24 de jun. de 2012

Cachoeira desacatou e ameaçou agentes penitenciários

BRASIL – Corrupção
Cachoeira desacatou e ameaçou agentes penitenciários
Acostumado a ser cortejado por autoridades diversas: senadores, governadores e parlamentares, o chefão Cachoeira, perdeu a cabeça quando um agente penitenciário desligou a TV, pois estava fora do horário permitido, onde ele assistia o julgamento do seu habeas corpus. Ameaçou, xingou e se deu mal, acabou autuado por desacato a autoridade. O motivo do surto é que em certo momento, semana passada, ele quase foi solto, após ter conseguido habeas corpus na justiça federal, mas continuou preso, por outra ordem de prisão, da justiça do Distrito Federal, em outro processo

Foto: José Cruz/ABr

SABE COM QUEM ESTÁ FALANDO? - Cachoeira enredado na própria teia e em meio a um ataque de nervos

Postado por Toinho de Passira
Fontes: Folha de S. Paulo, G1, Radar Online - Lauro Jardim

Preso desde fevereiro como chefe de um esquema de corrupção e exploração de jogos ilegais, o bicheiro Carlinhos Cachoeira foi autuado por desacato e desobediência, após se desentender com um agente penitenciário e o mandar "para um lugar impublicável", segundo relato de testemunhas.

O incidente ocorreu na quinta-feira à tarde, pouco antes da transferência do contraventor da ala federal do presídio da Papuda para um setor de presos provisórios comuns.

Cachoeira queria assistir o noticiário do julgamento de seu habeas corpus pela TV, mas foi impedido pelo agente, porque estava fora do horário permitido no regulamento. O contraventor se descontrolou e xingou o servidor. Outros agentes foram destratados. O bicheiro disse que tinha amigos influentes, que logo sairia da prisão e que depois iria à forra com quem o tratasse mal.

A defesa explicou que Cachoeira anda muito deprimido, tem problemas de saúde e seu estado piorou com as últimas notícias. A justiça negou seu pedido de liberdade e ainda cassou o habeas corpus que o mantinha na ala federal numa cela de 12 metros quadrados, na qual instalou uma TV desde que chegou, em abril passado.

O agente sentiu-se ofendido com a ofensa verbal e prestou queixa na Superintendência da Polícia Federal, onde registrou termo circunstanciado de ocorrência. Cachoeira foi levado para depor na PF e retornou ao presídio na noite de quinta. Ele foi indiciado por desacato e desobediência, um delito de baixo potencial que pode dar de seis meses a dois anos de detenção em regime aberto.

Segundo o Departamento Penitenciário Nacional (Depen), responsável pela custódia, a queixa prejudica a ficha de bom comportamento que Cachoeira vinha mantendo até agora, mas não afeta seus direitos e deveres de preso provisório, uma vez que não houve agressão física. Ele continua com direito a ver televisão e ler livros, a visitas de familiares e banho de sol diário.

O advogado e ex-ministro da Justiça Márcio Thomaz Bastos, que para defende o bicheiro Carlinhos Cachoeira, cobrou R$ 15 milhões, afirmou que a manutenção da prisão de seu cliente representa uma "antecipação da pena".

Para ele, a decisão do Tribunal de Justiça do Distrito Federal (TJ-DF) de não revogar o mandado de prisão foi "injusta".

A justiça, mantém o contraventor atrás das grades, pois, compreende que Cacheira solto ameaça o bom andamento processual, devido à possibilidade de destruição de provas e constrangimento de testemunhas.

A notícia boa para Cachoeira é que, uma vez transferido para a ala dos presos comuns, ele teria direito a dois grandes privilégios da vida de detento: banho de sol e visita íntima com a bela Andressa Mendonça.

A notícia ruim – para Cachoeira, claro – é que o STJ revogou o habeas corpus e ele poderá voltar a qualquer momento para a ala federal da Papuda, onde nada disso é permitido.


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