PERNAMBUCO: Porque tocavam os sinos da Igreja de Barreiros?
PERNAMBUCO Porque tocavam os sinos da Igreja de Barreiros? O jornalista Rafael Dias, de forma peculiar, conta a história de pequenos heróis que ajudaram a reduzir a tragédia em Pernambuco, uma delas foi a do Padre José Gusmão, que tocou o sino da Igreja e alertou a população da tragédia que se aproximava e salvou muitas vidas
Tânia Passos Fonte: Diário de Pernambuco Barreiros deveria beijar os pés do padre José Gusmão. Por meio deste gesto humilde, a população reconheceria o esforço do titular da Igreja Matriz São Miguel. Não fosse por ele, toda a cidade teria sido, provavelmente, dizimada. Foi o padre que, a partir das 12h da sexta-feira passada, começou a dar alertas sobre o que viria a ser a pior enchente da história recente da cidade. Assim que soube das notícias que ressoavam das paróquias de Cupira e Palmares sobre a elevação rápida do leito do Rio Una, o pároco fez de tudo para que os moradores saíssem às pressas, sobretudo aqueles que moram nas áreas ribeirinhas, em rota de fuga para as áreas mais altas. Ele nem se incomodou de ser rotulado de o "profeta do apocalipse". Badalou os sinos da igreja, deu flashes na rádio comunitária da cidade (principalmente depois que a rádio local Cultura FM saiu do ar) e até bateu de porta em porta. Apesar de estar na paróquia há 17 anos, ninguém acreditava nele. "Eu dizia aos moradores que não adiantava se refugiar no primeiro andar das casas, que as águas estavam vindo fortes demais", lembra o religioso, que, mesmo com o desdém inicial dos fieis, continuou na sua missão de mensageiro. Naquela noite a população não dormiu apreensiva com as chuvas. De manhã cedo no sábado passado, dia 19, foram percebendo a força das águas e puderam fugir a tempo. "Eles não acreditaram na hora. Mas acho que o alerta foi útil porque ficaram de sobreaviso", especula, de forma modesta, o padre José Gusmão. Ele próprio rechaça o título de salvador de uma cidade. "Não fui eu que os salvei, foi Deus", afirmou, em tom firme. Foi essa matéria que Maria Helena Rubinato Rodrigues de Sousa leu e escreveu a matéria para o Blog do Noblat, que está reproduzido no post acima. |
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