22 de abr. de 2010

Belo Monte, a “obra” final de Lula?

OPINIÃO
Belo Monte, a “obra” final de Lula?
O projeto da Hidroelétrica no rio Xingu é um assustador exemplo de como esse governo não perde nenhuam chance de corrupção, insanidades e delírios megalomaníacos, mesmo nos seus estertores. Assombra-nos constatar que Lula pode ainda causar muitos problemas e prejuízos ao país, nos últimos 250 dias que lhe restam de governo, no sonho escabroso de motivar grandes construtoras a “investir” na sua candidata

“Por do Sol” no Xingu Foto do Blog Expedição Madeira

PAC DA DESERTIFICAÇÃO: As águas do Xingu, que pretendem usar para mover as turbinas da hidroelétrica, podem ser drasticamente reduzidas, devido à destruição da natureza circundante, que afetará o ciclo das chuvas. Então vão usar usinas termoelétricas movidas a petróleo que provoca mais poluição e destruirá ainda mais a floresta, a fauna e a flora

Toinho de Passira
Fontes: Blog do Jamildo, Blog do Reinaldo Azevedo

Incrível como o presidente Lula, o defensor da natureza até as últimas conseqüências em Copenhague, assuma o ônus de enfrentar ambientalistas de todos os matizes, populações indígenas e opinião pública, para construir uma hidroelétrica na selva, com um custo ambiental estarrecedor, um custo econômico desproporcional, com possibilidades de um resultado pífio e sem um prazo de conclusão previsível, tudo isso nos últimos 250 dias de conclusão do seu governo.

Lula bateu na mesa e disse que faria o projeto de qualquer maneira, mesmo quando o absurdo do empreendimento espantou as grandes construtoras e a Odebrecht e Camargo Corrêa desistiram de participar do negócio como empreendedoras. Atribui-se a determinação presidencial ao prejuízo político da sua candidata caso a “maior obra do PAC” ficasse paralisada por inviabilidade econômica.

O lado político da questão deve ter pesado, mas as possibilidades de corrupção, ganhos por fora, superfaturamentos descontrolados e cabides de empregos para companheiros, foram na verdade os fatores decisivos. Estamos falando de uma obra cujo custo oscila entre 19 bilhões, pela ótica do governo, ou mais de 30 bilhões sob a ótica de estudos sérios das construtoras.

A trama, porém, é mais burlesca e pornográfica do que se imagina. O governo utilizou-se de ultima hora, da subsidiária CHESF, que havia sido esvaziada administrativamente pela Eletrobrás e perderá sua autonomia administrativa, para ganhar o leilão do consorcio, com uma proposta imbatível, impossível de ser absorvida por empreendedores sérios, que queiram realmente participar do empreendimento.

“Se os R$ 83 megawatt-hora já eram considerados um valor proibitivo por empresas como Odebrecht e Camargo Corrêa, que não são exatamente inexperientes no assunto, imaginem os R$ 78, com deságio de 6,02%, da oferta do consórcio vencedor, o Norte Energia, formado de afogadilho, na última hora”. – disse Reinaldo Azevedo no seu Blog.

Usaram apenas o nome da CHESF, enfraquecida e sem poder decisório, para criar uma estatal concebida nos escuros subterrâneos dos corredores secretos da Eletrobrás e do Planalto. Na verdade o consórcio vencedor é encabeçado pelo presidente Lula mais Sarney e da sua intrépida trupe, animada pelo pouco ilibado ministro das Minas e Energia, o Edison Lobão. (e pensar que a gente fica implicando com os empregos que ele arranja para os seus genros no Senado)

No ato final dessa trama cheia de corrupção, desfaçatez e cinismo, a CHESF, com dinheiro dos fundos de pensão, comandados por companheiros petistas, tocará a obra sem freios e sem limites. Fará uma concorrência compartimentada, para a execução das obras e as construtoras Odebrecht e Camargo Corrêa, não mais como empreendedoras, mas como executoras, ganharão cada uma o seu quinhão de participação no projeto.

As empreiteiras Odebrecht e Camargo Corrêa serão imbatíveis contra qualquer concorrente, como executoras, pois além do currículo, já possuem estudos avançados da situação e conhecem melhor o projeto que qualquer outro que queira se aventurar.

Porém para que esses bilhões circulem na direção planejada, os interessados, as construtoras inclusive e principalmente, terão que “investirem”, esforçar-se e torcer, para que a candidata de Lula seja ungida com o voto popular e assuma o planalto no dia 1 de janeiro. Que Deus nos livre! Que Iemanjá não permite! Que Alá nos proteja!


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