12 de out. de 2013

Enfrentado Eduardo Campos ou Aécio, Dilma venceria no primeiro turno, mas...

BRASIL – Eleição 2014
Enfrentado Eduardo Campos ou Aécio,
Dilma venceria no primeiro turno, mas...
O Datafolha informa que 1 em cada 4 eleitores (23%) ainda não escolheu um candidato. Dependendo da movimentação desse pessoal, Dilma pode virar um portento ou pode ceder o segundo turno a um dos seus antagonistas.

Ilustração Editoria de arte/Folhapress

Postado por Toinho de Passira
Fontes: Folha de S. Paulo, Blog do Josias de Souza

Pesquisa Datafolha realizada nesta sexta (11) mostra que a presidente Dilma Rousseff seria reeleita no primeiro turno se disputasse a eleição contra os dois candidatos mais prováveis do PSDB e do PSB, o tucano Aécio Neves e o socialista Eduardo Campos.

Nessa simulação, Dilma tem 42% das intenções de voto; Aécio, 21%; Campos,15%. Brancos, nulos ou nenhum somam 16%. Outros 7% não sabem em quem votar.

O instituto testou quatro cenários para a eleição presidencial de 2014, alternando os nomes de Campos e Marina Silva, pelo PSB, e os de Aécio e José Serra, pelo PSDB.

Nas outras três combinações, Dilma não teria uma quantidade suficiente de votos para garantir vitória no primeiro turno.

Na simulação em que a disputa aparece mais apertada, a petista alcança 37% das intenções de voto, Marina marca 28%, Serra alcança 20%.

Trata-se, porém, justamente do cenário mais improvável da eleição, já que os principais líderes do PSB e do PSDB trabalham pelas candidaturas de seus presidentes nacionais, Campos e Aécio.

As simulações do atual levantamento não podem ser diretamente comparadas com as de pesquisas anteriores do instituto porque não há coincidência de cenários.

No quadro que era tido como o mais provável da pesquisa anterior, no início de agosto, Dilma tinha 35%; Marina marcava 26%; Aécio alcançava 13%; Campos, 8%.

Após o fracasso da criação da Rede dentro do prazo legal para concorrer em 2014, Marina filiou-se ao PSB. Com isso, não há mais como ela e Eduardo Campos disputarem o mesmo cargo.

Os números de ontem sugerem que o espólio eleitoral de Marina foi dividido de forma quase idêntica entre Dilma, Aécio e Campos. A petista teria herdado 7 pontos; o tucano, 8; o socialista agora apoiado por Marina, 7.

O levantamento de ontem também confirma que Marina seria a adversária mais competitiva da presidente Dilma Rousseff em 2014. Ela atinge 29% em seu melhor cenário, quase o dobro da melhor situação de Campos.

Dilma vence em todas as simulações de segundo turno. Contra Marina, ganha por 47% a 41%. Contra Serra, por 51% a 33%. Contra Aécio, 54% a 31%. Contra Campos, 54% a 28%.

Ilustração Editoria de arte/Folhapress


O jornalista Josias de Souza comenta:

Quem olha para o principal cenário com olhos descuidados conclui que Dilma Rousseff (42%) prevalece no primeiro turno sobre Aécio Neves (21%) e Eduardo Campos (15%). Isso porque somando-se as taxas de intenção de votos atribuídas a Aécio e Eduardo (36%) a dupla fica seis pontos abaixo de Dilma. O diabo é que, a um ano da eleição, as dúvidas podem valer mais do que a certeza aritmérica.

Por exemplo: o Datafolha informa que 1 em cada 4 eleitores (23%) ainda não escolheu um candidato. Dependendo da movimentação desse pessoal, Dilma pode virar um portento ou pode ceder o segundo turno a um dos seus antagonistas.

Dos 23% que ainda não se fixaram em nenhum candidato, 7% dizem que não sabem em quem votar. Cedo ou tarde, esse eleitor tomará um rumo. Outros 16% declaram que votarão em branco ou anularão o voto. Considerando-se o histórico das últimas eleições, esse percentual vai cair significativamente. Nas eleições de 2002, brancos e nulos somaram 10,38%. Em 2006, 8,41%. Em 2010, 8,64%.

Outra coisa: não há brasileiro que não conheça Dilma. Aécio ainda é desconhecido por 22% do eleitorado. Eduardo ostenta taxa de desconhecimento ainda maior: 43%. Significa dizer que os dois rivais de Dilma ainda têm espaço para crescer.

Não é só: os nanicos PSOL e PPS cogitam lançar respectivamente as candidaturas presidenciais do senador Randolfe Rodrigues e da ex-vereadora Soninha Francini. Nenhum dos dois vai virar presidente da República. Mas seus votos, por mínimos que sejam, podem ajudar a compor um cenário de segundo turno.

Ilustração Editoria de arte/Folhapress

Há mais: Marina Silva, agora filiada ao PSB, desponta como uma reserva de luxo de Eduardo Campos. O Datafolha informa que, hoje, ela seria para Dilma a adversária mais dura de roer. No seu melhor cenário, Marina atinge 29%, quase o dobro do percentual atribuído ao governador de Pernambuco.

Com Marina, a disputa iria para um segundo round de placar apertado: 47% para Dilma, 41% para a líder da Rede. Escassos seis pontos percentuais de diferença, noves fora a margem de erro de dois pontos. Com seus outros rivais, a vida de Dilma seria, aos olhos de hoje, facilitada num eventual segundo turno. Bateria Eduardo por 54% a 28%. Superaria Aécio por 54% a 31%.P align=center>Ilustração Editoria de arte/Folhapress

O tucano José Serra também pode ficar tentado a se assanhar. Num cenário contra Dilma (37%) e Marina (28%), ele aparece com 20%. O problema é que, diferentemente de Marina, Serra seria um reserva manco de Aécio. Conhecido de 97% dos eleitores, Serra arrasta a bola de ferro da rejeição: 36% declaram que jamais votariam nele.

Os resultados deste Datafolha não podem ser comparados com a sondagem anterior, veiculada no início de agosto. Antes, havia quatro candidatos. Agora, com o ingresso de Marina no PSB, só há três contendores, já que a ex-senadora e Eduardo Campos não poderão figurar na mesma urna eletrônica.

Na pesquisa de agosto, Dilma aparecia com 35%; Marina com 26%; Aécio, 13%; e Eduardo, 8%. Tudo leva a crer que, com Marina fora do páreo, seus 26% se dividem em três partes praticamente iguais: Dilma herda sete pontos percentuais, Aécio belisca oito; e Eduardo, absorve os outros sete.

Em termos políticos, o maior beneficiário foi mesmo Eduardo Campos. Ele avançou algo como seis meses de campanha em uma semana. Desde sábado passado, mercê da superexposição ao lado de Marina, o mandachuva do PSB saltou da condição de candidato nanico para a de um postulante de dois dígitos. Para desassossego de João Santana, os anões não se “comeram lá embaixo”. Juntaram-se.

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