IRÃ Ahmadinejad: "Podemos enriquecer urânio a 80%"
O presidente Iraniano no dia do aniversário da revolução islâmica, provocou, desafiou e enfrentou os países que lhes querem causar sanções pela transgressão no uso da tecnologia nuclear decretou o fim do capitalismo, debochou de Obama e ameaçou mais uma vez de extinção ao Estado de Israel
Foto: Raheb Homavandi/Reuters/Washington Post
 O ditador iraniano Ahmadinejad distribuindo beijinhos, não é lindo?
Fontes: Reuters, G1, 24 Horas News
Ali Khamenei, o líder supremo, queria que o "22 Bahman" - ou 11 de Fevereiro - fosse um dia de "união". Não foi. No mais importante dia do calendário iraniano, em que se celebra a deposição do Xá Reza Pahlavi e a Revolução Islâmica, ficaram mais uma vez expostas às profundas divisões entre dois países: um que grita "Morte à América" e "Morte a Israel" na Praça Azadi perante o olhar complacente de Mahmoud Ahmadinejad; outro que, a meia dúzia de quilômetros, na Praça Saddeqiya, também grita morte, mas ao "ditador".
Teerã vive desde Junho, mês de eleições presidenciais vistas pela oposição como tendo sido altamente fraudulentas, a mais grave crise política da sua história recente. Ontem, o dia era decisivo para a elite política e religiosa no aparelho do poder: era preciso provar, do ponto de vista interno e externo, a legitimidade e vitalidade do regime.
À custa de uma megaoperação de segurança destinada a controlar todos os movimentos da oposição e de uma cuidadosa mobilização de partidários pró-regime, Mahmoud Ahmadinejad ensaiou um regresso à normalidade. No seu discurso às centenas de milhares de seguidores, trazidos de ônibus de todos os cantos do país até Teerã, o presidente ignorou olimpicamente a oposição do "Movimento Verde."
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 "Infelizmente, a esperança de mudança está rapidamente dando lugar à desesperança", completou, em referência ao mote da campanha de Obama à Presidência.
A retórica contra o Ocidente esteve sempre presente com o objetivo claro de recuperar a frente interna: "Um Irão independente, livre, desenvolvido e poderoso", disse Ahmadinejad, é um "obstáculo" às potências Ocidentais que têm um plano para "controlar o Médio Oriente e o mundo". É por isso, continuou Ahmadinejad, que "são hostis à nação iraniana."
Foi à nação iraniana que Ahmadinejad massageou o ego, elaborando sobre as glórias da Revolução e sobre os progressos científicos do país. Estava dado o mote para a questão nuclear e o presidente iraniano não abandonou o tom provocador assumido nos últimos dias, quando garantiu que o Irão estava pronta para enriquecer urânio a 20% - um passo que muitos cientistas vêm como mais etapa na produção de armamento nuclear.
"Quero dizer em voz alta, que o primeiro lote de urânio enriquecido a 20% já foi alcançado e que vamos triplicar o ritmo de produção", disse, assegurando ainda que "temos capacidade para enriquecer urânio até 80%, mas não o faremos." Isto é, muito perto do limiar (90%) que permite fabricar uma bomba atômica.
Oficialmente, o Irão já é um "Estado nuclear" enquanto isso, timidamente os Estados Unidos responderam com ameaças a sanções que nunca se concretizam.
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 A oposição fica pouco visível diante da imprensa internacional, pois os jornalistas são impedidos a terem acesso aos locais de manifestação, as poucas informações e fotos são divulgadas pelos próprios manifestantes através de blog, twiters e FaceBooks, apesar dos confiscos de celulares.
Nas manobras para conter o "Movimento Verde" na zona ocidental de Teerã (onde se juntaram largos milhares de pessoas), as milícias Basij confiscaram celulares, antenas parabólicas. A imprensa estrangeira foi proibida de relatar os fatos e dos blogues da oposição surgiram notícias perturbadoras: Mehdi Karrubi, um dos líderes da oposição, foi atacado com gás lacrimogêneo. Outras duas figuras de proa ligadas ao movimento reformista - Reza Khatami, irmão do antigo presidente iraniano, e a sua mulher, Zahra, neta do grande Aiatola Ruhollah Khomeini, tiveram o mesmo destino: a prisão.
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 Mesmo os apoiadores de Ajhmadinejad ficaram à distancia, contidos por um forte esquema de segurança
Por fim se noticia que o presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, disse a seu colega sírio que Israel enfrentaria resistência e seria eliminado caso lançasse uma ação militar na região, informou a emissora estatal IRIB nesta quinta-feira.
"Se o regime sionista repetir seus erros e iniciar uma operação militar, então deve ter resistência com força total para pôr fim a ele de uma vez por todas", disse ao presidente sírio Bashar al-Assad em conversa telefônica na quarta-feira.
Ao mesmo tempo, a mídia árabe publica supostos indícios de que um ataque israelense às instalações iranianas pode ser iminente. Há poucos dias, a imprensa do Egito divulgou que dois navios de guerra israelenses teriam passado recentemente pelo canal de Suez, navegando em direção ao golfo Pérsico.
A passagem, segundo fontes oficiais, teria sido cercada de cuidados de segurança por parte do governo egípcio, um dos maiores rivais do Irã na região.
Enquanto isso, o presidente Lula e o chanceler brasileiro Celso Amorim, como não tem nenhum problema a resolver no Brasil, estão tentando entrar nesta questão de ódio milenar, ajudando a esmagar a oposição iraniana, atraindo desconfiança dos americanos e do israelita e perdendo uma enorme oportunidade de ficar quieto, apenas para exercitar a vaidade e o ego de estar, sem experiência, e sem cacife em meio as grandes questões mundiais.
Isso não vai acabar bem, para nós... |
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