Homenagem à derrota , por Antonio Ribeiro, para Veja
FRANÇA – Opinião Homenagem à derrota O blogueiro estacionado em Paris, faz um paralelo entre o monumento, recentemente instalado em frente ao Centro Georges Pompidou, o Museu Nacional de Arte Moderna, na capital francesa, congelando a agressão do jogador da seleção francesa Zidade ao zagueiro italiano Marco Materazzi durante prorrogação da partida final da Copa do Mundo de 2006 e a atual crise econômica, que desempregou 3 milhões de franceses Foto: Blog do Antônio Ribeiro Postado por Toinho de Passira
Grandes empresas como é o caso das Sanofi, AcelorMittal e Petroplus. As empresas estão na iminência de anunciar “planos sociais”. Todos juntos, eles significam a perda de 5.000 empregos a curto prazo. O governo do socialista François “Normal” Hollande cujo índice de aprovação despencou para 43% – nenhum presidente da Quinta República teve queda tão rápida seguida à posse – promete aumento de impostos que totalizam 20 bilhões de euros a menos no poder aquisitivo dos contribuintes individuais e nos recursos das empresas privadas. Menos poder aquisitivo, menos consumo. Menos recursos, menos investimento e criação de empregos. A expectativa otimista de crescimento da França em 2013, segundo o governo, gira em torno de medíocres 0,8% do Produto Interno Bruto (PIB). Economistas independentes prevêem a metade disso. Para criar empregos o país cuja dívida pública acumulada está prevista para chegar a 91,3 do PIB este ano, precisa crescer, no mínimo, 1%. E 1,5% se quiser diminuir o desemprego. Neste contexto, ganha corpo entre os ministros do governo desrespeitar a promessa de cumprir uma regra de ouro da União Européia, a de manter o déficit público anual em 3% do PIB. Na França, ele representa 4,5% do PIB – 83,6 bilhões de euros. Faltando 10 minutos para fim de sua brilhante carreira, Zidane deu a famosa cabeçada no peito de Materazzi. O presidente da França Hollande vem dando cabeçadas contra a realidade desde o dia em que assumiu o governo. No orçamento deste ano de 37 bilhões de euros, por exemplo, apenas 10% representam redução nas despesas do governo. O resto vem de impostos. Serão criados mais 6 000 postos de trabalho na eduçação, polícia e Justiça. Evidentemente. pagos com dinheiro do contribuinte inclusive a aposentadoria. A tendência da redução do funcinários públicos se inverteu pela primeira vez desde 2003. Talvez não seja o fim de uma “brilhante carreira”, certamente não merece monumento comemorativo, mas em breve, muitos farão “odes à derrota”. |
Nenhum comentário:
Postar um comentário