19 de set. de 2014

Cristina Kirchner quer o “mais alto prédio da América Latina” (e um Central Park portenho)

ARGENTINA - Megalomania
Cristina Kirchner quer o “mais alto prédio da América Latina” (e um Central Park portenho)
Em meio à recessão, crescente déficit fiscal e aumento da inflação e pobreza, a presidente Cristina quer construir o prédio mais alto da América Latina (que incluirá um hotel de luxo)


Cristina Kirchner afirma que pretende fazer uma espécie de Central Park em Buenos Aires. Em vez do Hudson, o fétido encontro do Riachuelo (a via fluvial mais poluída da Argentina) com o rio da Prata

Postado por Toinho de Passira
Texto de Ariel Palacios
Fonte: Blogs Ariel Palacios

A presidente Cristina Kirchner anunciou o projeto de construção do edifício – segundo ela – “mais alto da América Latina”, com 335 metros de altura. Segundo Cristina, o prédio, que estará localizado entre os bairros de Puerto Madero e La Boca, no encontro do rio da Prata com o Riachuelo, junto com os jardins ao redor, “terá a magnitude do Central Park de Nova York”. O edifício, que terá 67 andares e custará US$ 310 milhões será destinado aos canais estatais de TV da Argentina, o Instituto Nacional de Cinema, além de produtoras audiovisuais. A torre da presidente que apresenta-se como “defensora dos pobres” também contará com um hotel de luxo.

A obra, classificada como “megalomaníaca” pelos representantes da oposição, pretende representar morfologicamente o mapa da Argentina. No sopé do edifício “Argentina Audiovisual”, a poucos metros da margem, em pleno rio da Prata, uma ilha artificial será construída para instalar um estádio coberto de 13 mil metros quadrados com capacidade de 15 mil pessoas. Esta ilha representaria o arquipélago das Malvinas.

Cristina anunciou em rede nacional de TV que o prédio “será o símbolo da cidade” de Buenos Aires. Segundo ela, no 17 de outubro, data emblemática para os peronistas, pois é o dia em que o então coronel Juan Domingo Perón (em 1945) foi aclamado pela população na Praça de Mayo, dando início ao Peronismo, ela e os representantes da empreiteira Riva S.A. colocarão a pedra fundamental do edifício.


A torre de Cristina Kirchner pretende emular a morfologia do mapa argentino. Do lado, flutuando no meio do rio da Prata, uma simulação das ilhas Malvinas, onde será um estádio

A oposição indica que a obra ficará apenas no papel, tal como o projetado trem-bala Buenos Aires-Rosario, que nunca saiu do papel e que seria construído pela Alstom. Os analistas políticos indicaram que a obra é “faraônica” e recordaram que em 2010, ao inaugurar um gasoduto submarino entre a ilha de Terra do Fogo e a Patagônia, a presidente Cristina comparou-se com o faraó Kéops. “Devo ser a reencarnação de um grande arquiteto egípcio”, disse dois anos depois.


“Devo ser a reencarnação de um grande arquiteto egípcio”, disse em 2012, pouco depois de visitar um museu em Berlim, onde ficou longo tempo observando o busto da rainha Nefertiti. Humoristas afirmam que a torre de Cristina pretende ser uma espécie de pirâmide de Kéops à beira do rio da Prata. LEGENDA

Cristina disse que a obra levará cinco anos de construção. Na sequência, deu um recado ao próximo presidente: “meu sucessor terá que continuar com esta construção”. E depois, alertou em tom de piada a empreiteira: “melhor que o pessoal da construtora termine a obra no prazo, pois senão os mato…”.

A presidente – que há menos de duas semanas anunciou que pretendia mudar a capital do país de Buenos Aires para Santiago del Estero – encerra seu mandato em dezembro do ano que vem.


Meme do cartunista Bernardo Erlich ironizando o projeto de Cristina Kirchner, com o ad hoc King Kong enfrentando a aviação argentina.

FAVELAS – Na mesma cidade na qual a presidente Cristina projeta a construção do edifício mais alto da América Latina, a população das favelas cresce de forma persistente. Nos últimos quatro anos a proporção de habitantes das “Villas Miseria” (nome local para as favelas) aumentou em 70%. Atualmente residiriam nas favelas portenhas 275 mil pessoas, quase 10% da população da capital do país.

Segundo um relatório apresentado pela Universidade Católica Argentina (UCA), 27,5% dos argentinos vivem abaixo da linha da pobreza. No entanto, segundo o governo Kirchner, a proporção de pobres é de apenas 6,1%. Os dados do governo são elaborados pelo Instituto Nacional de Estatísticas e Censos (Indec), organismo acusado de maquiar os índices de inflação, pobreza e PIB.


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Os argentinos estão reclamando de barriga cheia. Chamam Cristina de megalomaníaca por tentar construir uma obra orçada em US$ 310 milhões. Como chamar a nossa aventura da Copa padrão FIFA? Basta lembrar, que apenas na reforma do Maracanã, um estádio que já estava pronto, gastamos US$ 600 milhões.  

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