Brasil já gastou no Haiti R$ 1,9 bi
BRASIL - HAITI Brasil já gastou no Haiti R$ 1,9 bi Na lista de heranças malditas do governo Lula, recebida por Dilma, está o beco sem saída das tropas brasileiras no Haiti. Em 2004, fizeram Lula de bobo insinuando que seria possível conseguir um assento permanente no Conselho de Segurança da ONU, se o Brasil enviasse uma tropa para ajudar na situação política a Ilha do Caribe. Passados oito anos, exceto pelo governo brasileiro, o assunto é sequer cogitado. Foto: Arquivo Minustah Postado por Toinho de Passira O Brasil num momento de crise, com problemas orçamentários, faltando dinheiro para a educação, saúde, segurança e investimentos na infraestrutura, dá-se o luxo de gastar R$ 1,892 bilhão na manutenção da tropa estacionada no Haiti, no período de abril de 2004 a novembro deste ano. O país caribenho foi arrasado por uma guerra civil e, mais recentemente, por um terremoto recebe a ajuda brasileira, liderando uma missão de paz da ONU, há oito anos. O bizarro dessa história, é que todo mundo sabe, que a presença brasileira, não é uma questão apenas humanitária, o governo Lula, resolveu que o Brasil devia participar da missão, pois isso desencadearia a possibilidade do país obter um assento permanente no Conselho de Segurança da ONU. Uma espécie de mensalão internacional, um “dando é que se recebe”. O certo é que a jogada não funcionou, nem se sabe ao certo, quais vantagens o Brasil teria em obter tal responsabilidade. Segundo o Ministério da Defesa, do total gasto, a ONU reembolsou R$ 556,5 milhões para o Tesouro Nacional, fazendo nossas despesas, com a missão, mesmo assim, atingirem a vultosa quantia de R$ 1,3 bilhão líquido. Atualmente, o Brasil mantém 1.910 homens das Forças Armadas na Missão das Nações Unidas para a Estabilização do Haiti (Minustah). A maioria do contingente brasileiro é do Exército. Ainda há militares da Aeronáutica (30 homens da Força Aérea Brasileira) e da Marinha (200 fuzileiros navais). A meta para 2013 é reduzir o efetivo para 1.200 militares, mesmo número do início da operação, em 2004 – o acréscimo ocorreu após o terremoto de 2010. A redução da tropa de forma “responsável”, nas palavras do ministro da Defesa, Celso Amorim, é respaldada por uma resolução da ONU, de outubro. No começo deste mês, o presidente do Haiti, Michel Martelly, escreveu uma carta de duas páginas implorando à presidente Dilma Rousseff para negociar a manutenção do efetivo, argumentando que ainda não conseguiu formar uma polícia nacional para deter o avanço de gangues. Em oito anos e meio, cerca de 25 mil militares brasileiros passaram pelo Haiti. O governo avalia que a missão, embora não tenha garantido um assento no Conselho de Segurança, derrubou uma das principais críticas ao País no âmbito da ONU. Delegações estrangeiras sempre questionaram a contundência dos discursos dos diplomatas do Itamaraty na área de direitos humanos e a fraca presença real brasileira nos campos de conflito. O gasto total do Brasil no Haiti é quase nove vezes maior que o valor pedido em 2012 pelo governo de São Paulo ao governo federal para modernizar as áreas de informação e inteligência da polícia – neste ano, o governo paulista reclamou que pediu R$ 148,8 milhões ao Ministério da Justiça e só recebeu R$ 4 milhões. Se aplicada na área social, a despesa no Haiti daria para pagar o plano de expansão da rede de creches e escolas infantis nos próximos três anos e que, até agora, não saiu do papel. O governo anunciou um investimento de R$ 1,3 bilhão até 2014. Não estão incluídos no total de despesas os recursos gastos com soldos dos militares. O gasto inclui recursos de diárias, alimentação, comunicação, rede de internet, processamento de dados, explosivos e munições, vestuário, transporte, combustível e produtos médicos e farmacêuticos. O projeto brasileiro no Haiti começou com festa. Enquanto soldados chegavam a Porto Príncipe para montar base, a seleção liderada por Ronaldo Fenômeno desfilava com a Copa Fifa em blindados da ONU pela capital haitiana, diante de uma multidão eufórica, e aplicaria depois uma goleada de 6 a 0 no time da casa, para a festa dos ricos do país que tiveram acesso ao estádio. Foto: Arquivo Minustah Enquanto tentavam se adaptar a um país sem infraestrutura, com mais de 70% da população sem emprego, generais brasileiros pressionavam diplomatas e autoridades para exigir recursos de organismos internacionais para combater a miséria no Haiti. Em janeiro de 2010, o país caribenho foi atingido por um terremoto, que deixou 316 mil mortos, segundo o governo haitiano. A tropa brasileira também foi atingida, com a morte de 18 militares. |
Nenhum comentário:
Postar um comentário