20 de jun. de 2010

COPA 2010 - Jogo difícil - Tostão

COPA 2010
Jogo difícil
Para vencer a Costa do Marfim, o Brasil tem de jogar melhor do que jogou contra a Coreia do Norte

Foto: Getty Images

DIDIER DROGBA: Onde mora o perigo!

TOSTÃO
Fonte: Folha de São Paulo

Costa Do Marfim e Portugal têm boas chances de vencer a Coreia do Norte pela diferença de mais de um gol. Por isso, empatar hoje com a Costa do Marfim é um resultado ruim, perigoso. O Brasil teria de ganhar de Portugal.

A Costa do Marfim é uma seleção alta, forte e com bom sistema defensivo. O bom ataque de Portugal foi totalmente anulado. Por outro lado, o time africano não criou chances de gol. O jogo só poderia terminar 0 a 0.

A Costa do Marfim atua com quatro defensores, dois volantes, uma linha de três meias e um centroavante. Mas, como marcou muito atrás, com nove jogadores em seu campo, esperando Portugal para contra-atacar, o centroavante ficou isolado. Hoje, Drogba inicia a partida. Ele é excepcional nas jogadas aéreas e nas finalizações.

Como a Coreia do Norte marcou muito atrás, Gilberto Silva e Felipe Melo atuaram livres. Se a Costa do Marfim fizer o mesmo, o que é provável, Felipe Melo deveria avançar mais, o que não fez contra a Coreia do Norte. A chegada de trás de um armador confunde a defesa adversária.

Certamente os dois meias da Costa do Marfim, um de cada lado, vão tentar impedir os avanços de Michel Bastos e, principalmente, de Maicon.

É mais um motivo para Felipe Melo chegar mais à frente. Daniel Alves e Ramires fazem isso melhor. Se o Brasil não conseguir vantagem no placar durante o primeiro tempo ou até os 15 minutos do segundo tempo, é provável que entre um ou os dois. Nilmar é outra opção para o segundo tempo. Ele é agora o primeiro reserva de Robinho, de Luis Fabiano e até de Kaká. Robinho passaria a fazer a função do jogador do Real Madrid, como ocorreu no segundo tempo contra a Coreia do Norte.

Em uma Copa do Mundo, o controle das emoções é também decisivo. O jogador tem de ser vibrante sem ser apressado, afoito. A ansiedade, até certos limites, ajuda o atleta. Há uma maior produção de substâncias químicas, e o jogador fica mais atento, mais aguerrido e com mais força muscular. É o doping psicológico.

Mas, quando a ansiedade atinge níveis muito altos, o atleta fica confuso, intranquilo, passa a errar mais e a ser mais agressivo, correndo riscos de ser expulso. Dunga tem de ficar de olho em Felipe Melo.

"Quem ganha e perde as partidas é a alma." (Nelson Rodrigues)


*Acrescentamos foto e legenda ao texto original

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