8 de jun. de 2010

Diplomacia brasileira falha na ONU, pior para o Irã

BRASIL - IRÃ
Diplomacia brasileira falha na ONU, pior para o Irã
Tola e redundante a diplomacia brasileira na ONU, acoplada a Turquia e ao Líbano, não quis participar das negociações da elaboração das sanções contra o Irã e acabou facilitando para que os países membros permanentes chegassem bem mais rápido a um acordo definitivo com medidas bem mais duro do que o esperado, já que não havia ninguém na reunião para defender os interesses do governo iraniano

Foto: Reuters

A votação das sanções contra o Irã deverá ocorrer nesta quarta

Toinho de Passira
Fontes: Estadão, Reuters

O Brasil e a Turquia fracassaram em suas iniciativas de prolongar as negociações diplomáticas sobre o programa nuclear iraniano, antes que sejam votadas novas sanções contra o Irã no Conselho de Segurança da ONU.

Os representantes de Estados Unidos e México, país que passou a ocupar a presidência do órgão, afirmaram ontem que a votação será realizada ainda nesta semana, provavelmente amanhã dia 08.

O texto já está pronto, e apenas ajustes finais ainda são discutidos. A partir do momento em que for lançada a proposta oficial, serão necessárias apenas 24 horas até a votação. Os países devem se reunir pela última vez hoje para consultas privadas.

O Brasil e a Turquia convocaram uma reunião de emergência ontem do Conselho de Segurança para pedir a abertura de um debate público. Um espécie do programa enganoso de orçamento participativo do PT.

Os diplomatas de outros países membros do órgão discordaram por considerarem a proposta redundante, já que, antes de votarem, os integrantes devem expor os motivos que os levaram a apoiar ou não a resolução.

"Nós discutiremos e votaremos logo em seguida", disse a embaixadora dos EUA no Conselho de Segurança, Susan Rice. Questionada se a votação seria nesta semana, ela respondeu afirmativamente.

O representante mexicano, Claude Heller, também indicou que a votação será "no meio desta semana". O objetivo é evitar que ela ocorra durante a Copa do Mundo, que começa na sexta-feira.

Foto: ONU

A representante do Brasil na ONU, Maria Luiz Viotti, ficou falando sozinha enquanto defendia o debate político "agora que a parte técnica está concluída".

Os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU chegaram a um acordo sobre o texto com novas resoluções. Dos dez membros rotativos, Brasil, Turquia e Líbano afirmam ser cedo para novas sanções. Os representantes dos três países se recusaram a participar das negociações sobre novas sanções.

Segundo diplomatas, isto acelerou o acordo, pois os brasileiros e os turcos não intercederam para amenizar o texto.

Os EUA esperam que as sanções sejam aprovadas com 12 votos favoráveis no Conselho de Segurança, embora os três membros africanos do órgão ? Uganda, Gabão e Nigéria ? ainda não tenham se pronunciado publicamente sobre o assunto.

Na avaliação dos membros permanentes do Conselho de Segurança (EUA, Rússia, China, Grã-Bretanha e França) e mais a Alemanha, o acordo dos brasileiros e turcos com o Irã, foi tardio, para não dizer ridículo, já que, ao longo dos últimos meses, os iranianos teriam enriquecido mais urânio, depois da rejeição de uma proposta semelhante dos Estados Unidos em outubro passado.

Além disso, Teerã não se comprometeu em suspender o enriquecimento de mais material radiativo na busca por fabricar armas atômicas.

Em resumo, a diplomacia brasileira é tão ruim que compromete e prejudica até quando quer ser a favor.


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