5 de out. de 2012

Blogueira cubana Yoani Sánchez é presa em Cuba

YOANI JÁ FOI LIBERTADA !!

Mensagem no seu Twitter:
"Acabamos de ser liberados!! 30 horas de prisão e muitas anedotas para contar".

CUBA
Blogueira cubana Yoani Sánchez é presa em Cuba
A mais famosa blogueira dissidente e jornalista, da ilha de Fidel, mais o marido, o também jornalista, Reinaldo Escobar, viajavam num carro, com destina a cidade de Bayamo, 750 km de Havana, para cobrir o julgamento de um cidadão espanhol. Quando foram detidos pela polícia. No momento, encontram-se em lugar incerto e não sabido, causando apreensão internacional

Foto: Javier Galeano / AP

Yoani em foto junto com o marido Reinaldo Escobar: os dois foram detidos na quinta-feira

Postado por Toinho de Passira
Fontes: El Pais, Reuters, Estadão, Committee to Protect Journalists, O Globo, The Guardian, Blog de Yoani Sánchez, Twitter de Yoani Sánchez

As notícias que foram veiculadas pela imprensa internacional até agora, dão conta que a blogueira dissidente cubana Yoani Sánchez foi presa na quinta-feira à tarde com seu marido, o jornalista Reinaldo Escobar, e um outro blogueiro chamado Agustín Díaz, o que tem causado preocupação internacional.

Os três estavam em um carro a caminho do julgamento do espanhol Ángel Carromero, na cidade de Bayamo, 750 km ao leste de Havana. Eles foram acompanhar a audiência como jornalistas, já que Yoani é colaboradora do jornal espanhol “El País” e Escobar é repórter do “Diário de Cuba”. O espanhol, que está sendo julgado é acusado de ter causado a morte do ativista Oswaldo Payá em um acidente de carro.

O jornal espanhol “El País” diz ter confirmado a prisão de Yoani com o filho da blogueira, Teo. O fotógrafo Orlando Luis Pardo Lazo escreveu no Twitter que Yoani, o marido e Díaz foram presos por volta das 18h de quinta-feira, mas só puderam avisar seus parentes às 3h da madrugada. A notícia já corre pelas redes sociais e foi confirmada pelo opositor Guillermo Fariñas, em entrevista ao GLOBO.

- Não sabemos como Yoani está e nem para onde a polícia a levou. Para nós, ela está desaparecida. Seu telefone parece ter sido confiscado, pois não funciona e o governo não deu explicação alguma sobre a prisão dela - disse Fariñas.

A prisão da blogueira e marido, foi condenada pelo Comitê de Proteção aos Jornalistas que pediu a libertação imediata de todos. Em nota, o coordenador do Programa para Américas do CPJ, Carlos Lauría, afirmou que “a prisão desses jornalistas indica que o governo cubano continua sua prática de punição à cobertura independente.

O ministro do Exterior da Itália, Giulio Terzi, por sua vez, foi a primeira autoridade de outro país a se manifestar sobre o assunto. Terzi disse esperar que “o incidente se resolva rapidamente com a libertação” de Yoani e de seu marido.

- Eu pedi à nossa embaixada em Havana para acompanhar o assunto de perto. Também pedimos a Bruxelas que aumente sua supervisão e avalie qualquer desenvolvimento dentro da questão das atividades de direitos humanos em Cuba - disse o chanceler.


O Blog de Yoani, sem atualização desde o dia 01 de outubro
Sánchez, porta-voz da Comissão Cubana de Direitos Humanos e Reconciliação Nacional - organização que registra detenções políticas no país - acrescentou ao GLOBO que Yoani e Escobar não foram creditados pelo governo como repórteres que poderiam assistir à audiência de Carromero. Quando o casal e Díaz chegaram a Bayamo, foram parados por uma operação policial que tinha como objetivo deter ativistas que pudessem participar de manifestações relacionadas ao julgamento do espanhol. Como as autoridades não reconhecem Yoani, Escobar e Díaz como jornalistas, mas sim como militantes, eles foram presos, conta Sánchez.

- Por volta das seis horas da tarde de ontem, Yoani, o marido Reinaldo Escobar e o ativista Agustín Díaz foram detidos na cidade de Bayamo, a cerca de 800 quilômetros de Havana. Yoani e Escobar não estavam credenciados para participar do julgamento e foram reconhecidos pela polícia, que fazia uma operação na cidade contra ativistas - conta Sanchéz.

- Outros seis ativistas locais também foram detidos na operação na cidade - acrescentou.

Apesar do fato de Yoani estar incomunicável, Sanchéz acredita que a detenção da blogueira e colaboradora do “El País” será temporária e que “as autoridades devem libertá-los no decorrer desta sexta-feira”.

O julgamento de Ángel Carromero deve começar ainda nesta sexta-feira. Somente alguns repórteres foram autorizados pelo governo a entrar no tribunal, mas sob a condição de não portar nenhum aparelho de gravação. Carromero estava dirigindo o carro no momento do acidente que matou o ativista Oswaldo Payá. O espanhol é acusado de homicídio culposo por imprudência. A promotoria pede pena de sete anos.


O governo cubano, não deixa Yoani sair do pais. Por 19 vezes seguidas, seu pedido para viajar ao exterior foi negago. A última vez foi para o Brasil.
Segundo García Ginarte, jornalista da televisão de Bayamo, Yoani iria acompanhar o julgamento como “correspondente ilegal” do jornal espanhol “El País”. Ao anunciar a prisão, Ginarte, um defensor do governo dos Segundo García Ginarte, jornalista da televisão de Bayamo, Yoani iria acompanhar o julgamento como “correspondente ilegal” do jornal espanhol “El País”. Ao anunciar a prisão, Ginarte, um defensor do governo dos Castro, acusou a dissidente de querer incitar um “show midiático” e de ser pró-EUA.

Um relatório divulgado pela Comissão Cubana de Direitos Humanos e Reconciliação Nacional mostrou um aumento nas prisões por motivações políticas. Nos primeiros nove meses deste ano, foram mil detenções a mais que em 2011 inteiro.

Em entrevista ao O GLOBO, por telefone, Elizardo Sánchez lembrou que a visita do Papa Bento XVI e as manifestações que ocorreram na época foram uma das causas para o salto do número, mas reforçou que a principal razão para o aumento da repressão mês a mês é um maior descontentamento da população cubana.

- Em Cuba, as pessoas não se manifestam como o que acontece no Chile ou no Brasil. Lá são sociedades abertas. Aqui, se elas forem às ruas, vão ser presas. A insatisfação está aumentando e os grupos de oposição também. Há algum tempo, as manifestações eram de poucas pessoas nas ruas. Agora são milhares - afirmou Sánchez.

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