença" puxando o coral, passa a ser uma experiência transcendental.

Em Pernambuco é considerado machidão, o cara chorar nessa hora, mesmo sem estar embriagado. Só os pernambucanos de nascença e alguns "estrangeiros" predestinados, de verdade sentem "a embriaguez do frevo, que entra na cabeça, depois toma o corpo e acaba nos pés."

Não raro neste instante você se apaixona pela mulher mais próxima disponível, se você não estiver com a sua. Não há o menor risco de recusa, pois a pernambucalidade é um poder mágico irresistível e contagiante para ambos todos os sexos.

Se você quiser ficar sozinho e sentir saudade, também é permitido, pois "Quem tem saudade, não está sozinho, tem o carinho da recordação... Por isso quando estou mais isolado estou bem acompanhado, com você no coração..."

Uma amiga minha, carioca, pernambucanisada, inventou uma moda de nesses instantes sentir uma saudade coletiva e gritava aos brados o nome de todos os homens com quem havia se relacionado.

Com o passar do tempo, só era possível proclamar os que deixaram marcas, senão ia acabar no Galo do ano seguinte.

Anos depois apareceu casada com um carioca, que estranhou aquela relação de nomes masculinos gritados a esmo.

Ao que parece já prevendo o questionamento, informou segura que eram nomes de compositores de frevo pernambucano, uma tradição local, e para disfarçar acrescentou uns nomes falsos, como "Felinto, Pedro Salgado, Guilherme e Fenelon", citados no frevo de Bloco Evocação n°1 de Nelson Ferreira.

Foto: Max Levay


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