BRASIL: A cara e o vigor da oposição real - Augusto Nunes
BRASIL A cara e o vigor da oposição real Da tribuna do Senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) diz acreditar que Serra seria melhor presidente que Dilma. E acusa o presidente Lula de ter usado a máquina do Estado e infringido a lei eleitoral para eleger sua candidata
Foto: Geraldo Magela - Agência Senado Augusto Nunes Qualquer político com mais quatro anos de mandato no Senado teria repelido a idéia de disputar, em condições desvantajosas, um cargo que já ocupou por duas vezes. Como não é um político qualquer, o senador Jarbas Vasconcelos topou o convite de José Serra para candidatar-se a governador de Pernambuco. Qualquer candidato confrontado com a máquina eleitoral do governador Eduardo Campos teria aproveitado o primeiro pretexto para cair fora do duelo dramaticamente desigual. Como nunca foi um candidato qualquer, Jarbas dispensou-se de lamentar publicamente a falta de material de campanha, a escassez de verbas, a deserção coletiva de prefeitos do seu PMDB e do PSDB de José Serra e o sumiço do próprio candidato à Presidência. Fiel à biografia de oposicionista valente, tratou de defender José Serra e criticar Dilma Rousseff. Com notável coerência, atacou o governo Lula e ousou continuar fustigando até o Bolsa Família, que qualifica de “o maior programa oficial de compras de voto do mundo”. Mais: foi ele único candidato a governador que transformou em bandeira de campanha o legado do governo Fernando Henrique Cardoso. Poucas vitórias foram tão contundentes quanto a de Eduardo Campos, reeleito com 82% dos votos válidos. Nenhuma derrota foi tão admiravelmente digna quanto a sofrida por Jarbas. Tão digna quanto a sua reação ao resultado desfavorável: sem se permitir uma única semana de férias, um único dia de prostração, um único minuto de silêncio, seguiu em combate. Como se vê no vídeo, foi ele o primeiro parlamentar a ocupar a tribuna para ler um discurso justificadamente duro sobre as ilegalidades cometidas pelo presidente durante a campanha eleitoral. Dado pelo governo como politicamente morto depois de 31 de outubro, Jarbas vai terminando novembro mais vivo do que nunca. Ele tem a cara e o vigor da oposição real. Veja um resumo do discurso de Jarbas no Senado.
*Acrescentamos subtítulo, foto e legenda ao texto original |
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