2 de abr. de 2010

Riva quer blogueiros presos, Maluf, promotores processados

BRASIL
Riva quer blogueiros presos, Maluf, promotores processados
O deputado estadual José Geraldo Riva (PP-MT), quer continuar solto, apesar de responder a 116 processos cabeludos, mas sugere em processos criminais que os blogueiros jornalistas, que comentaram suas escapulidas e espertezas, sejam postos no calabouço e o deixem supostamente pecular, formar quadrilha e improbidar, em paz. Seu ídolo, o Deputado Federal Paulo Maluf foi mais longe, quer impedir que os promotores, processem corruptos. São do mesmo partido.

Foto: Arquivo

Além de pertencerem ao mesmo Partido Progressista (PP), José Riva, do Mato Gross e Paulo Maluf, de São Paulo, tem muito em comum, inclusive uma fingida indignação contra os que o acusam

Toinho de Passira
Fontes: Prosa&Política, Página E, Transparência Brasil, Blog Pannuzio, Progresso, Portal Imprensa

Enquanto o deputado estadual de Mato Grosso, José Geraldo Riva (PP), pede em ação criminal que os blogueiros Adriana Vandoni, Enock Cavalcanti e o jornalista Fábio Pannunzio sejam presos pela publicação de informações a seu respeito, o deputado Paulo Maluf (PP-SP) elaborou um projeto de lei, em vias de aprovação, que institui punição a procuradores e promotores que agirem de “má fé” ou “interesse próprio”, nas denúncias contra os políticos por crimes de corrupção.

A ação criminal do deputado Riva sugere para Adriana Vandoni, do blog Prosa&Política, Enock Cavalcanti que escreve no blog Página do E, e o jornalista da BAND, Fábio Pannunzio, do Blog do Pannunziu, sejam presos pela publicação de informações e comentários a respeito de seus 119 processos, um a menos que Paulo Maluf, que inclui crimes de supostos peculato, suposta captação ilícita de sufrágio, suposto abuso de poder econômico, suposta improbidade Administrativa, suposto peculato e suposta formação de quadrilha e supostos crimes contra o sistema financeiro nacional.

Há coerência do Partido (PP) que mantém nos seus quadros, Paulo Maluf, como federal e José Geraldo Riva, como estadual, ambos preocupados que as pessoas processadas por avanço na coisa pública possam agir em total liberdade, sem serem molestadas por jornalistas, blogueiros, ou Promotores. Em breve vão querer livrar-se também dos juízes.

Na ação criminal contra os blogueiros, o deputado Riva sugere pena de seis anos e seis meses, para a blogueira Adriana Vandoni e 11 anos para o blogueiro Cavalcanti e 15 anos em regime fechado para Fábio Pannunzio.

Até agora não se sabe o tamanho da pena que o deputado José Geraldo Riva pode conseguir por suas supostas trapalhadas criminais. Mas o povo do Mato Grosso poderá aplicar a primeira pena, esquecendo de votar nele no próximo pleito, se daqui até lá, ele ainda tiver direitos políticos.

Aconselhamos o deputado José Geraldo Riva a fazer seus advogados concentrarem-se em lhe defender da ruma processual que lhe pesam nas costas. Fica perdendo tempo com blogueiros enquanto a batata está assando nos fóruns criminais.

Riva deve por as barbas de molho, pois gente mais poderosa que ele, estamos falando do seu guru Paulo Maluf, está sendo procurado pela Interpol e nem pode mais sair do Brasil, com riscos de ser preso.

Novo “Maluf” do MT: no rastro de um rombo milionário
O jornalista Vasconcelo Quadros , no JB Online, foi quem primeiro deu projeção nacional ao Deputado Riva, comparando-o ao seu mestre Paulo Maluf, numa matéria publica em abril do ano passado

Foto: Arquivo

A dupla dinâmica, o conselheiro Bosaipo e o deputado José Riva, unidos nos mesmos processos

Fonte: Jornal do Brasil

Corre em segredo no Superior Tribunal de Justiça (STJ) um dos mais rumorosos casos de corrupção envolvendo autoridades estaduais em processos sobre desvio de dinheiro público. Os indiciados são o conselheiro do Tribunal de Contas do Mato Grosso, Humberto Melo Bosaipo, e o deputado José Geraldo Riva (PP), presidente da Assembléia Legislativa do Estado, alvos de 19 ações penais – todas elas transformadas em processos e distribuídas aos 15 ministros do STJ.

Os dois respondem ainda a outras 80 ações por improbidade administrativa em tramite na Justiça cível matogrossense e ainda 20 inquéritos abertos pelo Ministério Público estadual, que busca o ressarcimento dos valores supostamente desviados. No total, Riva e Bosaipo respondem, por enquanto, a 119 procedimentos judiciais.

As ações penais foram transferidas para o STJ porque Bosaipo, ex-deputado estadual, ganhou foro privilegiado ao virar, em 2007, conselheiro do TCE, arrastando Riva junto. A última delas chegou a Brasília na semana passada. Os promotores que investigam a dupla têm dificuldades para contabilizar os recursos que sumiram dos cofres da Assembléia Legislativa.

As estimativas mais realistas apontam, no entanto, para algo em torno de R$ 120 milhões desde que Riva e Bosaipo passaram a se revezar no comando da Casa nos últimos 13 anos – um como presidente e o outro como primeiro secretário, funções que permitem o controle total de um orçamento que gira atualmente em torno de R$ 18 milhões por mês ou R$ 216 milhões/ano.

Milionário

Presidente da Casa pela quarta vez, eleito este ano por todos os 24 deputados, Riva é o mais articulado dos dois. Ex-contador e ex-corretor de imóveis que chegou pobre a Juara – município ao Norte do estado, já na Amazônia matogrossense – no início da década de 80, hoje é um homem realizado. Milionário e carismático, é dono de um verdadeiro império financeiro e – segundo concordam amigos e adversários – principal liderança política regional, controlando entre 70% a 80% da força eleitoral representada pelos 141 municípios e entre os cerca de 1.400 vereadores.

Riva é um midas da política e das finanças, uma espécie de Maluf do Mato Grosso: embora responda a 119 procedimentos judiciais – todos referentes a denúncias de corrupção, um a menos que seu correligionário paulista, nada pega contra ele. É como se fosse protegido pelo chamado efeito teflon.

As coincidências entre os dois pepistas passam também pelo domínio de um considerado feudo eleitoral, aptidão para administrar e, segundo o Ministério Público, desviar recursos públicos. O esquema supostamente criminoso operado por Riva é provinciano, mas mais pesado quando se observa a parceria nos negócios.

O promotor Célio Fúrio diz que, do montante desviado, pelo menos R$ 63 milhões foram branqueados pela dupla Riva-Bosaipo na Confiança Factoring, uma lavanderia de dinheiro sujo que pertence a ninguém menos que João Arcanjo Ribeiro, um ex-policial civil conhecido por comendador (ele ganhou a honraria da Câmara Municipal de Cuiabá) que durante duas décadas comandou o crime organizado com mãos de ferro e semeou terror no Mato Grosso.

Segundo o MP, o dinheiro foi desviado numa lenta e contínua sangria em que a dupla, ordenadora das despesas, emitia cheques da Assembléia, mandava funcionários trocar por dinheiro com o comendador e, assim que a Assembléia recebia seu quinhão do governo mensalmente, honrava a dívida. Conforme a investigação, os R$ 53 milhões foram usados basicamente para pagar despesas pessoais e compromissos da dupla nas sucessivas campanhas eleitorais que participaram.


Um comentário:

Professor Zulmiro disse...

Parabéns pela qualidade e conteúdos postados. Excelente Blog.