Botox estatístico: Governo de Cristina Kirchner maquia cosmeticamente índices econômico, inclusive o PIB
ARGENTINA - Economia Botox estatístico: Governo de Cristina Kirchner maquia cosmeticamente índices econômico, inclusive o PIB Governo argentino, estaria aplicando baita maquiagem e intervenções cosméticas para dar revamp no índice do PIB Foto: Arquivo Postado por Toinho de Passira O governo da presidente Cristina Kirchner tornou-se mundialmente famoso pela maquiagem do índice de inflação que faz em grande escala desde dezembro de 2006 por intermédio do Instituto Nacional de Estatísticas e Censos (Indec), organismo sob intervenção da Casa Rosada. Graças à manipulação, a inflação argentina oficial exibe índices baixos, quase sempre de um terço à metade da alta de preços calculada pelas consultorias econômicas não-alinhadas com o governo, sindicatos, associações empresariais e os partidos da oposição (que no Parlamento elaboram um índice paralelo). No entanto, a inflação não seria o único objeto de camuflagem, já que o governo – segundo um relatório elaborado em conjunto pela Universidade de Buenos Aires (UBA) e a Universidade de Harvard – também estaria alterando de forma substancial os índices do PIB desde 2008. O economista Ariel Coremberg, coordenador do relatório, que trabalhou no cálculo oficial do PIB até a intervenção do Indec, sustenta que os acadêmicos reproduziram os cálculos do PIB desde 1993 até 2012 com as mesmas fontes e métodos. “No entanto, temos que nosso gráfico e o do governo começam a se diferenciar em 2008”, afirma. Segundo ele, com a medição tradicional, o PIB teria na realidade crescido um acumulado de 15,9% entre os anos 2007 e 2012, equivale a uma média de 3% por ano. Mas,de acordo com os dados oficiais, entre 2007 e 2012 o crescimento acumulado foi o dobro, de 30%, o equivalente a um aumento anual de 5,3% em média. A presidente Cristina costuma afirmar em seus discursos que a Argentina cresceu com “taxas chinesas”. Enquanto que o governo sustenta que em 2012 o PIB cresceu 2,2%, o estudo da UB e Harvard indica que na realidade houve uma queda, já que teria sido de -0,4%. Os economistas alertavam para a manipulação dos índices do PIB desde 2009, quando a maioria das consultorias indicaram que o país havia entrado em recessão e que o PIB tinha uma marca negativa de 4%. No entanto, o governo negou a crise na época, sustentando que o PIB exibia um aumento de 1%. ALARDES - A exibição de um índice mais pujante do PIB serve para que o governo Kirchner faça alarde sobre uma suposta situação econômica próspera da economia argentina. Mas, por outro lado, segundo Coremberg, os índices artificialmente altos obrigam o governo a pagar mais aos credores internacionais, já que um dos títulos reestruturados da dívida pública é o “Cupom PIB”. Os economistas independentes calculam que o PIB de 2013 terá um crescimento de 3%. Mas, caso o aumento do PIB deste ano seja de 5,1%, tal como prevê o governo Kirchner, o Estado argentino terá que desembolsar US$ 4 bilhões a mais para os credores. Esse volume equivale a 12% das reservas atuais do Banco Central, entidade de onde saem os fundos que a presidente Cristina utiliza para pagar os credores. “MANIPULADOR SERIAL” - Em 2006 o governo do então presidente Nestor Kirchner deparou-se com o fracasso na implementação de uma política de congelamento de preços. No entanto, o denominado “modelo kirchnerista” não podia aceitar a alta inflacionária. Desta forma, Kirchner decidiu a maquiagem do índice. “O governo, ao perceber que a febre da inflação era elevada demais, em vez de tentar debelar a doença optou por mudar o termômetro. Um termômetro que mede a febre para baixo”, ironizava em 2008 o colunista político Jorge Lanata. Nos últimos seis anos e meio a manipulação dos índices foi comandada pelo secretário de Comércio Interior, Guillermo Moreno. O cálculo da pobreza também seria alvo da maquiagem, já que o governo sustenta que a pobreza era de 6,5% em 2011 e caiu para 5,4% em 2012. No entanto, a Universidade Católica Argentina, por intermédio de uma exaustiva pesquisa feita com acadêmicos e uma rede de paróquias em todo o país, sustentou que a pobreza, que em 2011 estava em 21,9% havia subido para 26,9% em 2012. Durante a crise de 2001-2002 a pobreza assolava 54% dos argentinos. Mas, em 2003 começou a cair, até chegar a 20% em 2006. Mas, a partir de 2007, as estatísticas divergem: o governo afirma que a pobreza continuou encolhendo, enquanto que sindicatos, a oposição e a Igreja Católica afirmam que ela voltou a crescer. Os analistas econômicos ironizam sobre o acúmulo de manipulações dos índices de produção industrial, inflação, pobreza e PIB e afirmam que o governo Kirchner é um “manipulador serial”. POLE POSITION - Segundo a presidente Cristina, entre 2002 e 2012 o PIB argentino cresceu 99,1%, proporção que colocaria a Argentina na pole position do crescimento da América do Sul. No entanto, segundo o estudo feito pela UBA e Harvard, o crescimento real acumulado foi de 71,1%, o que coloca o país atrás do Peru (que cresceu 87,2% nesse período) e do Uruguai (77,4%). *Alteramos titulo e legenda da publicação original |
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