6 de nov. de 2010

A profilática surra republicana em Barack Obama

ESTADOS UNIDOS
A profilática surra republicana em Barack Obama
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, admitiu que os resultados do pleito legislativo, realizado nesta terça-feira representam "uma surra", durante a entrevista coletiva, após uma ampla vitória dos oposicionistas do Partido Republicano, que assumiram o controle da Câmara de Representantes e ganharam seis cadeiras no Senado. Muitos vêem que essa guinada política pode sobremaneira dificultar as pretensões de reeleição do presidente americano

Foto: Pete Souza/Official White House

Obama aprisionado na “bolha do poder”, na Casa Branca, distanciado dos eleitores

Postado por Toinho de Passira
Fontes: Exame, Blog do Caio Blinder , O Dia, Valor Online, Jornal Nacional

O próprio presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, assumindo a responsabilidade de derrota, traduziu o resultado das eleições legislativas americanas, realizadas nesta última terça feira, como uma “surra” dos oposicionistas republicanos, sobre os seus aliados democratas.

A ampla vitória dos oposicionistas do Partido Republicano, fez também o presidente admitir que durante estes dois primeiros anos, esteve distanciado do povo americano, "preso em uma bolha" em Washington, assegurando que, durante a segunda metade de seu mandato, fará o possível para se afastar da Casa Branca e permanecer em contato com o povo.

Esse barulho todo se explica, porque essa foi a maior virada da oposição nos últimos 62 anos, em uma eleição legislativa. Os republicanos, da oposição, passaram a ter 240 das 435 cadeiras na Câmara, 60 a mais do que tinham anteriormente. No Senado, o governo, democrata, conseguiu manter a maioria ficando com 53 dos 100 senadores, embora tenha perdido seis vagas.

Amenizando o desastre pode-se dizer que a vitória dos republicanos é histórica, mas não é absoluta, porque os democratas continuam controlando o Senado, onde as leis recebem aprovação final. Além disso, o presidente tem poder de veto. A convivência política poderá ser de colaboração ou entrave total, se não houver diálogo.

O futuro líder da Câmara, o republicano John Boehner, recebeu um telefonema de parabéns do presidente Barack Obama. Boehner afirmou que pretende derrubar a reforma da saúde, uma das principais conquistas do governo Obama.
Caio Blinder na sua coluna comentou:

“Foi um voto de castigo, um dolorido puxão de orelhas para um presidente que ambiciona demais e um partido que exorbitou. Os democratas pagaram o preço de uma liderança legislativa muito à esquerda num país com uma população moderadamente conservadora e com uma relação esquizofrênica com o governo. Desconfia dele, mas não está disposta aos sacrifícios resultantes dos necessários cortes de benefícios. Claro que não tinha jeito. Nenhum Salvador da Pátria ou Maria do Socorro impediriam um desastre diante do atual estado da economia, com o desemprego beirando os 10% e não abaixo dos 8% como a Casa Branca projetara para o momento eleitoral.”

“Os furiosos insurgentes do "Tea Party" (o setor mais conservador dos republicanos) tiveram algumas vitórias espetaculares, mas agora o desafio para o establishment republicano será domar a fera. No jogo pendular da política americana, os americanos tampouco querem desmantelar o governo federal como deseja fervorosamente o Tea Party. É um movimento que sofre dos mesmos delírios daqueles que acreditaram nas mensagens mais otimistas de mudança e esperança de Obama dois anos atrás.“

A distância não dá para compreender os eleitores americanos. Estranho que não reconheçam que foi o partido Republicano que destroçou a economia do país, durante o governo de George Bush, responsável pela quebra do sistema financeiro americano, contaminando, inclusive, toda a economia mundial.

Estranho também que o presidente Barack Obama leve uma surra eleitoral, por estar perdendo a batalha do desemprego e do equilíbrio econômico, enfrentando enormes dificuldades em tentar soerguer o país e em nenhum momento, alega que seu governo não vai bem devido à “herança maldita” deixada pelo seu antecessor.

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