Ausência de Marta melou lançamento de Haddad
BRASIL – São Paulo- Eleições 2012 Ausência de Marta melou lançamento de Haddad Preterida na escolha do candidato do PT à Prefeitura de São Paulo, a senadora Marta Suplicy faltou ontem à festa de lançamento da campanha de Fernando Haddad e causou forte constrangimento à cúpula do partido e irritou Lula. O motivo deflagrador da rebelião, além das antigas mágoas, foi o fato de que ela teria sido chamada indiretamente de “velharia sem entusiasmo”, por Lula, no Programa do Ratinho Foto: Antonio Cruz/ABr Postado por Toinho de Passira A Senadora Marta Suplicy, 67 anos, embaraçou a festa de lançamento da campanha de Fernando Haddad, a Prefeitura de São Paulo, com sua espetacular ausência. Após ter confirmado a presença, não ter ido, não ter dado explicações e ter de deixado o celular desligado, assim como seus assessores, segundo a Folha de São Paulo, irritou o ex-presidente Lula e o pré-candidato, que havia preparado discurso com elogios à gestão dela no município (2001-2004). "Fiquei chateado, né? Todos nós gostaríamos que ela estivesse aqui", disse Haddad. Questionado se Marta deu alguma justificativa, ele foi lacônico: "Não". Apesar do desconforto, os petistas se esforçaram para não melindrar a ex-prefeita. Ela foi elogiada em quatro discursos, inclusive nos de Lula e do pré-candidato. Derrotada nas últimas duas eleições municipais, a senadora queria disputar prévias contra Haddad. O PT a forçou a desistir e entregou a chapa ao preferido de Lula sem consulta aos filiados. Depois disso, Marta se recusou a participar dos atos da campanha e fez críticas públicas à escolha do ex-rival. Numa festa em homenagem a Lula no último dia 21, ela disse que "não basta o novo" para vencer a eleição paulistana. Os petistas acreditam, devido os resultados dos últimos pleitos, que a ex-prefeita é puxadora de votos do PT na periferia, de São Paulo, exatamente onde Haddad é pouco conhecido. Por isso, a sigla acredita que o apoio explícito dela é fundamental na eleição. Foto: Jorge Araújo/Folhapress O PT usou toques de superprodução no evento, que reuniu cerca de 2.000 pessoas num centro de exposições na zona norte da cidade. — “Olhe, por uma razão muito simples: convivi com Haddad durante o tempo que eu fui presidente da República; convivi com a Marta durante 30 anos…” Marta Suplicy filiou-se ao PT, em 1981, há 31 anos, quando o partido tinha apenas um ano de fundação. Sua entrada, como a do seu então marido Eduardo Suplicy, membros quatrocentões da elite paulistana (ela é neta do terceiro Barão de Vasconcelos e ele da tradicional família dos Matarazzo), foi saudada como um arejamento do partido, considerado até então como uma insignificante legenda de operários esquerdistas.
Apesar dessa militância histórica e importante, Lula vem tratando Marta na porrada, desde que ela não conseguiu se reeleger. Consta que quando sentada na cadeira de Prefeita de São Paulo, ela tinha um rei na barriga e tratava o então presidente num igual para igual, que o incomodava. Eleitoralmente forte, comandando a maior cidade da americana latina, Marta tinha frequentes ataques de estrelismos imperiais, e por vezes não ouviu ou não atendia postulações do presidente Lula e pior ainda, desagradava com frequência o perigoso José Dirceu. Naqueles tempos, Marta Suplicy, que apesar de ter se divorciado do senador Eduardo Suplicy, manteve o sobrenome do marido, imaginava-se no topo de uma onda em irreversível ascenção: após ser reeleita prefeita, disputaria o governo de São Paulo e depois, quem sabe, sucederia Lula na presidência. Mas seu balão murchou quando em 2004, tentando a reeleição perdeu com 600 mil votos de diferença, para José Serra, no segundo turno. Depois disso vem levando a pior, dentro do partido e nas urnas. Em 2006, perdeu para o colega de partido Aloizio Mercadante as prévias internas do PT, com quem disputou a indicação do partido para o Governo de São Paulo. Como consolação foi indicada a assumir a coordenação da campanha à reeleição do presidente Lula, no estado de São Paulo. Lula assumiu o segundo mandato e não incluiu Marta imediatamente, na relação dos ministeriaveis. Foi uma espera penosa, desgastante e humilhante. Marta pretendia ser Ministra da Educação, uma pasta forte, que lhe daria projeção para tentar novo cargo executivo no futuro. Depois de muito esperar, Marta foi indicada por Lula, para o morno Ministério do Turismo. Dos tempos que foi ministra ficou registrado apenas que cuidando da crise dos aeroportos superlotados, ela disse que “os passageiros deviam relaxar e gosar...” Saiu do ministério e consegiu a indicação do partido para se candidatar a prefeita de São Paulo, novamente e perde par Gilberto Kassab. Foto: Agência Globo Na onda da eleição de Dilma, surpreendentemente, cosegue se eleger Senadora da República por São Paulo e no Congresso se elegeu primeira vice-presidente do Senado. Foto: José Cruz/Agência Senado Acredita-se que Marta não vai resistir às pressões, e de uma forma ou de outra, acabará apoiando o candidato petista, pelo menos aparecendo no programa eleitoral da TV. Mas até lá, o candidato Haddad e o ex-presidente Lula vão ter que se submeter aos caprichos, rebolar e prometer mundos e fundos, para ter a velha e desmotivada Marta na campanha. |
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