O ataque a um navio em águas internacionais para manter um bloqueio marítimo lembra sobremaneira a história dos judeus que enfrentaram a marinha britânica, a bordo do “Exodus” para chegar a Israel, em meados do século passado
Foto: Arquivo
O celebre navio Exodus, repleto de refugiados judeus, dominado pelos fuzileiros navais ingleses, porto de Haifa, 1947
Toinho de Passira
Muita gente lembrando o quão similar foi a operação de abordagem dos fuzileiros israelitas aos ativistas que tentavam furar o bloqueio judeu a Gaza, com os fatos ocorridos há 63 anos, quando logo após o final da 2ª Guerra Mundial, os judeus sobreviventes do Holocausto na Europa, doentes, traumatizados e sem pátria, embarcavam em navios velhos e surrados, alugados na Turquia e em Chipre tentando navegar até israel, então sob o mandato dos ingleses.
Os vilões da época era a Real Marinha Britânica, que acertaram com os árabes de não permitir a mais migração ilegal de judeus para Israel, em troca de apoios árabes recebidos contra a Alemanha de Adolfo Hitler.
O mais famoso desses navios foi a embarcação americana, President Warfield, cujo nome fora trocado para “Exodus”, que entrou no porto de Haifa, no dia 18 de julho de 1947, com seus alto-falantes tocando os acordes de Hatikva" ('A Esperança', canção que se tornaria o hino nacional israelense).
Exodus foi o primeiro navio, que recebeu ordem da marinha britânica de voltar, ainda em águas internacionais mas à vista da costa palestina.
Havia saído de Marselha, na França, com 4,515 sobreviventes do Holocausto, dos quais 655 eram crianças de todas as idades.
Os britânicos tomaram o navio pela força, depois de uma resistência desesperada dos judeus. Dois deles e um tripulante morreram.
O navio seqüestrado foi dirigido para Haifa e os emigrantes forçados a embarcar em navios de deportação com destino a França de novo.
Chegados a Port-de-Bouc, na França, os judeus do Exodus, permaneceram nos navios em greve de fome durante 24 dias, recusando desembarcar, apesar da fome e das péssimas condições inclusive higiênicas à bordo.
Vendo que não cediam, os britânicos ordenaram o deslocamento dos navios ironicamente para Hamburgo, na Alemanha, zona de ocupação do exército britânicos.
Longe da opinião pública, que já começa a constranger os ingleses, fizerem-nos desembarcar à força, e os internaram em dois campos de concentração muito parecidos com os anteriores feitos pelos nazistas, agora chamados de "campos para emigrantes ilegais" nas cercanias de Lubeck, na Alemanha.
Toda esse sofrimento e determinação fez o mundo pressionar os ingleses em defesa do povo judeu, que culminou com a independência do Estado de Israel, em 28 de Abril de 1948, após aprovação na ONU, que criou ao mesmo tempo um estado Palestino.
No dia de sua independência, Israel foi atacado pelos exércitos de oito nações árabes (das 22 muçulmanas atualmente existentes) que desde então não aceitavam a existência do único estado judaico do mundo. Do conflito e da instalação do Estado judeu nasceu outro povo, e o inicio de um novo drama:o dos refugiados palestinos.
Os fatos de agora, transformaram Israel, de vítima a vilão, e os palestinos são os novos necessitados de apoio mundial e recebem de apoio navios de ativistas que tentam repetir a história do “Exodus”.
2 comentários:
Não penso que os palestinos sejam tão necessitados assim afinal de contas vivem melhor do que muitos pobres dos países ditos "emergentes " e/ ou subdesenvolvidos. Além disso acho que os civis israelitas que ja foram atingidos por mísses pelo hamas não pensariam que os palestinos são tão inocentes. Outra questão é a necessidade de o Egito ser mais rígido com o controle do tráfico de armas que fornece armamento ao Hamas. Ver os erros de Israel e classificar palestinos como " coitados necessitados de ajuda internacional" é muito fácil. Ter uma visão mais sistêmica da situação e perceber que Israel é apenas um Estado cuja política externavisando manter a soberania a segurança é caracterizada por erros e acertos, como em qualquer outro Estado exige mais reflexão e erudição. Exige também que você não seja menos sugestionável à versão da história lançada na mídia e procure outras informações por conta própria. Gostaria de te informar também que a Ong que tentou levar "ajuda humanitária a Gaza" já foi alvo de uma pesquisa (em 2006, muito antes de toda essa história ocorrer-o que torna a pesquisa válida) que comprovou sua participação em um possível apoio a grupos terroristas.
De posse dessas informações tente por favor, reformular seu pensamento. Acredito que a situação dos Palestinos seja precária sim, mas não se pode ver Israel apenas como um monstro sanguinário que tenta o tempo todo matar inocentes. É preciso ver que essa moeda possui mais de um lado.
Sou granduando em Relações Internacionais. caso queira saber algo mais, entre em contato comigo :
fabi.sluizap@gmail.com
Não penso que os palestinos sejam tão necessitados assim afinal de contas vivem melhor do que muitos pobres dos países ditos "emergentes " e/ ou subdesenvolvidos. Além disso acho que os civis israelitas que ja foram atingidos por mísses pelo hamas não pensariam que os palestinos são tão inocentes. Outra questão é a necessidade de o Egito ser mais rígido com o controle do tráfico de armas que fornece armamento ao Hamas. Ver os erros de Israel e classificar palestinos como " coitados necessitados de ajuda internacional" é muito fácil. Ter uma visão mais sistêmica da situação e perceber que Israel é apenas um Estado cuja política externavisando manter a soberania a segurança é caracterizada por erros e acertos, como em qualquer outro Estado exige mais reflexão e erudição. Exige também que você seja menos sugestionável à versão da história lançada na mídia e procure outras informações por conta própria. Gostaria de te informar também que a Ong que tentou levar "ajuda humanitária a Gaza" já foi alvo de uma pesquisa (em 2006, muito antes de toda essa história ocorrer-o que torna a pesquisa válida) que comprovou sua participação em um possível apoio a grupos terroristas.
De posse dessas informações tente por favor, reformular seu pensamento. Acredito que a situação dos Palestinos seja precária sim, mas não se pode ver Israel apenas como um monstro sanguinário que tenta o tempo todo matar inocentes. É preciso ver que essa moeda possui mais de um lado.
Sou granduando em Relações Internacionais. caso queira saber algo mais, entre em contato comigo :
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