Bispos discordam do Papa e atacam uso de camisinhas
ESPANHA Bispos discordam do Papa e atacam uso de camisinhas “A conclusão é que o preservativo é sempre imoral” - disse o Bispo espanhol, Martínez Camino, porta voz da Conferência Episcopal espanhola, tentando dá outra interpretação as palavras do Papa, que recentemente justificou o uso de camisinha "em alguns casos” num depoimento transformada em livro por um jornalista alemão
Foto: Getty Images Postado por Toinho de Passira Segundo texto do jornalista Juan G. Bedoya, no jornal El Pais, da Espanha, o porta-voz dos bispos espanhóis, Juan Antonio Martínez Camino, uniu-se na sexta-feira à cerimônia da confusão no mundo católico sobre o preservativo. Bento 16 justifica seu uso "em alguns casos", o Vaticano desmente e a Conferência Episcopal se coloca sem vacilar do lado da suposta doutrina clássica. A conclusão é que o preservativo é sempre imoral. Foi o que disse na sexta-feira Martínez Camino no encerramento da Assembleia Plenária do episcopado. "Nas palavras do papa não há nem de longe uma legitimação do preservativo. Lendo detidamente o livro, não se pode tirar essa conclusão", sentenciou. Referia-se ao livro "Luz do Amor", de Peter Seewald, que acaba de ser publicado. A compreensão do papa pelo uso do preservativo "em alguns casos" já foi atenuada na terça-feira nada menos que pelo diretor do Departamento de Imprensa do Vaticano, Federico Lombardi. Foto: Reuters
O jornal do Vaticano, "L’Osservatore Romano", havia publicado na véspera que Bento 16 afirmava no livro que "pode haver casos individuais nos quais se justifique a utilização do preservativo". Em um comunicado emitido no dia seguinte, o Vaticano negou que isto representasse uma virada. "O papa não reforma ou modifica o ensinamento da Igreja, mas o reafirma." Dois dias depois era o papa quem afirmava que suas palavras não precisavam de matização, ratificando o escrito por Seewald. Isto é o que foi dito por Bento 16 no livro, quando fala sobre hospitais de doentes de Aids administrados por católicos na África: "A realidade é que, sempre que alguém o necessite, se têm preservativos à disposição". Linhas abaixo refere-se a seu uso para "casos fundados de caráter isolado, por exemplo, quando um prostituído utiliza um preservativo, podendo ser isto um primeiro ato de moralização e de responsabilidade". Seewald, consciente de que o que foi dito pelo papa representa uma novidade inusitada, insiste: "Isto significa que a Igreja Católica não é por princípio contra a utilização do preservativo?" Bento 16 responde: "É óbvio que não o vê como uma solução real e moral. No entanto, pode ser, em atenção de reduzir o perigo de contágio, o primeiro passo no caminho para uma sexualidade vivida de forma diferente". Mas o porta-voz dos bispos espanhóis volta à doutrina clássica: "O uso do preservativo sempre se produz em um contexto de imoralidade". Foto:Reuters |
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