12 de dez. de 2010

INGLATERRA: Polícia investiga violência em protestos estudantis

INGLATERRA
Polícia investiga violência em protestos estudantis
A cidade de Londres foi cenário, nesta quinta-feira, de episódios de violência durante protestos contra o aumento nos custos da educação universitária, que estava sendo discutido no Parlamento. Houve confrontos com a polícia, quebra de vitrines, depredações de prédios públicos e atos de vandalismo contra monumentos. Até o príncipe Charles e sua esposa Camilla foram molestados dentro de veículo, que teve um dos vidros quebrados por manifestantes

Foto: Getty Images

A estátua de Winston Churchill envolvida na manifestação

Postado por Toinho de Passira
Fontes: BBC Brasil, The Daily Mail

A polícia londrina iniciou uma investigação dos protestos estudantis que ocuparam o centro da capital londrina por vários dias ao longo do último mês, em reação ao aumento nos custos da educação superior na Inglaterra. A investigação policial almeja identificar os responsáveis pelos atos de violência perpetrados durante as manifestações.

Foto: Associated Press

A superintendente-chefe da Scotland Yard, Julia Pendry, disse que os policiais tentavam evitar que os protestos se espalhassem para outras regiões da cidade

Há relatos de confrontos com a polícia, quebra de janelas de lojas e de prédios públicos e atos de vandalismo contra estátuas, incluindo a de Winston Churchill. A árvore de Natal gigante da Trafalgar Square foi incendiada.

Fotos: Getty Images/Associated Press

A Scotland Yard disse que 12 policiais e 43 manifestantes foram feridos e 33 pessoas foram presas. A maioria delas foi solta após pagar fiança, e não houve acusações.

A Comissão Independente de Reclamações contra a Polícia está investigando a alegação de que o estudante universitário Alfie Meadows, de 20 anos, ficou com sérios ferimentos na cabeça após ser atingido por um cassetete.

Os estudantes criticaram as ações da polícia e disseram que a violência policial provocou a situação.

Foto: Associated Press

Os manifestantes atiraram uma lata de tinta ao veículo, que conduzia o príncipe Charles e sua esposa Camila, a Duquesa da Cornualha, para um compromisso oficial no teatro London Palladium. O vidro de uma das janelas do carro foi quebrado, mas o casal não se feriu.

A polícia londrina também foi criticada por especialistas de segurança por supostamente falhar na proteção ao príncipe Charles.

Segundo os especialistas, a polícia deveria ter elaborado rotas alternativas para o carro que o levaria.

Em contrapartida, um porta-voz da família real disse que o casal real "compreende completamente as dificuldades que a polícia enfrenta e é sempre muito grato à polícia pelo trabalho em circunstâncias difíceis".

Em comunicado, o primeiro-ministro britânico, David Cameron, disse que é preciso aprender lições com as falhas de segurança que permitiram que os manifestantes atacassem o carro.

Foto:

O premiê David Cameron disse que os responsáveis pelas depredações devem ser punidos

Cameron disse ainda que, apesar dos erros, o incidente não foi culpa da polícia, e sim dos manifestantes.

"A responsabilidade de destruir propriedade alheia e da violência é das pessoas que perpetraram essa violência, e eu quero vê-las presas e punidas corretamente."

Foto: Demotix Images

Quando a coisa realmente esquentou, entrou em cena a cavalaria das força policial, raramente empregada no controle de manifestações.

Pelo projeto aprovado nesta quinta, o piso das anuidades em universidades inglesas passará, em 2012, de 3.290 libras (R$ 8,9 mil) para 6 mil libras, e algumas universidades poderão cobrar até 9 mil libras em "circunstâncias excepcionais" - se oferecem, por exemplo, bolsas e programas que incentivem estudantes mais pobres a cursá-las.

As anuidades podem ser pagas por empréstimos do governo, mas os estudantes têm de quitá-los quando estiverem ganhando um salário anual a partir de 21 mil libras.

Foto: Demotix Images

Os jovens não se conformaram com as mudanças impostas pelo governo

O governo qualificou as mudanças de “justas”, em especial em um momento em que o país implementa medidas de austeridade para combater seu deficit público. Já os estudantes dizem que o aumento encarecerá demais os empréstimos. O aumento nas taxas de empréstimos universitários valerá exclusivamente para os estudantes na Inglaterra. Estudantes galeses não pagarão taxas maiores.

Na Escócia, não há empréstimos estudantis, e a Irlanda do Norte ainda não definiu como responderá aos aumentos nas taxas, aprovadas em Londres.


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