CINEMA: Hollywood descartou “Lula, filho do Brasil”
CINEMA Hollywood descartou “Lula, filho do Brasil” Quando o filme sobre a vida de Lula começou a ser produzido, todo mundo já sabia, que independente do resultado, ele serio o indicado, pelo governo para representar o Brasil na disputa do Oscar de melhor filme estrangeiro. Depois de realizado e exibido, um fracasso de crítica e de público, teve-se a certeza que ele não teria futuro na disputa, junto a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood. O que acabou se confirmando com o anuncio dos que estão na disputa para serem indicados e com o Brasil de fora
Ilustração Toinho de Passira OSCAR DE MAIOR MICO DO ANO - Faltou combinar com a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood Postado por Toinho de Passira Fontes: Estadão, Correio do Estado, Gazeta do Sul, Jornal do Brasil O Brasil está fora da disputa pelo Oscar de melhor filme estrangeiro. O representante do país na disputa, "Lula - O Filho do Brasil", não conseguiu passar nem pela primeira peneira e entrar ou lista de nove pré-selecionados divulgada nesta quarta-feira, dos quais cinco irão verdadeiramente disputar a estatueta. Isso representa um prejuízo incalculável para a indústria cinematográfica brasileira e para nossa cultura. A festa do Oscar é uma vitrine prestigiada e atrai para os participantes o comércio exterior, o reconhecimento da qualidade artística e do amadurecimento técnico. Não somos ingênuos em imaginar que “Lula, o filho do Brasil” perdeu a chance de concorrer apenas por que é muito ruim. Mesmo que fosse bom e merecesse disputar dificilmente conseguiria a indicação, por questões políticas: O cidadão Lula, o personagem do filme, retratado pelos realizadores como um misto de São Francisco de Assis e Indiana Jones, é tido como antiamericano, principalmente por suas ligações fraternas tanto com o coronel venezuelano Hugo Chávez, quanto com o abominável iraniano Mahmoud Ahmadinejad. Se alguém, como nós, abomina que as artes e cultura sejam torpedeadas por problemas políticos, não pode esquecer que o filme “Lula, filho do Brasil” foi escolhido numa marmelada cultural, debaixo de pressões políticas, econômicas e puxa-saquismo interesseiro. Os eleitores, ou eram funcionários públicos em cargos comissionados, ameaçados de perder o emprego se não escolhessem “o filme certo”, bajuladores escolhidos a dedo, ou gente de pires na mão, de olho em dinheiro público, para conseguir realizar suas obras. Em resumo, a comissão que escolheu o filme, foi composta por membros indicados pelo Gabinete do Ministério da Cultura, pela Agência Nacional de Cinema do Brasil (Ancine), pela Secretaria do Audiovisual do Ministério da Cultura e pela Sociedade Civil Organizada, representada pela Academia Brasileira de Cinema. O resultado não poderia ter sido outro. Qual teria sido o critério para a escolha de Lula, o filho do Brasil? Arte, popularidade, críticas favoráveis, bilheteria? Em qualquer desses itens o filme sobre Lula ficaria para trás. Apesar de amplamente divulgado e paparicado foi um fracasso monumental de bilheteria, abominado pela crítica, abandonado no meio, pelos espectadores sonolentos com a história que se arrastava inverossímil e sonolenta, por intermináveis 130 min. O filme que custou oficialmente 16 milhões, muitos falam que na verdade custou o dobro, bancado por empreiteiras ligadas ao governo, acabou dando prejuízo, por falta absoluta de espectadores. Quando foi escolhido para pleitear uma vaga para o Brasil no Oscar deste ano, Lula – O Filho do Brasil passou na frente de outros 22 filmes que também haviam sido inscritos no Ministério da Cultura. Entre eles, estavam vários títulos com desempenho melhor do que o de Fábio Barreto, tanto pelas reações entusiasmadas dos críticos especializados – como “A Suprema Felicidade”, de Arnaldo Jabor, e “Os Famosos e os Duendes da Morte”, de Esmir Filho – quanto pelos números de bilheteria como “Chico Xavier”, de Daniel Filho, e “Nosso Lar”, de Wagner de Assis. No próximo ano, com a nova Ministra da Cultura, Ana Buarque, irmã de Chico Buarque, escolhida pelo critério do sobrenome, talvez sejamos representados por algo como “Dilma, a búlgara filha da...” Em toda a história do cinema nacional, apenas quatro filmes foram indicados ao Oscar de filme estrangeiro e nenhum deles venceu. Os selecionados foram O pagador de promessas (1963) de Anselmo Duarte, que havia ganhado a “Palma de Ouro” em Cannes, O Quatrilho(1996) de Fábio Barreto, o mesmo diretor do filme de Lula, O que é isso, Companheiro? (1998) de Bruno Barreto, e Central do Brasil(1999) de Walter Salles, uma cooprodução franco-brasileira. |
2 comentários:
Exceto pelos puxa-sacos que fizeram parte da comissão de escolha, NINGUÉM concordou com essa nefasta indicação. A Academia só pos as coisas no seu devido lugar. Embora, por certo, devemos ter gasto um balaio de dinheiro prá essa inscrição se materializar.
Unicamente com fins eleitoreiros, não deveria nem ter saído do papel, quanto mais indicado ao Oscar. Só esqueceram de criar a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas Tupiniquim. Com certeza o filme ganharia todos os prêmios. Nunca antes na história desse país se viu tanto puxa-saco.
Postar um comentário