31 de mar. de 2013

João Santana manda e Dilma obedece

BRASIL – Eleição 2014
João Santana manda e Dilma obedece
Dilma manda em todo mundo, mas quem manda em Dilma? A presidenta Dilma Rousseff é uma mulher ríspida e aparentemente indomável. Costumeiramente é pouco amistosa e se pode dizer até agressiva no trato com assessores e ministros. João Santana, o marqueteiro, é a exceção, ele é o homem a quem Dilma, candidamente curva-se, ouve, pouco questiona e segue a risca os seus direcionamentos. Tanto que a Veja diz que ele é atualmente, “o principal roteirista das ações do governo”.

Efeito sobre foto de Roberto Stuckert

Sua Majestade o marqueteiro - Santana não é funcionário do governo, não é oficialmente remunerado pelos seus serviços, mas é quem dá as ordens

Postado por Toinho de Passira
Fontes: Folha de S. Paulo, Nova Prolink , Estadão, Veja

Rousseff é uma mulher enfezada, de maus bofes, no dia a dia age como se estivesse permanentemente com tensão pré-menstrual. Muda de humor com a velocidade de uma Ferrari em aceleração. Assessores, aliados, ministros e quem inadvertidamente atravessar o seu caminho, estão acostumados a ouvir em decibéis, acima do razoável, palavras poucos gentis, sempre que por algum motivo a desagrade.

Nesta semana a Revista Veja, traz uma reportagem do homem que é uma exceção a tudo que se houve falar do relacionamento de Dilma com sua equipe de trabalho. Trata-se do jornalista João Santana que no momento exerce um papel fundamental no cotidiano do atual governo. Ele é o idealizador da bem-sucedida campanha da reeleição de Lula em 2006 e alquimista com o dom de transformar “postes” em candidatos vitoriosos, feitos notórios na eleição de Dilma Rousseff à Presidência da República e na condução de Fernando Haddad à prefeitura de São Paulo no ano passado.

Ninguém discute sua eficiência na construção da imagem de um postulante a cargo público. Comete um erro fatal quem menospreza sua precisa leitura dos hemisférios invisíveis das massas eleitorais. Santana é capaz de mapear os pontos fracos dos adversários com a precisão de um acupunturista.

São habilidades inquestionáveis que ampliaram sua contínua influência na administração Dilma mesmo depois de fechadas as urnas, a ponto de ele ter se tornado um poderoso ministro sem pasta, um conselheiro político sem partido, o estrategista sem gabinete e, mais recentemente, o principal roteirista das ações do governo.

Quinze dias atrás o Senado, Aloysio Nunes Ferreira (PDSB-SP), líder do partido no Senado, fez duras críticas ao lançamento de sucessivos pacotes pelo governo federal, o PSDB n afirmou nesta sexta-feira que o Palácio do Planalto está virando um "centro de eventos", governado, na opinião dele, pelo marqueteiro João Santana, responsável por cuidar da imagem da presidente Dilma Rousseff.

"O Palácio do Planalto está se transformando num centro de eventos, essa que é a verdade. Quem governa é o marqueteiro da presidente da República, o senhor João Santana, porque é um frenesi de tal ordem para apresentar pacotes sem saber se o pacote anterior está dando resultado, que eu nem sei mais quantos pacotes foram editados só este ano", criticou o tucano.

Para o tucano, Dilma "só pensa" na sua reeleição. "Ela disse que, na eleição, vamos fazer o diabo, é uma coisa muito grave. Mas pelo jeito ela está fazendo o diabo antes da eleição", afirmou.

Foto: Divulgação

João Santana o marqueteiro que “está podendo”.

João Cerqueira de Santana Filho nasceu em 5 de janeiro de 1953 em Tucano, pequena cidade no sertão da Bahia, a 252 km de Salvador. Foi jornalista até os 40 anos, quando então enveredou para o marketing político.

Hoje, com 60 anos, acumula a participação em sete campanhas presidenciais no Brasil e no exterior, sempre para candidatos de esquerda. Venceu seis e perdeu uma.

No Brasil, suas campanhas presidenciais foram as da reeleição de Luiz Inácio Lula da Silva (2006) e a da eleição de Dilma Rousseff. No exterior, pela ordem, Eduardo Duhalde (1999), Maurício Funes, em El Salvador (2009), Danilo Medina, na República Dominicana (2012), José Eduardo dos Santos, em Angola (2012) e Hugo Chávez, na Venezuela (2012).

A única derrota foi com Duhalde, na Argentina, quando João Santana trabalhava em conjunto com Duda Mendonça. Os dois estiveram associados até 2001, quando romperam.

Atualmente, além de cuidar da precoce candidatura de Dilma, faz a campanha de Nicolas Maduro, o candidato a sucessor de Hugo Chávez na Venezuela.

Antes do marketing político, Santana trabalhou em várias publicações. O ápice de sua carreira foi na revista "IstoÉ", em 1992, quando junto com os colegas Mino Pedrosa e Augusto Fonseca fez entrevista com o motorista Eriberto França, testemunha-chave no processo que resultou no impeachment do então presidente Fernando Collor. Esse trabalho recebeu o Prêmio Esso de Reportagem daquele ano.



A logomarca do governo Dilma, presente do marqueteiro João Santana

Noticiou-se que o marqueteiro João Santana "contribuiu" de graça e sem contrato nos pronunciamentos oficiais da Presidência da República e em marcas utilizadas pelo governo, como a criação do slogan da gestão: "País rico é país sem pobreza".

O outro é a produção do pronunciamento de 1º de maio de 2011, quando foi lançada a campanha do programa Brasil Sem Miséria. "[Santana] deu, por exemplo, contribuição gratuita doando formalmente ao governo federal seus direitos de autor referentes à linha criativa do posicionamento da nova Marca Brasil e ideias para a campanha de lançamento do programa Brasil Sem Miséria", afirma a nota do Palácio do Planalto.

A Marca Brasil é a logomarca que identifica o governo Dilma Rousseff em obras e peças publicitárias.

Mas João Santana não é só doação, pela campanha que elegeu Dilma à Presidência da República, em 2010, João Santana recebeu R$ 39 milhões. No ano passado, Santana foi o responsável pela campanha vitoriosa de Fernando Haddad à Prefeitura de São Paulo por R$ 30 milhões.


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