POLÊMICA: Militar gay deve procurar outro ramo, diz general
POLÊMICA Militar gay deve procurar outro ramo, diz general Sabatinado no senado para ocupar uma vaga no Superior Tribunal Militar, o general Cerqueira Filho disse que comandantes gays não têm os atributos necessários para exercer o comando, principalmente em atividades de combate.
Foto: José Cruz /Ag Senado Fontes: BBC Brail , Congresso em Foco, G1, Meio NorteMundo Alternativo, Folha de São PauloA repercussão das declarações do general Raymundo Nonato de Cerqueira Filho, que disse não considerar o homossexualismo compatível com o trabalho nas Forças Armadas, apimentou o debate sobre a presença de gays no serviço militar. Indicado para ocupar uma vaga no Superior Tribunal Militar, Cerqueira Filho respondendo uma pergunta do Senador Demóstenes Torres, Presidente da Comissão de Constituição de Justiça do Senado, que sabatinava o militar, disse disse que comandantes gays não são obedecidos pelas tropas porque não têm os atributos necessários para exercer o comando, principalmente em atividades de combate. "Não é que eu seja contra o homossexual, cada um tem que viver sua vida", disse o general. "Entretanto, a vida militar se reveste de determinadas características que, em meu entender, podem não se ajustar ao comportamento desse tipo de indivíduo." As declarações causaram polêmica e foram criticadas pelo presidente nacional da OAB, Ophir Cavalcante, que considerou "discriminatórios" os comentários de Cerqueira Filho.
De volta aos holofotes, o assunto dividiu opiniões. Questionado sobre o assunto, o ministro da Defesa, Nelson Jobim, afirmou que existe um debate no governo sobre a admissão de gays nas Forças Armadas. O general teve o seu nome aprovado em votação secreta na Comissão de Constituição de Justiça do Senado, na votação secreta, a indicação ainda será submetida ao Plenário em regime de urgência. Enquanto isso a polêmica segue ... O ex-sargento do Exército Fernando de Alcântara Figueiredo, envolvido no primeiro caso assumido de um casal gay na história das Forças Armadas brasileiras, atualmente integrante da ONG Tortura Nunca Mais e do Instituto Ser, classificou a declaração do general Cerqueira Filho como "retrógrada e infeliz" e disse que o militar "está muito mal informado". "Isso mostra que ele desconhece a história. Alexandre, o Grande, era homossexual e a tropa obedecia. Trabalhei 15 anos nas Forças Armadas e nunca fui desrespeitado", afirmou. Alexandre, o Grande, foi rei da Macedônia há mais de 2.300 anos e é lembrado por sua habilidade em estratégias militares por ter comandado uma das maiores expansões territoriais do mundo antigo. Algumas fontes históricas e filmes sobre a época relatam a homossexualidade de Alexandre.
O ex-sargento também afirmou que há diversos casos de homossexualismo nas Forças Armadas, mas os militares temem assumir. "Meu caso não é específico e isolado, tem várias demandas desse tipo e precisamos trazer isso para a sociedade, que a intransigência é coisa comum nas Forças Armadas. (...) Numa situação de batalha, o meu sangue como homossexual é tão importante quanto o de um heterossexual. O que dita o caráter não é a vida íntima. É muita hipocrisia. Eu mesmo conheço generais que são homossexuais." A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) divulgou nota nesta quinta-feira (4) na qual condena as declarações do general Raymundo Nonato de Cerqueira Filho. "É lamentável que este tipo de discriminação ainda continue existindo nos dias de hoje nas Forças Armadas brasileiras", disse o presidente nacional da entidade, Ophir Cavalcante. O presidente da Ordem acrescentou que para a carreira militar o que se deve exigir é disciplina, treinamento e a defesa do país, nos termos da Constituição, independentemente de sua opção sexual. “A defesa do país tem que ser feita por homens e mulheres preparados, adestrados e treinados para este fim, independente da opção sexual de cada um." Foto: Arquivo A Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT), com sede em Curitiba (PR), também criticou a declaração. O presidente da entidade, Toni Reis, disse ainda que a capacidade de liderança de uma pessoa não está na sua sexualidade. "É uma fala equivocada, discriminatória. A autoridade de uma pessoa não está em qual lado ela sente prazer , mas na sua capacidade de liderança. Eu conheço diversos heterossexuais que não têm capacidade de liderança."
A polêmica sobre homossexuais nas Forças Armadas não é exclusividade brasileira. Nos Estados Unidos, o tema está em discussão no governo. O secretário de Defesa do país, Robert Gates, disse nesta terça-feira diante do Senado que um grupo de trabalho vai estudar a possível anulação de uma lei de 1993 que proíbe o ingresso de homossexuais nas Forças Armadas do país. O anúncio foi feito durante audiência no Comitê de Serviços Armados do Senado. O secretário afirmou que a revisão da lei vai considerar o impacto que teria a sua anulação. O chefe do Estado Maior conjunto Michael Mullen disse à mesma comissão que apoia a suspensão, acrescentando que "isso é o que se deve fazer". A legislação atual, conhecida como 'Don't ask, don't tell', proíbe que soldados gays e lésbicas assumam sua homossexualidade, bem como que eles sejam questionados sobre isso. É a primeira audiência sobre o tema no Congresso desde que a lei entrou em vigor. Em alguns lugares do mundo, como Maluí na Africa, o homosexxualismo chega a ser crime, com pena de 14 anos de reclusão. Dois cidadãos muluienses foram presos por terem realizados uma cerimônia de casamento gay, em dezembro passado.
Os gays do Irã vivem sob constante ameaça não apenas da polícia e do governo, como também da sociedade, disse à BBC Brasil, uma organização iraniana que luta pelos direitos dos homossexuais. O presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, declarou, em uma palestra em Nova York, que não havia homossexuais no Irã. Lá os homossexuais são condenados a morte. Segundo o ativista Arsham Parsi, diretor executivo da IRQO (Iranian Queer Organization), de acordo com a lei islâmica Sharia, os homossexuais podem ser perseguidos e condenados à morte por apedrejamento, forca, corte por espada ou sendo jogados do alto de um penhasco. Um juiz da corte islâmica decide como ele deve ser morto. O problema dos gays assumido não está apenas nas forças armadas, não se tem notícia de nenhum Presidente da OAB, por exemplo, que fosse gay assumido. Mesmo no meio artístico, muito mais liberal em tudo, de quando em quando, alguém assume a condição de gay, depois de ter passado a vida toda fingindo que era etéreo, para não perder papeis e não ser discriminado no meio. No Congresso Nacional Brasileiros, os gays parlamentares, na sua grande maioria, escondem-se. Mesmo Clodovil, quando vivo e deputado, nunca assumiu a defesa da causa gay, como parlamentar. Recentemente a atriz e humorista negra americana, Wanda Sykes, (foto) ao assumiu publicamente sua homossexualidade aos 45 anos e disse no Programa de Ophra que era mais fácil ser negra, que ser gay, registrando que a discriminação sexual era maior que o racismo. |
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