22 de fev. de 2010

ISRAEL - IRÃ: Jato israelita, não tripulado, pode alcançar o Irã

ISRAEL
Jato israelita, não tripulado, pode alcançar o Irã
A Força Aérea de Israel apresentou, neste domingo, uma frota de não tripulados que poderiam voar até o Golfo Pérsico, o que colocaria o Irã dentro do raio de alcance

Foto: Ariel Schalit/AP

Militar israelita posa para fotos diante do avião não tripulado de Israel com autonomia suficiente para atacar o Irã

Fontes: The New York Times, BBC Brasil, Aljazeera, The Jerusalem Post

A exibição do avião não tripulado capaz de voar 20 horas consecutivas, por controle remoto, como se operasse um vídeo game mortal, mostra a disposição do governo do primeiro ministro de Israel Binyamin Netanyahu, em ser a opção militar para atacar o Irã e tentar destruir suas pretensões de produzir armas atômicas.

A maioria dos especialistas diz que enquanto o ocidente discute se vai e como serão as retaliações econômicas e políticas contra o Irã, o governo iraniano avança a passos largos para se tornar uma potencia atômica. Há até quem diga que o Irã já é um estado nuclear.

Essa é a resposta militar de Israel, as declarações do presidente Mahmoud Ahmedinajad, por ocasião das comemorações do aniversário da revolução islâmica, quando desafiou o ocidente, dizendo não temer as tais sanções econômicas, enquanto avisava que qualquer ação militar por parte dos judeus, poderia representar a extinção do Estado de Israel.

Afirmou na ocasião que o primeiro lote de urânio enriquecido a 20% já havia sido alcançado e que o ritmo de produção seria triplicado dali em diante. Não satisfeito, fez questão de assegurar que tecologicamente dispõe de capacidade de enriquecimento de urânio até 80%.

É bom lembrar que a partir do limiar do enriquecimento de urânio em 90% já é tecnicamente possível a fabricação de uma bomba atômica.

No passado recente não se teria duvidas em afirmar que o governo israelita tomou essas providencias com autorização e beneplácito o governo americano. Mas pelo estilo vacilante de Barack Obama à frente da Casa Branca e pela voluptuosidade de Netanyahu, o primeiro ministro de Israel, isso pode estar acontecendo fora do controle de Washington.

Foto: Getty Images

Os aviões apresentados, o Heron TP, foram construídos pela estatal Aerospace Industries com tecnologia israelita, tem 26 metros de extensão entre uma asa e outra – o mesmo tamanho de um Boeing 737, que transporta passageiros – é um dos maiores veículos aéreos não tripulados no mundo, diz o “The Jerusalem Post”.

Segundo as autoridades, os aviões podem voar a uma altura maior que 12 mil metros e são capazes de permanecer voando por até 20 horas consecutivas.

Para amortecer o impacto da notícia a Força Aérea de Israel, divulgou que os novos jatos serão usados principalmente para vigilância e carregamentos. Ou seja, foram fabricados para fins pacíficos, tais quais as usinas nucleares do Irã.

O avião vem sendo desenvolvido há uma década e foi usado pela primeira vez durante a ofensiva israelense contra a Faixa de Gaza em dezembro de 2008.

Apesar de apresentar a aeronave em uma cerimônia neste domingo, as autoridades não revelaram qual o tamanho da nova frota ou se os aviões foram desenvolvidos para serem usados em um eventual ataque contra o Irã.

Porém em entrevista à agência de notícias AP, sob sigilo, autoridades de defesa de Israel, teriam afirmado que o Heron TP seria sim, uma ferramenta útil contra o Irã.

Foto: Arquivo

Manifestação sugerindo que Israel seja deletado

Duas coisas podem ser acrescentadas, primeiro que há realmente um risco de um ataque iminente de Israel ao Irã que será o início de uma escalada militar de conseqüências imprevisíveis, com risco para toda a humanidade.

Segundo, pelo que se conhece de Israel esses aviões seriam a última coisa que eles utilizariam num ataque ao Irã. Eles jamais iriam revelar a existência dessas aeronaves se essa fosse a sua intenção.

Charge Cox&Forkum - EUA

Charge de 2006, já insinuando que enquanto os EUA, a União Européia e a ONU fica de blá, blá, blá Ahmedinajad arremessa sua bomba atômica

POR QUE SE ESPERA QUE ISRAEL POSSA ATACAR O IRÃ?
No passado a Força Aérea de Israel fez espetaculares ações bombardeando instalações no Iraque e na Síria

Foto: Sipa Press/Tripel – Reprodução Time

1981- O primeiro ministro de Israel Menachem Begin e a capa da revista Time noticiando o ataque

Fontes: Veja Abril, BBC, Defesa Brasil

A perspectiva de que haja um ataque ao Irã fundamenta-se de que essa não seria a primeira vez que a força aérea de Israel atacaria um país islâmico para destruir construções nucleares, se bem que os tempos agora são outros.

Em 7 de junho de 1981, o primeiro ministro de Israel, Menahem Begin, anunciou ao mundo que a Força Aérea de seu país havia empreendido uma ousadíssima incursão, por quase 1.000 quilômetros de território árabe, para bombardear e destruir a usina nuclear de um país inimigo - o Iraque.

Em 06 de setembro de 2007, caças israelenses destruíram um misterioso complexo no deserto sírio, o que seria uma instalação nuclear, a 130 km da fronteira iraquiana, embora não se tenha notícias precisas desse ato de guerra até hoje, por conveniência tanto de Israel, que preferiu não ser acusado de tentar provocar uma guerra, quanto da Síria, que não desejava que ficasse claro que estava mesmo construindo instalações nucleares.

Porém sobre o primeiro ataque, em 1981, sobram detalhes.

O Iraque, a ocasião em guerra com o Irã, e seu presidente Saddam Hussein foram humilhados com o fulminante ataque que destruiu sem qualquer reação, suas mais preciosas instalações estratégicas.

Foto: Arquivo

Caça F16 da Força Aérea de Israel

A operação em si foi de uma precisão cirúrgica. A partir do momento em que a esquadrilha de oito caças F-16 e meia dúzia de F-15 de escolta decolou do sul de Israel rumo a Bagdá, tudo transcorreu tão estritamente segundo os planos que "o relatório final dos pilotos ficou quase monótono", declarou o exultante brigadeiro David Ivri, comandante da Força Aérea de Israel e responsável pela operação toda.

Examinada de perto, a incursão lembra os mais empolgantes enredos de ficção, como em geral ocorre nos grandes golpes montados por Israel. Na ida, os jatos israelenses sobrevoaram os 965 quilômetros de espaço aéreo árabe deslizando rente ao solo - proeza que lhes permitiu burlar a vigilância das estações de radar inimigas.

A rota escolhida não foi menos aventurosa: em vez de rumar para o Iraque em linha reta, através da Jordânia, eles traçaram um gancho' muito mais longo pelo norte da Arábia Saudita.

As versões de que os aviões de Israel haviam sido pintados com as cores de Jordânia - e de que os pilotos israelenses conversavam entre si em árabe, fazendo-se passar por uma missão de treino jordaniana - não foram confirmadas oficialmente.

Mas sabe-se que a esquadrilha abasteceu-se no ar duas vezes. A primeira foi pouco após a decolagem, que consome grande quantidade de combustível. A segunda, em pleno espaço aéreo árabe, já no caminho de volta, possivelmente a partir de um avião-tanque camuflado em avião comercial.

Sem esse reabastecimento, a missão israelense teria sido suicida: os caças utilizados na operação, sem autonomia de vôo para ir e voltar, não teriam onde fazer um pouso amigo.

De resto, a falta de qualquer oposição inimiga tomou a operação humilhantemente fácil. O centro nuclear iraquiano de Tamuz situado a 25 quilômetros ao sul de Bagdá, avaliado em 260 milhões de dólares foi transformada em pó.

Durante 120 segundos, os oito aviões F-16 protegidos pelos seis F-15 despejaram suas bombas de 1 tonelada com tanta precisão sobre a usina central que ao final do bombardeio não se via nenhuma cratera resultante de tiros aproximados. Em compensação, da usina alvejada restavam apenas ruínas de 12 centímetros de altura.

Foto: Arquivo

Ruínas de apenas 12cm onde anteriormente havia uma Usina Nuclear, em Tamuz, no Iraque

Com tudo resolvido em 2 minutos, a esquadrilha deu meia-volta, disparou para uma altitude de 12.000 metros e rumou para casa - dessa vez em linha reta, cortando o espaço aéreo da Jordânia e sem mais preocupações com os radares inimigos. Foi esse o único momento em que os catorze aviões israelenses foram detectados pela vigilância aérea de um dos três países árabes cujos céus percorreram à vontade - mas, mesmo assim, a Jordânia não tentou despachar seus caças no encalço do comando invasor nem procurou alcançá-los com mísseis antiaéreos.

- Esquecendo momentaneamente os rancores inerentes à atual campanha eleitoral, o país inteiro mergulhara num extraordinário estado de júbilo com a notícia da operação - e de seu sucesso. .

Os membros do gabinete Begin, por sua vez, assistiam orgulhosos ao videoteipe colorido da operação. Num primeiro momento, até o mais ferrenho inimigo político de Begin - o líder da oposição trabalhista Shimon Peres, que queria tomar-lhe o lugar de primeiro-ministro e acabou tomando - não conteve sua admiração: "Mais uma vez, a Força Aérea de Israel mostrou que é a melhor do mundo".


Pilotos de caça judeus, que supostamente teriam participado do ataque, chegando na base em Israel
Naturalmente, quem mais saboreou os frutos do ataque foi o próprio Begin. Indiferente ao pandemônio diplomático que a ação israelense provocou junto a seus aliados mais generosos, Begin invocou as memórias do massacre de judeus na II Guerra Mundial para anunciar que "nunca mais haverá um holocausto na história do povo judeu". E repetiu: "Nunca mais". Em outras palavras, se o infeliz Iraque viesse a reconstruir sua usina bombardeada para lá produzir armas nucleares, Israel desencadearia mais unia operação relâmpago - ou quantas mais fossem necessárias.

Indagado sobre o que faria Israel se a Líbia desenvolvesse um programa nuclear viável, Begin retrucou:

"Primeiro, vamos lidar com esse “meschugge” Saddam Hussein. Depois lidaremos com os outros".

Meschugge, em iídiche, significa "doido". Para o estado Judeu no momento o “meschugge” de plantão é Mahmoud Ahmedinajad.


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