DILMA TRAUMATIZOU O LOCUTOR DA FREVIOCA O grande profissional, especialista em reconhecer e bajular autoridades, há três décadas, está sob efeito de sedativos
Foto: Arquivo
A frevioca costuma animar o “Timbu Coroado”, o bloco carnavalesco do Clube Náutico Capibaribe
Fontes: Blog do Jamildo
O locutor da Frevioca, inconsolável por não ter sabido quem era a ministra candidata Dilma, está pensando em se aposentar: - O homem deve saber a hora de pendurar o microfone...” – teria dito enigmático.
Não vamos dizer o seu nome por uma questão ética, mas ao que se sabe o locutor da Frevioca sempre identificou todo mundo dos palanques oficiais, é sua profissão, está no importante cargo há anos, entra governo, sai prefeito e ele ali mantendo o posto.
Não pode ver uma autoridade por perto, agradece, elogia e principalmente bajula. Autoridade para ele é todo mundo que está mandando em algum lugar: chefe de escoteiros, inspetor de quarteirão, sindico de prédio, ou até “Velho de pastoril”.
Avista-os a distância e no curto intervalo entre um frevo e outro, com floreios e rapapés põe a autoridade nos “cornos da lua”.
A vida deste homem mudou desde o Galo da Madrugada, deste ano, ao se deparou com uma senhora baixinha de sorriso amarelo, ladeada pelo Governador Eduardo Campos e o Prefeito João da ...osta.
Danou-se a agradecer e a elogiar os dois, na esperança de que no caminho da puxação, lembrasse ou fosse esclarecido por alguém quem era aquela “autoridade feminina”.
Não tinha duvidas que ela mandava em alguma coisa, senão não estaria ali, debaixo da coberta do palanque oficial, bajulada pelo “maior governador e o maior prefeito da história do estado, maiores que Maurício de Nassau, da Companhia das Índias Ocidentais e Duarte Coelho Pereira, donatário de uma das capitanias que mais prosperou...”
Foto:Helias Cheppa/JC Image/Agência Estado (alterada por Toinho de Passira
Por mais que esticasse a bajulação menos sabia de quem se tratava. No desespero pensou que fosse Marta Suplicy, mas lembrou que ela não manda mais em nada, podia ser dona Marisa “a mudinha” esposa do “grande, inesquecível e fantástico filho de Garanhuns, que saiu do nosso estado para ganhar o mundo...”
Não, não era a mulher do "homem", pois essa nunca vinha ao Recife, mesmo quando o marido visitava “esse estado conhecido com o Leão do Norte, ou a essa cidade a “Veneza Brasileira, cercada de rios e pontes...”
”O grande e incansável deputado Sérgio Leite, um dos integrantes da diretoria do maior bloco do mundo, o Galo da Madrugada”, o socorreu finalmente mandando dizer que ela era “a grande ministra que está levando o Brasil, para frente, como se fosse uma locomotiva desgovernada...”
Mas já era tarde, todo mundo notou que o grande locutor da Frevioca, o maior bajulador dessa “terra ensolarada debaixo do equador”, falhará. Isso nunca havia acontecido antes desde que a frevioca e ele estreiaram no carnaval de 1980.
Assim a vinda da anônima ministra Dilma ao Recife acabou provocando um trauma de repercussões imprevisíveis, num profissional sério e na própria história dos carnavais pernambucanos.
Nós do “thepassiranews” nos solidarizamos com “o maior locutor da história do carnaval de Pernambuco”, que não tem nenhuma culpa nem pode ser responsabilizado por não reconhecer alguém, tão insignificante, a ponto de não ser reconhecida nem pelo locutor da “Frevioca”.
FREVIOCA
Foto: VMiranda/Album Flickr
O pessoal do Bloco da Jaqueira é fã e freguês da Frevioca
Fontes: Fundação Joaquim Nabuco, Jornal do Comercio, Album V Miranda/ Flickr
FREVIOCA é um trio elétrico no bom sentido da palavra. O termo frevioca origina-se de uma designação para folia, divertimento, pequena troça, utilizado no inicio do século passado.
A Frevioca recifense foi criada em 1979, presidente da Fundação de Cultura da Cidade do Recife, o jornalista e escritor Leonardo Antônio Dantas Silva, que “resolveu transformar a Pândega (transporte usado na metade do século XX para transportar piano e fazer a festa animando o povo da cidade) em alegoria utilizando um caminhão velho decorado com motivos carnavalescos em madeiras e plásticos e adicionou ainda uma orquestra de frevo com som amplificado e com participação de um cantor.”
Em 1980, a Frevioca saiu pela primeira vez para animar o folião resgatando dessa forma o Carnaval de rua no Centro do Recife para resgatar o carnaval de Rua do Recife e colaborar diretamente com as agremiações que, sem recursos não dispunham de orquestra para os desfiles.
Na sua primeira formação tinha a Orquestra Popular Ademir Araújo e o cantor Claudionor Germano, percorrendo as principais ruas do centro do Recife, formando um cinturão carnavalesco.
A idéia inicial foi ampliada e atualmente a frevioca traz alegria e frevo para todo o Recife, cada vez mais parecida com um trio elétrico, no sentido da amplificação, mas mantida as tradições de conduzir uma excelente orquestra de frevo e interpretes de todos os ritmos do carnaval pernambucano. Pois com o gigantismo do carnaval, sem amplificação as orquestras não são mais adequadamente escutadas.
*Com informações da Fundação Joaquim Nabuco | Permalink |
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