6 de fev. de 2010

ESTADOS UNIDOS: Oprah Winfrey confirma fim de programa de TV em 2011

ESTADOS UNIDOS:
Oprah Winfrey confirma fim de programa de TV em 2011
A menina negra, pobre e gorducha do Mississippi, rejeitada inclusive, pelos pais adolescentes, tornou-se a mulher mais rica e uma das mais influentes do mundo, seu programa “Oprah Winfrey Show” é visto diariamente por 7 milhões de americanos. Pesquisas detectaram que o apoio de Oprah a Barack Obama foi considerado crucial para a campanha do então candidato à Presidência. Suas empresas faturaram 275 milhões de dólares, no ano passado

Foto: Reuters

A emoção na hora do anúncio e apromessa de programas cada vez melhores até o último

Fontes: Oprah Winfrey Leader Ship Academy, MSNBC, CNN, BBC Brasil, Rua Direita

A apresentadora de televisão americana Oprah Winfrey, 54 anos, confirmou em novembro do ano passado, que seu programa de televisão acabará em setembro de 2011, depois de 25 anos no ar.

O anúncio emocionado da apresentadora foi feito ao vivo na edição de sexta-feira, 20, do “Oprah Winfrey Show”.

“Eu amo este programa, e amo o bastante para saber quando é hora de dizer adeus”, afirmou à apresentadora.

Depois do final do programa, a apresentadora deve passar mais tempo se dedicando ao seu canal de televisão, o Oprah Winfrey Network (OWN).

Winfrey afirmou ainda continuará trabalhando com sua equipe de produção para encontrar novas maneiras de entreter, informar e manter sua audiência para os programas até o último deles em 2011.

O programa, transmitido diariamente pela rede CBS, é uma espécie de instituição da mídia americana, com uma média diária de 7 milhões de expectadores.

Nascida a 29 de Janeiro de 1954 no Mississipi, filha de um casal adolescente que nunca casaram, nasceu quando seu pai estava nas Forças Armadas e a mãe abandonou-a após o parto. Passou os seis primeiros anos de vida aos cuidados da avó materna. Com 3 anos já sabia ler e tinha uma grande habilidade para recitar versos da Bíblia. Na escola era rejeitada pelos colegas, por ser obesa e por ter uma inteligência acima da média.

Foto: Arquivo

A célebre entrevista com Michael Jackson na terra do nunca, a casa do cantor nunca havia sido filmada por dentro , é o quarto evento em audiencia na TV americana com uma platéia recorde de 100 milhões de pessoas.

Com 6 anos a mãe voltou para ficar com ela. Aos 9 anos foi passar férias a casa de uma tia e acabou sendo molestada por um primo. A partir dai entrou numa vida boemia, até que aos 14 anos engravidou. Uma semana depois de dar à luz, o bebê faleceu. Desorientada, roubava em casa e foi mandada para um centro de correção, do qual foi expulsa. Passou então a viver com o pai, sob uma educação rígida.

Aos 17 anos por acaso foi visitar uma rádio local, onde a convidaram a ler um texto e acabou contratada para apresentar o noticiário. Dois anos depois, quando estava na Universidade do Tennessee, foi à primeira mulher negra a ser contratada, nos Estados Unidos, como âncora, de notícias da TV de Nashville.

Mal se formou continuou a carreira em Baltimore onde ganhou um “talk show” matinal. Quando completou 32 anos, em 1984, começou a apresentar o "A.M. Chicago", o embrião do “Oprah Winfrey Show”. O programa, dois anos depois, já era um sucesso nacional, vendido para várias emissoras independentes, até que se tornou rapidamente e se mantém até hoje, como o programa de entrevistas de maior audiência nos Estados Unidos.

Foto: Associated Press

Reuniu recentemente no programa Evander Holyfield e Mike Tyson, os dois boxeadores haviam se visto da última vez quando Tayson mordeu a orelha de Holyfield no ringue

Nesses 25 anos de sucesso, o Oprah Winfrey Show é visto em 132 países por mais de 115 milhões de pessoas do planeta.

Oprah acredita que seu sucesso como entrevistadora se deve ao fato de conseguir comunicar-se com as pessoas, como se estivesse falando com amigos, identificando-se com algumas situações, reagindo sempre com verdadeira emoção e naturalidade.

Foto: Arquivo

Outro fato marcante, na história do programa, ocorreu em 2004, quando Oprah distribuiu carros Pontiac G6 para toda a platéia, totalizando 276 veículos doados pela Pontiac como parte de um acordo publicitário

Antes do programa, já se destacara por ter interpretado Sofia, no filme “A Cor Púrpura” de Steven Spielberg, em 1985, quando foi indicada ao Oscar.

A sua paixão pela representação e o desejo de trazer qualidade aos projetos de entretenimento, levaram-na a abrir a produtora HARPO, que em 1988 adquiriu toda a responsabilidade pelo programa.

Cada vez mais influente, a sua marca “Oprah Book Club”, tem transformado vários livros em best sellers.

Foto: Fundação Oprah

Dedicou-se também a causas humanitárias, abrindo um colégio modelo para jovens pobres na África do Sul, atráves de um fundação que leva seu nome.

Decididamente ajudou na integração do negro americano e principalmente da negra americana a se sentir mais respeitada e orgulhosa da sua condição racial.

Foto: Reuters

Quando Barack Obama ainda era uma promessa, disputando com Hillary Clinton uma vaga para disputar a presidência pelos Democratas, o apoio de Oprah, fez a sua candidatura dar uma guinada vitoriosa. Mesmo não participando intensamente da campanha, detectou-se nas pesquisas, que as pessoas lembravam sempre do seu apoio e consideravam isso um fator positivo para o candidato. A equipe de Obama chamava esse fenômeno de “fator Oprah”.

Foto: Associated Press

Convidada especial, na posse do presidente americano Barack Obama, acompanhada do namorado, seu companheiro há 20 anos Steadman Graham.

Depois da vitória Obama convidou Oprah para ocupar a sua vaga de Senador no Congresso americano, ela não aceitou.

Oprah está sempre sozinha nas capas de sua revista, essa é uma de suas marcas registradas, abriu duas raras exceções, com a primeira dama Michelle Obama e com a assumida homossexual e comediante Ellen DeGeneres, que passou um ano pedindo, ao vivo, no seu programa, para sair na capa da revista

Recentemente Oprah Winfrey foi considerada a pessoa mais influente no mundo, dentro do showbiz, e 44ª em todo o planeta.

O império de Oprah Winfrey que inclui revistas, um programa de rádio e, a partir do próximo ano, uma rede de televisão, não vai deixar que ela saia de cena totalmente, nem que deixe de influenciar com suas opiniões e posicionamentos, a opinião pública mundial, embora o “Oprah Winfrey Show” deixe de existir.


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