Em 1982, quando as Ilhas Malvinas, que os ingleses chamam de Falklands eram apenas um conjunto de ilhas geladas no fim do mundo, 649 argentinos e 258 britânicos morreram numa guerra pela sua posse. Agora com a possibilidade de existência de petróleo em suas águas territoriais a disputa pela sua soberania fica mais séria e preocupante
Foto: Adam Woolfitt / CORBIS

As bucólicas ilhas Malvinas, vistas assim, parecem um cenário cinematográfico romântico, mas muitos já morreram por sua causa
Fontes: BBC Brasil, Guardian, Mercopress, Agência Brasil, Sartma, El Clarin, Daily Mail
Apesar de todos os protestos argentinos as autoridades britânicas nas ilhas Malvinas (chamadas de Falklands pelos britânicos) afirmaram que a exploração de petróleo no arquipélago terá início na próxima semana, apesar da oposição do governo argentino.
No início da semana, a Argentina anunciou que iria ampliar as restrições aos navios que vão em direção ao arquipélago.
A presidente Cristina Kirchner, como todos os chefes de estado argentinos, quis inúmeras vezes conversar sobre a soberania das Malvinas, mas o primeiro ministro Gordon Brown, como outros chefes de estado britânicos, disse sempre que não havia nada a negociar. |
O país protesta contra a iniciativa britânica de iniciar a exploração de petróleo na região e convocar licitações sem comunicar a Argentina. A primeira plataforma de exploração já alcançou as águas na região das Malvinas.
A Assembleia Legislativa do arquipélago informou que as restrições "não surpreendem", mas prometeu que a exploração vai "começar como planejado".
Em um comunicado, a assembléia afirma que tem "todo o direito" de desenvolver "negócios legítimos" no setor de hidrocarbonetos. Esta é uma medida da Argentina para tentar interromper a exploração de petróleo que deve começar na próxima semana. Não é surpresa para ninguém quando eles se comportam desta forma, mas, mesmo assim, é decepcionante quando fazem isso", acrescenta o texto.
O comunicado afirma ainda que "todos os suprimentos que a indústria precisa" estão disponíveis no próprio arquipélago e diz que a exploração vai começar "se o clima permitir".
O governo da Argentina afirmou que pretende buscar o apoio de países vizinhos para tentar ampliar o bloqueio a navios em volta das ilhas Malvinas.
O decreto assinado pela presidente Cristina Kirchner na última terça-feira determina que todos os navios que seguem em direção ao arquipélago a partir de portos argentinos precisam ter permissões especiais.
Mas o deputado Ruperto Godoy, vice-presidente da Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos Deputados, afirmou que espera que os países vizinhos cooperem com a Argentina.
No próximo fim de semana, os países do Grupo do Rio - que reúne países da América Latina e do Caribe - se reúnem em Cancún, no México, e o deputado diz não ter "a menor dúvida de que a Argentina encontrará solidariedade de todos os países".
Foto: Divulgação

No entanto, a plataforma de exploração Ocean Guardian, (foto) que viajava desde novembro pelo Atlântico, já chegou às águas em volta das Malvinas.
A proprietária da plataforma, a Desire Petroleum, afirmou que sua plataforma "nem chegou perto das águas argentinas" e, por isso, não pediu permissão ao governo do país.
A plataforma Ocean Guardian ficará atracada a mais de 96 quilômetros das ilhas durante o final de semana antes da exploração começar, no domingo.
A companhia acrescentou que não tomou nenhuma medida de segurança além das previstas para uma operação de "rotina".
A oposição argentina acusaram Kirchner, cuja popularidade despencou sobre a inflação, a corrupção e as batalhas com os agricultores, de procurar uma distração, como fez o governo militar, que acabou declarando guerra a Inglaterra. “O governo não deve tentar esconder "graves problemas internos", com a crise das Malvinas disse o jornal argentino Clarín, em um editorial.
A disputa entre a Argentina e a Grã-Bretanha envolvendo as ilhas Malvinas, sob controle britânico desde 1833, já foi objeto de uma guerra em 1982, quando os argentinos foram derrotados após tentarem uma invasão.
Na quinta-feira, o primeiro-ministro britânico Gordon Brown disse que o país já adotou "todas as medidas necessárias" para proteger sua soberania no arquipélago, embora negue que planeje o envio de um reforço militar à região. Disse esperar que prevaleçam "discussões sensatas" com Buenos Aires.
Foto: Penguin New
O jornal Daily Mail, porém diz que o destróier HMS York já patrulha ao largo de Port William, na costa leste das ilhas Falkland
2 comentários:
Argentina é aquele país da América do Sul que fechou posição CONTRA o assento permanente do Brasil no Conselho de Segurança das Nações Unidas ?
Temos mais é que ajudarmos a Argentina a expulsar essa gente de volta para Europa.Daqui a pouco outros ou eles mesmos podem querer se apropriarem de nosso petróleo.
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