Blogueira cubana Yoani Sánchez é presa em Cuba
CUBA Foto: Javier Galeano / AP Postado por Toinho de Passira
Sánchez, porta-voz da Comissão Cubana de Direitos Humanos e Reconciliação Nacional - organização que registra detenções políticas no país - acrescentou ao GLOBO que Yoani e Escobar não foram creditados pelo governo como repórteres que poderiam assistir à audiência de Carromero. Quando o casal e Díaz chegaram a Bayamo, foram parados por uma operação policial que tinha como objetivo deter ativistas que pudessem participar de manifestações relacionadas ao julgamento do espanhol. Como as autoridades não reconhecem Yoani, Escobar e Díaz como jornalistas, mas sim como militantes, eles foram presos, conta Sánchez. - Por volta das seis horas da tarde de ontem, Yoani, o marido Reinaldo Escobar e o ativista Agustín Díaz foram detidos na cidade de Bayamo, a cerca de 800 quilômetros de Havana. Yoani e Escobar não estavam credenciados para participar do julgamento e foram reconhecidos pela polícia, que fazia uma operação na cidade contra ativistas - conta Sanchéz. - Outros seis ativistas locais também foram detidos na operação na cidade - acrescentou. Apesar do fato de Yoani estar incomunicável, Sanchéz acredita que a detenção da blogueira e colaboradora do “El País” será temporária e que “as autoridades devem libertá-los no decorrer desta sexta-feira”. O julgamento de Ángel Carromero deve começar ainda nesta sexta-feira. Somente alguns repórteres foram autorizados pelo governo a entrar no tribunal, mas sob a condição de não portar nenhum aparelho de gravação. Carromero estava dirigindo o carro no momento do acidente que matou o ativista Oswaldo Payá. O espanhol é acusado de homicídio culposo por imprudência. A promotoria pede pena de sete anos.
Segundo García Ginarte, jornalista da televisão de Bayamo, Yoani iria acompanhar o julgamento como “correspondente ilegal” do jornal espanhol “El País”. Ao anunciar a prisão, Ginarte, um defensor do governo dos Segundo García Ginarte, jornalista da televisão de Bayamo, Yoani iria acompanhar o julgamento como “correspondente ilegal” do jornal espanhol “El País”. Ao anunciar a prisão, Ginarte, um defensor do governo dos Castro, acusou a dissidente de querer incitar um “show midiático” e de ser pró-EUA. Um relatório divulgado pela Comissão Cubana de Direitos Humanos e Reconciliação Nacional mostrou um aumento nas prisões por motivações políticas. Nos primeiros nove meses deste ano, foram mil detenções a mais que em 2011 inteiro. Em entrevista ao O GLOBO, por telefone, Elizardo Sánchez lembrou que a visita do Papa Bento XVI e as manifestações que ocorreram na época foram uma das causas para o salto do número, mas reforçou que a principal razão para o aumento da repressão mês a mês é um maior descontentamento da população cubana. - Em Cuba, as pessoas não se manifestam como o que acontece no Chile ou no Brasil. Lá são sociedades abertas. Aqui, se elas forem às ruas, vão ser presas. A insatisfação está aumentando e os grupos de oposição também. Há algum tempo, as manifestações eram de poucas pessoas nas ruas. Agora são milhares - afirmou Sánchez. |
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