22 de jun. de 2012

Eduardo lança “o poste” Geraldo Júlio, a Prefeito do Recife

PERNAMBUCO – Recife – Eleições 2012
Eduardo lança “o poste” Geraldo Júlio, a Prefeito do Recife
Na verdade Eduardo Campos fez uma pesquisa consigo mesmo e mandou o PSB avisar aos outros partidos da Frente Popular que o candidato será o desconhecido Geraldo Júlio. Porém, para parecer diferente do PT, fizeram uma reunião para avaliar os nomes disponíveis e depois, continuando a encenação, enviaram uma carta aos outros partidos aliados, para examinar a viabilidade em apoiar o candidato do PSB, sugerido. Uma farsa mal ensaiada.

Foto: Andréa Rêgo Barros/247

Geraldo Júlio, o ex-secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, o eleitoralmente desconhecido, será candidato do PSB

Postado por Toinho de Passira
Fontes: Jornal do Comércio, Diario de Pernambuco, G1, Blog da Folha de Pernambuco

O governador de Pernambuco, Eduardo Campos, ficou nos bastidores, no instante em que o seu partido, o PSB, declarou de “forma delicada” como disse o Jornal do Comércio, a candidatura do ex-secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, Geraldo Júlio a prefeitura do Recife.

Após uma tarde inteira de reunião, os outros três pré-candidatos escalados pelo partido, os também ex-secretários Danilo Cabral (Cidades), Tadeu Alencar (Casa Civil) e Sileno Guedes (Articulação Social e Regional) tornaram pública uma carta onde se retiram da disputa em favor do correligionário, preferido do governador Eduardo Campos após pesquisas eleitorais que apontam o desejo do eleitorado por um prefeito de perfil gestor.

"Diante do iminente risco de fragmentação da Frente Popular do Recife, e da responsabilidade que temos, todos nós, de garantir a integridade desta força política que há muitos anos assegura vitórias expressivas ao povo recifense e pernambucano, o PSB iniciou entendimentos com os partidos aliados com o propósito de manter a unidade da Frente e fazer avançar um projeto político e administrativo inovador para nossa cidade", diz o primeiro parágrafo do texto.

Em seguida o documento oferece um pequeno perfil do escolhido, que desde ontem já tinha seu nome especulado nos bastidores do Palácio do Campo das Princesas.

"A experiência acumulada pela Frente Popular no Governo do Estado, que elevou Pernambuco a novo patamar de desenvolvimento, será aprofundada na Prefeitura da Cidade do Recife, em benefício da qualidade de vida de todos os segmentos sociais", concluiu a carta em sutil crítica ao "modo petista de governar" propagado pelo PT durante todo o processo de pré-campanha e nas prévias partidárias.

Como a pesquisa que revelou que os recifenses desejavam um prefeito gestor, ao invés de um nome político, não foi divulgada, especula-se que os pesquisadores, ouviram apenas um eleitor recifense, na sondagem de opinião: o governador Eduardo Campos.

O ato da indicação com envio de carta aos partidos aliados, é para se contrapor ao estilo petista, que via Executiva nacional, impôs o nome do senador Humberto Costa à Prefeitura do Recife, sem a ninguém consultar.

O PSB de Eduardo está fazendo um ritual simbólico, oferecendo, pelo menos em tese, o nome do ex-secretário Geraldo Júlio, para ser avaliado pelos outros partidos da Frente Popular do Recife, que aliaram-se ao projeto do governador.

Isso porque houve um certo mal-estar na base aliada, quando parte da imprensa noticiou, ontem, que o Palácio já tinha decidido por Júlio, e que ele seria lançado hoje como o representante da maioria das legendas da Frente Popular, e não apenas do PSB.


Eduardo Campos faz mais um movimento no xadrez da sucessão recifense

Com a oficialização de Geraldo Júlio pelo PSB, Eduardo Campos adia o lançamento formal da majoritária, que ocorrerá com pompa quando o governador retornar dos Estados Unidos, na quarta-feira (27). Eduardo viaja no domingo (24) para receber um prêmio concedido ao seu modelo de gestão administrativa, implantado, justamente, por Júlio no início do primeiro mandato (2007/2010).

A vaga de vice deve ficar com o PCdoB, que estava aguardando essa indicação oficial para conversar internamente. A previsão é de que neste fim de semana os comunistas formalizem a parceria e apontem o nome. A senha servirá para que o prefeito de Olinda, Renildo Calheiros, que disputará à reeleição, feche um acordo com o PSB na sua vice, o que deixará o PT isolado em Olinda e no Recife.

Nesse contexto, a candidatura de Geraldo Júlio é construída a partir de dois critérios: o da unidade interna do PSB e o do debate com os outros partidos da Frente. Esses são os principais argumentos que Eduardo Campos vai colocar para o ex-presidente Lula na conversa que os dois terão por telefone até quarta-feira. Assim, Eduardo deixará claro que foi instado a ocupar o comando das articulações da sucessão do Recife, apesar de o PT administrar a PCR, por culpa dos próprios petistas.

Ao tomar essas duas posições, o presidente nacional do PSB abre o caminho para Geraldo Júlio agir sem nenhum tipo de arestas. Agora, começará um novo desafio: fazer com que Júlio possa aprender, em tempo recorde, a se comunicar com a opinião pública para que o seu estilo “gerentão” seja compreendido pelos eleitores como a alternativa que o Recife terá para “replicar” o modelo de gestão de Eduardo no Estado.

QUEM É GERALDO JÚLIO? Já ouviu falar?

Geraldo Júlio de Mello Filho, 41 anos, nascido no Recife em 17 de março de 1971, é formado em Administração pela Universidade de Pernambuco (UPE) e pós-graduado em Administração Pública também pela UPE. Em 1992, aos 21 anos, ingressou no Tribunal de Contas do Estado via concurso público.

Em 1995 entrou de vez na política, atuando até 1998 no terceiro governo de Miguel Arraes. No período, passou pelas áreas de planejamento, administração e também nas finanças da Companhia Editora do Estado de Pernambuco (CEPE). Também passou pelas secretarias de Governo, Fazenda e Saúde.

Em 1999 assumiu a Diretoria de Recursos Humanos do TCE e nos dois anos seguintes foi Diretor de Planejamento da Secretaria de Administração da Prefeitura do Recife. Entre 2002 e 2003 mudou de prefeitura: foi Secretário de Controle Interno e de Planejamento e Fazenda da Prefeitura de Petrolina, quando Fernando Bezerra Coelho era prefeito.

Em 2005 foi levado por Eduardo Campos para o Ministério da Ciência e Tecnologia, quando Eduardo era o ministro da pasta. Junto com Geraldo Júlio, Sérgio Rezende entrou no Ministério. No mesmo ano Eduardo saiu para preparar a campanha para Governador de Pernambuco e Rezende passou a ser Ministro. Já Geraldo Júlio saiu da pasta em 2006.

Em 2007 ele foi nomeado para ser secretário de Planejamento e Gestão do Governo de Pernambuco. Foi uma surpresa, porque Geraldo era desconhecido. Na pasta, Geraldo coordenou o processo de estruturação e implementação do modelo de gestão Todos por Pernambuco. De forma discreta, ele atuou na Secretaria de Defesa Social onde, durante os primeiros um ano e meio do governo Eduardo, escreveu o novo modelo de segurança pública de Pernambuco. Elogiado, o modelo foi replicado na Secretaria de Saúde.

Como secretário de Planejamento, Geraldo Júlio foi "o chato", já que era o que fiscalizava e cobrava o trabalho das demais secretarias. Ele é extremamente meticuloso com dados, detalhista. Também é vaidoso intelectualmente, mas é simples no trato pessoal. É um homem que cresceu no governo Eduardo Campos e é tido por alguns como o secretário com mais força com o governador, além de ser o mais articulado. Ele coordena 35 auditores do TCU e mais 65 da Secretaria da Fazenda de Pernambuco.

Geraldo tem a mesma idade e tempo público que Eduardo Campos. Ambos fazem parte da mesma geração política, que contribuiu para levantar a gestão do PSB em Pernambuco. É tido como um "técnico", assim como João da Costa.

Fonte:Blog do Jamildo


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