28 de fev. de 2010

CUBA - BRASIL: Cubanos chamam Lula de cúmplice de Fidel

BRASIL – CUBA
Cubanos chamam Lula de cúmplice de Fidel
Ontem exilados cubanos residentes nos Estados Unidos invadiram pacificamente o consulado brasileiro em Miami, para protestar o descaso do Presidente brasileiro diante da morte do dissidente cubano Orlando Zapata, morto em Havana, no dia anterior da chegada de Lula ao país

Foto: Ricardo Stuckert / PR (Detalhe)

Imagem que chocou o mundo: Lula e Castro deixam-se fotografar chorando de rir, no dia do enterro do dissidente cubando Orlando Zapata, morto após greve de fome de 85 dias

Fontes: Ultimo Segundo, G1, Nota Latina, El Cubano Cafe

Um grupo de exilados cubanos ocupou ontem pacificamente durante uma hora o consulado do Brasil em Miami para denunciar a "cumplicidade" do presidente Luiz Inácio Lula da Silva no "assassinato" do prisioneiro político Orlando Zapata Tamayo.

Foto: La Asamblea de la Resistencia Cubana

Momento em que os dissidentes cubanos chegavam ao Consulado Brasileiro, em Miami, gritando palavras de ordem, chamando Lula de cúmplice de Fidel.

Cerca de 15 pessoas da Assembleia da Resistência, entre ex-presos políticos cubanos e membros de organizações do exílio, entraram nas instalações do consulado do Brasil e ocuparam uma das salas enquanto exclamavam: "Lula, cúmplice!", "Vergonha para Lula!" e "Viva Orlando Zapata Tamayo!".

"Lula é cúmplice da ditadura castrista e do assassinato de Orlando Zapata", expressou à Agência Efe Orlando Gutiérrez, diretor do Diretório Democrático Cubano, que liderava o grupo que entrou no consulado brasileiro.

Foto: La Asamblea de la Resistencia Cubana

Os dissidentes cubanos no interior do Consulado Brasileiro, em Miami, protestando

Gutiérrez ressaltou que o objetivo da ocupação era pôr em evidência a "vergonha que representa para o Brasil Lula aparecer abraçado aos irmãos Castro no momento em que estão assassinando um homem pelo mero fato de discordar".

O presidente brasileiro se reuniu na quarta-feira passada com seu colega cubano, Raúl Castro, e com seu irmão Fidel, no dia seguinte da divulgação da morte de Orlando como consequência de uma greve de fome de 85 dias.

O grupo de exilados, pertencentes a organizações como Plantados e Madres y Mujeres Antirepresión por Cuba (MAR), entregou ao cônsul brasileiro, Luiz Augusto de Araújo Castro, uma foto na qual aparece Lula se abraçando a Fidel Castro com a imagem de Zapata Tamayo impressa no meio.

No verso da fotografia se lê: "Fidel Castro, assassino; Lula, cúmplice".

Essa fotografia, que pediram ao cônsul para entregar ao presidente, "deve envergonhar Lula".

"Não há melhor documento que o rosto do prisioneiro político que ia ser assassinado pelo regime castrista", disse a presidente da MAR, Sylvia Iriondo.

"O caso de Orlando é uma mostra da trajetória e história de crimes e violações perpetradas pelo castrismo", disse.


A montagem fotográfica mostrava a imagem de Orlando Zapata, sobre o assassino Fidel e seu cúmplice, Lula
Sylvia denunciou que "ainda restam muitos presos políticos cubanos em condições críticas", ao mesmo tempo em que pediu à comunidade internacional para que não tolere a "impunidade e falta de vergonha" do regime de Havana.

Gutiérrez explicou que a ação realizada hoje é o "começo de uma campanha para alertar o povo brasileiro que as ações de Lula são prejudiciais para o povo cubano".

O jornal espanhol El Pais, lembra que o mito da revolução cubana para parte da esquerda latino-americana torna difícil o trato com Havana para qualquer governo, sobretudo para o governo brasileiro.

“Mas as dificuldades para administrar as relações com esse mito não podem levar a fechar os olhos diante dos abusos de poder que se cometem em Cuba e que, nesse caso, resultaram na morte de um preso político."

No Congresso brasileiro o deputado José Carlos Aleluia (BA), vice-líder do DEM, foi a tribunal protestar:

"Quem poderia imaginar um presidente operário, o nosso presidente metalúrgico, ir a Cuba para comemorar a morte de um dissidente do regime de Fidel Castro? Isso é inaceitável. Tirar foto dando risada ao lado de assassinos, ao lado de bandidos, em Cuba".

A deputada Vanessa Grazziotin (PCdoBAM) pediu que fosse retirada do discurso a expressão "assassinos". Não explicou a deputada quer expressão poderá retratar a atuação de Fidel e seu irmão Raúl diante desse e de tantos outros casos, de morte de dissidentes.

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