13 de fev. de 2009

ABSURDO: PERNAMBUCANA PAULA OLIVEIRA ACUSADA
PELAS AUTORIDADES SUIÇAS DE SIMULAR AGRESSÃO


Fontes: BBC Brasil, Swissinfo, BBC Brasil

Não se pode compreender muito menos admitir, mesmo dentro da realidade do mundo violento de hoje, um ataque monstruoso, a uma pessoa, como o perpetrado pelos skinheads, apenas por ser estrangeira.

Mais absurdo e revoltante ainda, perceber que as autoridades suíças, sempre tão cautelosas em dar informações sobre pessoas sob suspeitas, mesmo quando as evidências dos crimes não deixam dúvidas, desdenhando da condição de fragilidade da brasileira e sua família, ponhão, preliminarmente em dúvida, a versão da brasileira, acusando-a de fraude e de auto-imolação.

E admitem irresponsavelmente, em seguida, que essa é uma das hipóteses. Isso acontece muito com mulheres vítimas de estupro, quando as autoridades, partem sempre da premissa que a vítima facilitou o crime, ou o simulou, mas  depois investigar um possível culpado.

No caso da pernambucana, estão vendo primeiro a possibilidade dessa imigrante estrangeira está mentindo, comprometendo a civilização suíça, enquanto os bandidos, livres para circular por toda a Europa, como possibilidades de serem albergados por outros camaradas, estão cada vez mais longe de serem identificados e muito menos presos.

Por mais que tentemos ser universal dói mais e como dói a agressão, o constrangimento e agonia por que está passando a nossa irmãzinha pernambucana Paula Oliveira, atacada por skinheads na suíça.

Falavamos, há poucos dias, que os espanhóis tratados em Pernambuco com uma ingênua hospitalidade, tinham que aprender conosco, o espírito de anfitrião civilizado que incorporamos sempre que nos encontramos, relacionamos ou guiamos um estrangeiro em nosso estado. Enquanto eles estão tratando nossos irmãos brasileiros, da pior maneira possível, no serviço de imigração, no aeroporto de Bajaras em Madrid.

A pernambucana depois do ataque físico de bandidos sofre agora outro ataque brutal das autoridades suiças.

Desde os primeiros momentos a jovem foi interrogada por um policial que a ameaçava o tempo todo; se elA estivesse mentindo seria processada. Mesmo depois das primeiras interferência da Cônsul brasileira na Suíça, a policia continua a desdenhar da veracidade do caso, com se nossa sub-raças tivéssemos o costume de nos auto-mutilar e levantarmos calunias contra os civilizados suíços.


Cartaz xenófobo mostra as ovelhas brancas expulsando a ovelha "negra" da Suíça



Ontem pela madrugada, segundo informou no jornal “Bom dia Brasil”, o jornalista Marcos Losekann, disse ter ouvido do pai de Paula, o advogado Paulo Oliveira, que duas agentes da polícia feminina da Suíça estiveram no Hospital Universitário de Zurique, onde Paula Oliveira se recupera. Elas teriam ido pedir desculpas formais à jovem.

As agentes reconheceram que o tratamento da polícia não foi adequado. Elas teriam dito, inclusive, que a vítima não deveria ter sido ouvida por homens. As policiais teriam garantido ainda que, a partir desta sexta-feira (13), o processo de investigação começaria do zero.

Noutro jornal da Globo, o Jornal Hoje, o pai de Paula, sabedor de que estavam acusando sua filha de ter se auto-flagelado e simulado gravidez, estava mostrando que a polícia sem nenhuma evidencia, tornava publicas suposições, deixando lacunas abertas, que segundo ele, servem para desviar o foco do assunto.

O pai da moça, agora transformado em advogado de defesa da filha, nesse momento de dor e sofrimento, disse que a polícia terá que apresentar definitivamente um laudo, um resultado conclusivo, e provar a conclusão. Paulo disse ainda que só vai falar sobre isso com a filha quando ela sair do estado de choque em que se encontra.

O primeiro sintoma de que a intenção de desviara a atenção do caso está em marcha foi que logo em seguida, em nota, o partido SVP, de extrema direita, acusado de xenofobia (ódio a pessoas estrangeiras), cuja sigla estava gravada no corpo da jovem, disse que com o anúncio feito pela polícia, tudo o que foi dito pela brasileira é colocado em dúvida e informou que não falará mais sobre o assunto.

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