COLOMBIA: Os crimes contra a humanidade do governo Uribe
COLÔMBIA Os crimes contra a humanidade do governo Uribe Nem tudo foi digno na luta de combate a guerrilha pelo governo colombiano de Alvaro Uribe. Existem acusações fundadas que prováveis milhares de inocentes foram mortos por engano, erro ou propositadamente, para compor as estatísticas do exercito no combate a guerrilha. Familiares de vítimas dessas execuções estão dispostas a processar o governo colombiano, na Corte Penal Internacional, caso a Justiça do país não puna os responsáveis pelos assassinatos Foto: Alerta Roja Toinho de Passira A Justiça colombiana investiga pelo menos 1,8 mil assassinatos de jovens de baixa renda do campo e da cidade, que depois de mortos foram vestidos como guerrilheiros. Esses crimes acabaram inflando as estatísticas do Exército, exibindo um suspeito sucesso no combate aos grupos armados. O escândalo na Colômbia é conhecido como “falsos-positivos”. Durante o tempo em que Juan Manuel Santos, candidato governista à Presidência e favorito nas eleições deste domingo, foi ministro de Defesa de Uribe ocorreram a maioria dos assassinatos. Santos disputa o segundo turno com o candidato do Partido Verde, Antanas Mockus. "Queremos que se saiba a verdade, que haja justiça, que isso não volte a acontecer, mas sei que esse é o país da impunidade", disse à BBC Brasil Luz Marina Bernal, cujo filho foi capturado e executado pelo Exército em janeiro 2008. Mãe de quatro filhos, Luz Marina vive no bairro periférico de Soacha, próximo à Bogotá. Seu filho, Fair Leonardo Bernal, de 26 anos, sofria de deficiência mental e nunca foi alfabetizado. "Era como uma criança de 9 anos", conta. "Para ele, todo mundo era amigo. Ele ajudava todos no bairro, em trabalho de construção, em qualquer coisa", afirma Luz Marina, que diz não saber as circunstâncias em que o filho foi levado. "Suponho que alguém pediu para ele ajudar em algum trabalho e assim levaram ele". Foto: El Tiempo A descoberta da execução de Bernal, morto com 13 tiros nas costas, e de outros 18 jovens de Soacha - encontrados no bairro de Santander - acabou levando a revelação dos demais casos de execuções extra-judiciais no país. Foto: Guillermo Torres/SEMANA Para muitos, o escândalo é uma consequência da política de segurança e do esquema de recompensas oferecido pelo governo para oficiais e civis que dessem informação que levassem à captura ou execução de rebeldes. Fotos: Reuters "O ministro Santos e o presidente sabiam o que estava sendo feito", afirmou Luz Marina. "Enquanto nossos filhos eram assassinados (...) os soldados iam recebendo medalhas, condecorações, dinheiro", acrescentou. Foto:EFE Depois que o escândalo veio à tona, Uribe ordenou a destituição de 27 militares, incluindo três generais e alguns coronéis. Segundo o governo, 194 militares foram condenados e mais de 1,6 mil militares que estão sob investigação. Foto: Associated Press |
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