17 de jun. de 2010

COPA 2010: O Crime da minissaia laranja

COPA 2010
O Crime da minissaia laranja
Duas mulheres holandesas foram detidas pela polícia sul africana por crime de marketing disfarçado, por liderarem um belo grupo de mulheres, que foram expulsas do estádio, vestidas de sensuais mini-vestidos laranja que estariam indiretamente fazendo propaganda para a cervejaria holandesa Bavária, concorrente da Budweiser, oficialmente uma das patrocinadoras oficial junto a FIFA

Foto: Reuters

As holandesas de vestido laranja foram retiradas do estádio, durante a partida Holanda e Dinamarca, acusadas de fazerem publicidade ilegal

Toinho de Passira
Fontes: The Guardian, The Telegraph, The New York Times, Gazeta Online, AFP, , Estadão, Reuters

As holandesas Barbara Castelein e Mirthe Nieuwpoort (foto à esquerda) foram procuradas no hotel, na capital sul-africana, e levadas pela polícia ao Tribunal Especial criado para tratar de questões relativas ao Mundial da Copa do Mundo, sob acusação de publicidade ilegal.

Estão sendo processadas, embora tenham sido postas em liberdade sob a fiança de 10 mil euros (pouco mais de R$ 22 mil), mas tiveram os passaportes apreendidos e estão proibidas de deixar o país africano.

Tudo isso porque lideravam um grupo formado por 36 lindas mulheres, que usavam vestidos curtos na cor laranja. Soube-se depois que apenas três delas eram holandesas. As outras 33 foram contratadas na África do Sul.

Foto: Getty Images

A Bavaria diz que as mulheres não usavam logotipos da empresa nos vestidos, mas mesmo assim contratou advogados para proteger as holandesas processadas

Na última segunda-feira, o grupo de 36 mulheres foi retirado do estádio durante o segundo tempo da partida entre Holanda e Dinamarca. Agentes da FIFA suspeitavam que elas pudessem fazer parte de uma ação de "marketing de emboscada" nas arquibancadas do Soccer City.

As holandesas no momento em que foram abordadas pelo fiscal da FIFA
Elas estavam sendo usadas pela cervejaria Bavária a concorrente da Budweiser que é uma das patrocinadoras oficiais da Copa do Mundo e detém o direito de exibição exclusiva de sua marca nos locais de disputa dos jogos.

As torcedoras laranjas não chegaram a serem presas, mas foram levadas a uma sala do estádio e interrogadas e mantidas sob custódia até muito depois do encerramento da partida.

As prisões demonstram o esforços dos executivos da FIFA para proteger os seus patrocinadores da Copa do Mundo, que coletivamente chegaram a pagar a Federação Internacional de Futebol Association, US$ 1,2 bilhão para terem esse privilégio.

A África do Sul endureceu suas leis de marca registrada no período que antecede o torneio e já foi exigido ao Brasil a mudança da legislação, especificamente, para a Copa do Mundo, só para proteger os patrocinadores da FIFA.

Uma lei vigente na Copa do Mundo da África do Sul, criou zonas de exclusão ao redor dos estádios, onde a polícia deve retirar os vendedores ambulantes que estejam comercializando mercadorias não autorizadas.

A Bavária está longe de ser a primeira marca a entrar em conflito da FIFA. A organização apresentou mais de 2.500 queixas a nível mundial sobre os casos de alegado “marketing ilegal” relacionadas com o torneio de 2010, informa o jornal The New York Times.

A FIFA fiscaliza a utilização desse marketing indireto e disfarçado a minúcia.

Foto: Flowcomm/Flickr

A empresa aérea da África do Sul foi proibida até de dizer que ama futebol

Por exemplo, a empresa aérea Sul Africana Kulula, que bem poderia pertencer ao nosso presidente, foi proibida de usar na sua publicidade, qualquer coisa relativa à Copa do Mundo. Travou-se na justiça uma verdadeira batalha de bom humor por parte da empresa aérea e de prepotência por parte da FIFA.

Proibiram a Kulula (que nome extraordinário para uma companhia aérea brasileira) de exibir nos comerciais campos de futebol, vulvuzelas, bolas e até a bandeira da África do Sul.

Os marqueteiros da empresa foram criando novas situações, sem desrespeitarem as ordens judiciais, mas gerando novas demandas da FIFA.

Proibidas de usar o futebol e a Copa como forma de atrair passageiros, puseram no corpo das aeronaves uma letreiro onde diziam que eram a "transportadora nacional não oficial do "Você-Sabe-O-quê”

A justiça, acionada pela FIFA, mandou que eles tirassem essa expressão e eles então puseram uma bola de futebol no nariz do avião dizendo que amam futebol. A FIFA acabou desistindo.

Mas a FIFA vai ao detalhe, como outro exemplo, proibiu via justiça, proibindo o pirulito “Pops 2010”, com o tema futebol na embalagem, da empresa sul africana Metcash Trading África e confiscaram bandeiras, vendidas por ambulantes, durante as partidas Holanda e Dinamarca, e Gana e Sérvia, que tivessem qualquer símbolo que representasse a Copa do Mundo.

Foto: Getty Images

A FIFA seja avisada que a torcida brasileira não vai deixar ser retirado do estádio um time desse

Por fim a Bavaria deve estar muito satisfeita com essa confusão toda aprontada pela FIFA, prendendo as mulheres de mini-vestidos. Acabou dando mais notoriedade a marca, do que aconteceria apenas com a presença das mulheres de laranja no meio da multidão. Mas sensato do que essa confusão toda seria ordenar que as mulheres tirassem o vestido.


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