28 de nov. de 2010

HAITI: Eleições entre cólera, esperanças e tiroteios

HAITI
Eleições entre cólera, esperanças e tiroteios
O país símbolo da pobreza caribenha, o Haiti, realiza neste domingo, eleições para eleger o presidente, 99 deputados e 11 dos 99 senadores. Apareceram 19 candidatos querendo ser o chefe da nação, atormentada por terremotos, epidemias e violência.

Foto: Getty Images

O vencedor vai enfrentar uma epidemia de cólera que já matou mais de 2.000 pessoas desde meados de outubro e a complexa questão de como o Haiti vai efetivamente recuperar-se do terremoto, gastando de forma honesta e eficaz, vários bilhões de dólares prometidos de ajuda externa

Postado por Toinho de Passira
Fontes: Reuters, O Globo, The New York Times, Estadão

O Haiti vai às urnas neste domingo em eleições dificultadas por uma epidemia de cólera, tensões políticas e confusão entre o eleitorado, buscando um líder para conduzir o país caribenho pobre em sua recuperação de um terremoto ocorrido em janeiro.

Ontem, ultimo dia de campanha, atiradores interromperam o comício, em Les Cayes, do candidato à presidência Michel Martelly, conhecido como "Sweet Micky", um famoso artista da música popular haitiana, um dos bem cotados nas pesquisas. Jornais locais disseram que ao menos uma pessoa morreu e várias ficaram feridas.

A comunidade internacional espera que a eleição - na qual serão escolhidos um novo presidente e Parlamento, além de um terço do Senado - possa levar a um governo estável e legítimo, que seja capaz de administrar bilhões de dólares de ajuda para a reconstrução que foram prometidos por doadores.

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Soldados da ONU patrulham diante de um local de votação

Representando esse apoio do mundo, forças de paz da ONU, com seus capacetes azuis, liderados pelo Brasil, vêm ajudando a polícia haitiana a garantir a segurança e proteção de mais de 11 mil estações de voto montadas em escolas, barracos pré-fabricados de madeira e tendas em superlotados acampamentos de sobreviventes do terremoto.

“Mas, com as tensões políticas em alta e os trabalhos de reconstrução após o terremoto devastador de janeiro aparentemente paralisados pelo avanço da epidemia letal de cólera, muitos temem que uma eleição turbulenta possa simplesmente fazer o país mergulhar ainda mais fundo no caos”, diz Joseph NGuyler Delva, da Reuters.

Entre os 18 candidatos à presidência, alguns se destacam como prováveis favoritos: uma matriarca oposicionista formada na Sorbonne, um tecnocrata governamental que é o protegido do presidente Rene Preval e um músico e artista carismático.

Foto: Reuters

Haitiana passa em frente ao um cartaz de propaganda de Mirlande Manigat, ex-primeira dama, e a líder nas pesquisas

As pesquisas de opinião situaram em primeiro lugar nas preferências a ex-primeira-dama Mirlande Manigat, de 70 anos, mas a ausência de um favorito claramente definido aumenta a probabilidade de a disputa ir ao segundo turno, em 16 de janeiro, entre os dois candidatos que tiverem o maior número de votos.

No final, é possível que os maiores destaques do domingo fiquem com a apatia, a confusão e o medo da violência, fatores que podem impedir muitos dos 4,7 milhões de eleitores cadastrados de ir votar em um país cuja infra-estrutura devastada dificulta os deslocamentos.

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O candidato e cantor Michel Martelly, conhecido como "Sweet Mickey", disse numa mensagem do Twitter no sábado de manhã que uma pessoa havia morrido e um havia sido ferido, por atiradores que atacaram o seu comício. Mas a notícia ainda não foi confirmada.

Antes que os primeiros votos fossem depositados nas urnas, alguns candidatos já proclamam que há evidencias de planos de fraudes.

O Haiti tem uma longa história de eleições corruptas, e apesar de observadores internacionais têm trabalhado com as autoridades haitianas para garantir a integridade da votação deste ano.

"O embaixador dos Estados Unidos, Kenneth H. Merten, ouvido pelo “the New York Times”, enquanto expressava cauteloso otimismo disse acreditar que a eleição seria justa e ordenada, mas levantou a preocupação de que muitas pessoas, especialmente os mais de um milhão de pessoas que vivem em acampamentos de tendas espalhadas pela capital, desde terremoto de janeiro, pode não estar ciente de informações básicas, como a localização do local de votação, entre os 11 mil existentes no Haiti, onde deve comparecer para votar. Até porque ”Há pessoas que estão registrados para votar em seus bairros antigos, embora vivam hoje, em outro lugar", disse o embaixador.

Some-se a isso a forte epidemia de cólera, que já matou cerca de 2.000 pessoas, segundo a ONU, e deixou dezenas de milhares de doentes em sua passagem pelo país. As

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Muitos eleitores até ontem, 27, tentavam receber o título eleitoral, a maioria perdido no terremoto, para conseguir votar, hoje. Houve tulmultos e milhares não conseguiram.


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