8 de fev. de 2009

O CASTELO CASSINO DE DOM EDMAR MOREIRA

Foto: Fotos: Léo Fontes/O Tempo

Ex-funcionário do deputado corregedor da Câmara Federa, desmentindo o ex-patrão e seu filho, conta que o Castelo é um luxuoso cassino, ricamente decorado e muito bem frequentado por importantes políticos do país

Fontes: O Tempo, Castelo Monalisa

Ilustração Toinho de Passira

Dom Edmar Moreira,
Primeiro e único

Um antigo empregado, do deputado Edmar Moreira, cuja identidade não foi revelada, pelo jornalista Anderson Alves, do jornal mineiro O Tempo, que o castelo que só conseguimos ver até agora de fora, é "um palácio luxuoso, com interior requintado aos mínimos detalhes e com um cassino sofisticado, que incluí até caça-níqueis, frequentado por dezenas de importantes políticos e empresários.”

Ele, que disse ter trabalhado para Moreira como servente entre 1991 e 1996 e afirmou que um dos xodós do atual corregedor da Câmara é o "imenso cassino, construído perto da torre principal do castelo".

Entre os clientes do cassino, o ex-empregado diz que se lembra ter visto muito lá o ex-prefeito de Juiz de Fora Carlos Alberto Bejani.

Diz que não pode confirmar outros nomes porque não conhecia os políticos.

"A gente sabia que eram políticos porque os seguranças nos avisavam, mas lá todos tinham tratamento de barão".

"O mais famoso que a gente sabe que esteve lá foi o Itamar (Franco). Afinal, era 1993, quando ele era presidente", disse, explicando que o ex-presidente foi recebido por Moreira, mas não participou de jogos no interior do castelo.


Foto de uma das salas decoradas no interior do castelo

"Ficávamos todos impressionados com a quantidade de dinheiro que os convidados perdiam lá. A gente via muito dinheiro indo para os cofres. Era uma infinidade de notas de R$ 50 e R$ 100", revelou.

"O que também atraía muito os convidados era a adega do castelo. Claro que nunca contei, mas havia ao menos 8.000 garrafas. A adega é enorme, climatizada. Ele (Moreira) dizia que o vinho sempre tinha que ficar em temperaturas europeias".

Segundo o ex-funcionário, para receber os jogadores - "normalmente aos fins de semana" -, o castelo era preparado com três dias de antecedência.

"Tudo era muito bem planejado. Dentro do castelo, havia uma grande mesa com roleta, máquinas caça-níquel, bilhar e jogos de cartas".

"Éramos uns 60 empregados por noite. O salão é muito grande, difícil até de limpar. Tinham pelo menos três grandes lustres, uma lareira e duas grandes escadarias", completou o ex-funcionário, dizendo ainda que "muitos convidados passavam a noite lá e, pela manhã, ainda disputavam partidas de golfe".

Em recente entrevista em Brasília, Edmar Moreira demonstrou irritação ao ser questionado se havia funcionado um cassino no castelo: "Está questionando que estou praticando contravenção?", retrucou.

Já na quinta-feira à noite foi tirado do ar o portal na Internet que trazia informações e fotos do Castelo de Monalisa.


Os chargistas se deliciam

Durante toda a entrevista, o morador de Goianá se referiu ao deputado Edmar Moreira (DEM-MG) como ‘capitão’. "Isso vem desde os tempos em que ele era policial militar. Ele exigia ser chamado pela sua antiga patente".

Em 1990, quando se elegeu pela primeira vez, Moreira registrou-se junto ao Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais (TRE-MG) como "Capitão Moreira".

A reportagem procurou outras pessoas para falar sobre o assunto, mas as respostas eram sempre evasivas.

A versão do ex-servente do Monalisa contradiz a afirmação do deputado estadual Leonardo Moreira, filho de Edmar, que disse que, hoje, "o castelo só tem alvenaria, seu interior é praticamente oco".



Postados por Toinho de Passira