BRASIL - HAITI Brasil gastou, em oito anos, R$ 2 bi no Haiti De olho numa cadeira no Conselho de Segurança da ONU, Lula, envolveu o Brasil numa missão de paz no Haiti. Uma ação duraria apenas seis meses e custaria R$ 150 milhões. Resultado, estamos entalados no Haiti há oito anos, sem previsão de saída, já gastamos o equivalente a mais de seis vezes o que foi destinado à Força Nacional pelo governo federal e a dois anos de recursos utilizados no principal programa de segurança pública da União. E estamos tão distantes de conseguirmos um assento permanente no Conselho de Segurança da ONU, quanto estávamos antes. A bandeira brasileira hasteada em Porto Príncipe, na base das forças brasileiras, junto a do Haiti e da ONU
Postado por Toinho de Passira Fonte: Folha de São Paulo , ONU, Ministério da Defesa
Essa é mais uma das heranças malditas deixadas pelo governo Lula. Querendo transformar-se num político de repercussão internacional, o presidente Lula encasquetou que era bom para o Brasil, ter uma cadeira permanente no Conselho de Segurança da ONU. Aconselharam-no a aceitar que o Brasil integrar-se a alguma missão de Paz da ONU, seria uma propaganda favorável para o país, e suas ambições na Organização das Nações Unidas.
A situação era a seguinte o presidente haitiano Jean-Bertrand Aristide viu-se obrigado a renunciar no meio de seu segundo mandato, devido às revoltas populares e o país estava mergulhando num caos. A ONU resolveu intervir, numa missão que denominou Minustah (sigla derivada do francês: Mission des Nations Unies pour la stabilisation en Haïti). Sabendo das ambições internacionais do Brasil, o presidente da Organização das Nações Unidas, Kofi Anna, pediu ajuda ao presidente Lula.
Foi assim que o Brasil mergulhou nessa dispendiosa aventura. O destacamento do Exército Brasileiro desembarcou no Haiti, em 1º de junho de 2004, para liderar uma operação emergencial, com duração de apenas seis meses com o custo previsto de algo em torno de R$ 150 milhões. Como não tínhamos e não temos problemas de segurança pública no Brasil, não custava nada gastar esses milhõezinhos no exterior.
Resultado previsível: estamos num atoleiro, a missão completou no início deste mês oito anos e já custou a bagatela de R$ 2 bilhões. Foto: Associated Press
Presidenta Dilma, em fevereiro, visitando as tropas brasileiras no Haiti O jornal Folha de São Paulo calculou que a ventura brasileira no Haiti consumiu até agora mais de seis vezes o que foi gasto pelo governo federal com a Força Nacional brasileira entre 2006 e 2012.
Além disso, equivale a cerca de dois anos de gastos do principal programa de segurança pública da União, o Pronasci.
O valor de R$ 1,97 bilhão, já descontada a inflação do período, foi obtido pela Folha por meio da Lei de Acesso à Informação junto ao Ministério da Defesa.
A conta total é ainda maior, pois o ministério alegou não dispor de informações sobre auxílios, indenizações e outros benefícios previstos numa lei, criada após a entrada do Brasil no Haiti, que trata da remuneração de militares que atuam em missões internacionais de paz. Mais de 16 mil militares brasileiros estiveram no país desde 2004.
Segundo o levantamento, uma boa parte do dinheiro gasto pelo Brasil no Haiti foi dirigida à modernização de equipamentos. O Brasil adquiriu veículos (R$ 162,3 milhões), explosivos e munições (R$ 24,3 milhões), armamentos (R$ 22 milhões) e embarcações e equipamentos para navios (R$ 18,1 milhões).
Uma parte dos gastos do Brasil no Haiti é reembolsada pela ONU, responsável pela missão de paz. Até outubro de 2010, foram R$ R$ 328 milhões, ou apenas 25% do total (o ministério não repassou números atualizados). Foto: Reuters
Soldados brasileiros patrulhando em Porto Príncipe Em nota, o ministério afirmou à Folha que os gastos estimulam a indústria militar brasileira. "A aquisição de material moderno para equipar os militares brasileiros permite, além da eficiência no emprego da tropa, fomentar a indústria de defesa brasileira e projetar o Brasil internacionalmente."
Um dos generais que lideraram a missão no Haiti disse, sob garantia de não ser identificado, que o Brasil "já devia ter pensado em sair" do país caribenho.
O oficial reconhece que o Brasil não vai retirar suas tropas "tão cedo" e por uma razão política: a missão é usada como cartão de visitas do Brasil no exterior, como um exemplo de sucesso.
A participação brasileira na MINUSTAH é o principal envolvimento do Brasil em operações de manutenção da paz, diz a página brasileira no site da ONU. “O Brasil é o maior contribuinte de tropas para essa Missão. De 2004 a fevereiro de 2010, o Brasil manteve contingente de 1200 militares, com rotação semestral. Após o terremoto, passou a manter contingente de 2.100 militares no terreno. Desde o início da participação brasileira até hoje, mais de 13 mil militares brasileiros tiveram experiência no Haiti. O comando militar de todos os 8.609 militares que compõem a MINUSTAH, provenientes de 19 países, é exercido por generais brasileiros desde 2004”.
Surpreende que o volume de gastos e a extensão da missão brasileira no Haiti, segundo a Folha, têm pouca ou nenhuma ressonância no Congresso Brasileiro.
A Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional do Senado dedicou neste ano quatro sessões para discutir a entrada de haitianos em território brasileiro, (mais uma das encrencas que ganhamos com a ação no Haiti) mas nenhuma para a missão militar.
No último dia 26 de abril, quando o ministro da Defesa, Celso Amorim, compareceu à comissão, a palavra Haiti sequer foi mencionada. Na comissão, não se cogita a retirada das tropas brasileiras.
O Brasil está longe de ter o direito de esbanjar no exterior o dinheiro com segurança pública que é minguado por aqui. O Brasil não precisa comprar uma cadeira permanente no Conselho de Segurança da ONU. Nem se sabe a utilidade dessa “conquista”, a não ser para inflar o ego megalomaníaco do garanhuense Luiz Inácio Lula da Silva. |
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