5 de jun. de 2010

PALESTINA: Israel intercepta navio, desta vez, sem violência

PALESTINA
Israel intercepta navio, desta vez, sem violência
Como havia anunciado, o governo de Israel interceptou mais um navio com ajuda para Gaza, deteve os ocupantes, apreendeu a carga para verificação e deportou os passageiros. A operação foi feita sem que houvesse aparenta violência

Foto: Reuters

O navio “Rachel Corrie”, com os pacifistas a bordo, que não ofereceram resistência, interceptado por soldados israelitas

Toinho de Passira
Fontes: BBC Brasil, Le JDD, The New York Times

O navio de bandeira irlandesa Rachel Corrie, que transportava ajuda humanitária à Faixa de Gaza, chegou ao porto israelense de Ashdod neste sábado, depois de ser interceptado por militares de Israel.

O Exército afirma que os ativistas a bordo do barco não ofereceram resistência e que a abordagem foi pacífica, mas os passageiros do Rachel Corrie ainda não se manifestaram.

A comunicação com os ativistas foi cortada e uma das organizadoras da frota, no Chipre, diz que os militares israelenses obrigaram os tripulantes a agir contra a vontade e em águas internacionais.

"A marinha israelense entrou no navio e este ruma ao porto de Ashdod. A operação ocorreu tranquilamente, sem violência e de comum acordo com as pessoas a bordo", disse o porta-voz do governo israelense Moro Eisin após a abordagem do sábado.

Israel afirma também que, antes de invadir o barco, enviou quatro mensagens por rádio pedindo para que este mudasse sua rota para Ashdod, mas não recebeu resposta nenhuma.

O governo israelense disse que interrogará os 11 ativistas, irlandeses e malaios, incluindo a vencedora do prêmio Nobel da Paz irlandesa Mairead Corrigan (foto) no porto e transferirá a carga para Gaza depois de vistoriá-la.

Israel diz querer verificar o conteúdo da ajuda, que inclui cimento, cadeiras de roda, equipamentos médicos, giz de cera e cadernos, antes de entregá-la a Gaza, confiscando mercadorias que alega poderem ser utilizadas para fins militares, como material de construção e metal, por exemplo.

O premiê israelense, Binyamyn Netanyahu, elogiou o fato de a operação ter transcorrido sem violência, ao contrário da de segunda-feira.

"Hoje vimos a diferença entre um barco de ativistas pela paz, com quem não concordamos mas respeitamos seus direitos a opiniões diferentes das nossas, e um barco do ódio organizado por violentos extremistas turcos", disse ele.

Mas após a abordagem do navio Rachel Corrie, uma das fundadoras da organização Free Gaza que organizou a tentativa de furar o bloqueio, Mary Hughes, disse estar "ultrajada" pela atitude israelense.

Ela disse que a ONG organizará novos barcos e prometeu “continuar até quebrarmos o bloqueio”.

A ONG Free Gaza, baseada no Chipre, é uma coalizão de grupos pró-palestinos e de organizações de defesa dos direitos humanos.

Foto: Reuters

Manifestantes contrários à ação israelense contra os navios de ajuda humanitária à Gaza, que resultou na morte de nove ativistas e ferimentos em mais 20, realizaram protestos em várias cidades neste sábado, entre elas Londres, Dublin, Istambul, Paris (foto) e Cairo.

Compreenda o que está acontecendo na Palestina lendo posts anteriores do “thepassiranews”:

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