17 de out. de 2012

Sob inspiração de Lula, BNDES tira Odebrecht do sufoco emprestando dinheiro ao caloteiro Chávez

VENEZUELA - BRASIL
Sob inspiração de Lula, BNDES tira Odebrecht do sufoco emprestando dinheiro ao caloteiro Chávez
Com a queda do petróleo, Venezuela negocia com banco de fomento brasileiro financiamento de projetos de até US$ 10 bi. Financiamentos do BNDES sob análise se encaixam na modalidade de exportação de bens e serviços de empresas brasileiras. O que Lula tem a ver com isso?

Foto: AVN

Obra do metro de Caracas, executado pela Odebrecht, atraso no cronograma por falta de pagamentos

Postado por Toinho de Passira
Fontes: Folha de S. Paulo, El Universal, Blog do Augusto Nunes, Odebrecht - Venezuela


Com dificuldades de caixa após a queda no preço do petróleo, o presidente venezuelano, Hugo Chávez, recebeu a visita do presidente do BNDES, Luciano Coutinho, que foi negociar os financiamentos de projetos em andamento na Venezuela que contam com a participação de empresas brasileiras.

"O BNDES tem uma carteira potencial de projetos com a Venezuela que ascende a US$ 10 bilhões e financiamentos potenciais na escala, por parte do banco, de US$ 4,3 bilhões", disse Coutinho, a Folha.

Na verdade a reunião foi só para formalizar a aprovação da liberação dos recursos, que serão oficialmente repassados para o governo Cháavez, com assinatura de contrato durante a viagem do presidente venezuelano à Bahia, na próxima terça-feira.

As negociações mais avançadas envolvem duas linhas de metrô em Caracas, no total de US$ 732 milhões. Por trás de tudo isso está mais um socorro a Odebrecht a empresa responsável pelas duas obras, que está em dificuldades na Venezuela, pela permanente inadimplência do governo Chávez, em cumprir os compromissos com a empreiteira brasileira.

A Folha diz que “nos últimos meses, a Odebrecht -assim como várias outras empresas prestadoras de serviço ao Estado -vem sofrendo com o atraso no repasse de verbas, provocando a redução no ritmo de algumas obras”.

Mas, há um ano, o jornal El Universal já registrava que os projetos de construção do metrô de Caracas executados pela Odebrecht estavam com quatro anos de atraso, segundo o cronograma inicial, devido a inadimplência do governo para com a empreiteira brasileira, que teve que reduzir o ritmo de construção e até paralisar algumas dessas obras, por falta de recursos.
De acordo com versões não oficiais, disse El Universal, em junho de 2011, a dívida que a Venezuela tem com a empresa brasileira é de 1,5 bilhões de dólares entre todos os projetos em execução no país.

Segundo a Folha de São Paulo, agora, também está em tramitação no BNDES a concessão de empréstimo de até US$ 300 milhões para a Propilsul, empresa produtora de polipropileno que tem como sócias a Braskem (braço petroquímico da Odebrecht) e a estatal venezuela Pequiven.

Os projetos que podem ter envolvimento do BNDES incluem ainda a construção de um estaleiro e uma siderúrgica, ambos a cargo da construtora Andrade Gutierrez, e outras duas fábricas com participação da Braskem.

Com a receita do petróleo reduzida à metade e num cenário de pouco crédito mundial, o BNDES é visto por Chávez como opção viável de financiamento externo, principalmente pelo bom relacionamento político com o presidente Lula.

De acordo com Coutinho, o encontro com Chávez serviu para discutir mecanismos para que esses financiamentos sejam feitos no âmbito do CCR (Convênio de Pagamentos e Créditos Recíproco), uma câmara de compensação de crédito e débitos da Aladi (Associação Latino Americana de Integração), da qual Brasil e Venezuela fazem parte.

Pelo sistema CCR, os bancos centrais fazem periodicamente um acerto de contas. Se o devedor deixa de pagar, o BC desse país assume o débito -na prática, um seguro de pagamento.

Do lado brasileiro, um dos obstáculos para a ampliação das linhas de financiamento é o aumento do teto atual para o financiamento de exportação de bens e serviços à Venezuela.

A revisão precisa ser aprovada pelo Ministério da Fazenda e pelo Cofig (Comitê de Financiamento e Garantia das Exportações), no qual apenas representantes de ministérios têm direito a voto.

"Mesmo dentro do limite anterior, como a Venezuela honrou todas as dívidas (?), e o saldo devedor é muito baixo, existe limite para fazer mesmo dentro do que estava vigente. Então não há um grande problema imediato", disse Coutinho.

Foto: Reinaldo Marques/Terra

LEGAL E IMORAL - O ex-presidente Lula, mais que garoto propaganda das empreiteiras, defende interesses das empresas aqui e no exterior, usando dinheiro do BNDES. Os pagamentos pelas palestras, são desculpas para quitar propinas retroativas e remunerar serviço de trafico de influência

Por essas e por outras, é que se explica porque tanto a Odebrecht quanto a Andrade Gutierrez, paga até R$ 200 mil reais para o ex-presidente Lula fazer palestras em diversos países, com todas as despesas pagas.

Em junho do ano passado, Augusto Nunes, no seu Blog na Veja, registrou que Lula havia feito no Panamá uma palestra para executivos da Odebrecht e visitado Cuba, com todas as despesas pagas pela Odebrecht para visitar ao lado do ditador Raúl Castro as obras do porto de Mariel, construído pela Odebrecht ao preço de 200 milhões de dólares bancados pelo BNDES. Estava acompanhado na ocasião pelo mensaleiro José Dirceu, Franklin Martins e Paulo Okamoto.

Na mesma tirada, junto com os companheiros foi para Caracas, para fazer outra palestra, paga pela Odebrecht, na Venezuela. Em Caracas, foi “recepcionado por Emilio Odebrecht, presidente do Conselho Administrativo da construtora, e Marcelo Odebrecht, diretor-presidente”.

Com mais de um ano de atraso, o presidente Hugo Chávez ordenou, na véspera da chegada de Lula, o pagamento dos R$ 996 milhões que o governo venezuelano devia à Odebrecht, premiada com a construção do metrô de Caracas e da terceira ponte sobre o Rio Orinoco. Quase 1 bilhão de reais, parcialmente financiados pelo BNDES. Os diretores da Odebrecht garantem que foi só uma agradabilíssima coincidência, diz Augusto Nunes.

Em todo caso, no encontro com o amigo Chávez, Lula agradeceu a gentileza. Em seu nome e em nome da Odebrecht, enquanto embolsava uma propina legal em torno de R$ 600 mil, por uma semana de palestras.

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