COLOMBIA – Candidato de Uribe é o favorito no segundo turno
COLOMBIA – ELEIÇÕES 2010
Candidato de Uribe é o favorito no segundo turno No primeiro turno o candidato do governo Manuel Santos obteve 46%, contra os 21% de Antanas Mockus, do Partido Vede,. Pelas alianças acertadas e a empolgação da campanha, acredita-se que o candidato Santos tomará posse como o novo presidente da Colômbia e o Mockus, terá menos votos que teve no primeiro turno. Fotos: Reuters/Getty Images Claudia Jardim Colombianos vão as urnas neste domingo definir em segundo turno o futuro presidente do país após oito anos de governo de Álvaro Uribe. Ogovernista Juan Manuel Santos, do partido da "U", visto como o herdeiro do uribismo, aparece como favorito nas pesquisas de intenção de votos com pelo menos 25 pontos à frente de seu adversário do partido Verde, Antanas Mockus, ex-prefeito de Bogotá. Santos venceu o primeiro turno com mais de 46% dos votos - 3,6 milhões à frente de seu adversário do Partido Verde, Antanas Mockus, que obteve 21%. O resultado surpreendeu, por contrariar pesquisas de intenção de voto que apontavam um "empate técnico" entre os candidatos. Para este domingo, o partido Verde aposta em reduzir a ampla diferença de votos a favor de Santos e tem chamado seus simpatizantes a conseguirem ao menos outros três votos de eventuais abstencionistas.
Apesar de cerca de 30 milhões de eleitores estarem inscritos no registro eleitoral, analistas consideram que a abstenção neste domingo poderá superar a abtenção de 49% registrada no primeiro turno. O Movimento de Observação Eleitoral (MOE) considera que o amplo favoritismo do candidato governista, a Copa do Mundo e a semelhança de projetos entre os dois candidatos, são fatores que podem contribuir à alta abstenção. "Ao menos um milhão de eleitores não veem em nenhum dos dois candidatos uma opção, haverá dois jogos importantes da Copa e um número importante de eleitores veem o favoritismo de um dos candidatos como um fator desestimulante, porque pensam que seu voto não fará diferença no resultado", afirmou à BBC Brasil Arial Ávila, analista do MOE. Analistas consideram que a consolidação da candidatura de Santos se deve à herança de Uribe, que pode terminar o mandato com mais de 70% de popularidade, e ao uso da máquina do Estado, em especial dos votos de eleitores beneficiários de programas sociais do atual governo. Outro fator é a ampla aliança feita com os demais partidos conservadores, cujo apoio pode incrementar de maneira significativa o número de votos a seu favor neste segundo turno. "Se Santos vencer com uma ampla votação terá maior liberdade para governar e colocar características próprias a seu governo, sem estar atado à figura do presidente Uribe", afirmou à BBC Brasil a analista política Maria Teresa Ronderos. Se essa tendência for confirmada, Ronderos acredita que Santos poderá fazer um governo "mais institucional e menos populista". "Santos pode ter a opção de fazer um governo diferente, mais respeituoso das instituições e menos agressivo, inclusive com os países vizinhos", disse. "A incógnita é se ele estará disposto a romper com as máfias no Congresso e com o sistema clientelar de governar."
Por outro lado, Mockus, que durante o primeiro turno foi visto como um fenômeno eleitoral utilizando redes sociais como Facebook e Twitter, com uma mensagem direta de ataque ao clientelismo, corrupção e desigualdade, teria cometido erros durante debates televisivos que teriam "desinflado" sua candidatura, de acordo com analistas. Para Ronderos, o desafio de Mockus neste domingo será manter os três milhões de votos conquistados no primeiro turno. "Se isso acontecer, já será um resultado bastante significativo para a oposição", afirmou. Durante a campanha, ambos candidatos prometeram dar continuidade à política de segurança do presidente colombiano Álvaro Uribe, principal marca do atual governo, e a seus principais programas sociais. A diferença entre os dois candidatos, no entanto, está no estilo. Santos preferiu não marcar diferença entre ele e o presidente Álvaro Uribe, de olho na capitalização dos votos do atual presidente e convocou os colombianos a "não mudar o rumo". Mockus, por sua vez, utilizou escândalos como execuções extra-judiciais e a aliança entre políticos e paramilitares para defender a "legalidade" e "honestidade" para resolver os problemas do país. Eleito em 2002 e reeleito em 2006, com a promessa de enfrentar as guerrilhas, Uribe implementou uma ofensiva militar sem precedentes, principalmente através de sua política "Segurança Democrática" e da ampliação do "Plano Colômbia" – um acordo de cooperação militar com os Estados Unidos. Quem sair vitorioso das urnas neste domingo receberá um país com 45,5% de pobres, 5,2 % menos que há oito anos, com uma taxa de desemprego de 12%, uma das mais altas da América Latina e com um déficit fiscal estimado em mais de 4% do Produto Interno Bruto. O resultado final da eleição deve ser divulgado a partir das 18h em Bogotá (20h em Brasília). Foto: Getty Images *Acrescentamos subtitulos fotos e legendas, ao texto original |
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