Capriles será o adversário de Hugo Cháves
VENEZUELA - Eleições Capriles será o adversário de Hugo Cháves Henrique Capriles, governador do Estado de Miranda ganhou as eleições primárias da oposição venezuelana e se tornou o candidato que enfrentará o presidente, Hugo Chávez, nas eleições do dia 7 de outubro. No pleito, Chávez, de 57 anos, há 13 anos no poder, busca um terceiro mandato. Foto: Associated Press Postado por Toinho de Passira O governador do Estado de Miranda, Henrique Capriles Radonski, 390 anos, ganhou as eleições primárias da venezuelana e se tornou o candidato único das oposições que enfrentará o presidente, Hugo Chávez, nas eleições do dia 7 de outubro. Nas outras disputas presidenciais, Hugo Chávez, há 13 anos no poder, além da popularidade, contava também com a pulverização dos votos oposicionistas, fracionado por vários candidatos, o que tornava sua vida mais fácil. A oposição vem se fortalecendo na Venezuela, nas últimas eleições, em 2010, quando se elegeu o parlamento venezuelano, a oposição obteve mais votos que o governo - 51% a 49% -, embora tivesse acabado com menos cadeiras, devido a um estranho sistema proporcional, vigente no país. Contando com esses números, pela primeira vez unida, a oposição enfrentará o carisma e a malandragem de Hugo Chávez. Para escolher o candidato de oposição, três milhões de eleitores compareceram as urnas, 16% dos eleitores da Venezuela. Hugo Chávez não vacilou em usar a maquina de propaganda, o deboche e a ameaça para convencer os eleitores a não comparecerem ao pleito das primárias oposicionistas. Na noite anterior à votação deste domingo, o noticiário do canal Telesur, um dos mais importantes canais de televisão do país, alertou para a incoerência da coalizão opositora, a Mesa da Unidade Democrática (MUD), ao dizer que seus candidatos firmaram "acordos econômicos apesar das diferenças políticas". Além disso, criticaram a verba despendida em publicidade na campanha dos opositores, ressaltando gastos desnecessários, segundo o noticiário. "As primárias também são marcadas pelo gasto de milhões em propaganda, contradizendo a distribuição de riqueza que prometem", disse a repórter ao finalizar a matéria. Na noite de quinta-feira, o apresentador do canal VTV pedia a Deus que livrasse a Venezuela de ser governada por "gente como" o opositor Henrique Capriles Radonski, favorito para vencer as eleições, pois levaria o país para um "caminho como o da Europa ou dos Estados Unidos". Nos intervalos, o comercial pedia abstenção dos eleitores ao dizer: "Dia 12, seu compromisso com a pátria é o não!".
As pesquisas ainda indicam Chávez - beneficiado por um recente câncer que despertou compaixão em muitos eleitores que faziam menção de abandoná-lo - como favorito nessa quarta eleição presidencial da qual participa, com 56% a 44%. Mas a esperança da oposição é a de que, uma vez adquirindo "um rosto", seu candidato possa crescer nas intenções de voto. A vitória de Capriles, com 64% dos votos válidos, consolida a oposição, entre os concorrentes, o mais forte, Pablo Pérez, com 30,68%, declarou de pronto apoio total a companheiro vencedor, assim como os outros concorrentes, a deputada Maria Corina Machado com 3,6%, o ex-embaixador Diego Arria, 1,25% e o ex-sindicalista Pablo Medina, 0,5%. Henrique Capriles, falando já como candidato apelou para a unidade de todos os venezuelanos: "Eu digo ao nosso povo: Proibido falhar, nós viemos para construir um futuro diferente, nós viemos para construir um futuro para todos os venezuelanos não, independente ser da esquerda ou direita, é hora da Venezuela, todos os venezuelanos ", disse Capriles. Durante a Capriles prometeu se chegar a presidência, manter e melhorar as políticas sociais de Chávez, mas modificando a "forma" de governar. "Chávez abriu o caminho do socialismo. Um Estado que quer ser dono de tudo. Eu quero o caminho do progresso", assegura o candidato, que quer "aplicar na Venezuela o modelo brasileiro", impulsionando o setor privado, mas deixando para o Estado os programas sociais. O candidato que promete acabar com a reeleição indefinida, graças à qual Chávez aspira governar até 2031 comentou: "Pretendo ser um presidente que fala muito menos e que não invada a vida dos venezuelanos todos os dias", disse Capriles em alusão aos longos e frequentes discursos do presidente, retransmitidos na televisão e no rádio. Capriles evita confrontos diretos com Chávez, raramente mencionando o presidente pelo nome, mesmo quando faz críticas a ele. Recentemente, ao falar sobre os acordos preferenciais feitos por Chávez com seus aliados, Capriles disse aos jornalistas que “nós não vamos sair por aí usando o petróleo para tentar conquistar lealdades políticas... porque não quero ser um líder mundial. Quero ser o líder da Venezuela.” Henrique Capriles, (foto) nasceu em Caracas em 11 de julho de 1972 de uma família de origem polonês, holandês e russa. Tem um curriculo academico invejável, estudou direito na Universidad Católica Andrés Bello e se tornou um especialista em Direito do Comércio e em Direito Tributário da Universidade Central da Venezuela. Fez cursos na Academia Internacional IBFD de Amesterdão, no Centro Interamericano de Administradores Tributários, em Viterbo, Itália, e na Universidade de Columbia em Nova York. Ele é membro da International Fiscal Association, bem como a Associação Mundial de jurados jovens e da Comissão de Tributos da Câmara Venezuelana Americana de Comércio e Indústria (Venamcham). Capriles, Capriles é católica (sua mãe era judia). Sua vida política é repleta de sucessos, foi eleito para a Câmara dos Deputados da Venezuela em dezembro de 1998, representando o partido COPEI e se tornando o mais jovem membro do parlamento venezuelano. Em julho de 2000, foi eleito prefeito do município Baruta, representando o partido Primero Justicia. Ele foi reeleito em outubro de 2004, recebendo 79% dos votos, derrotando o candidato chavista, o galã de novelas o ator Simón Pestana. Em 2008 venceu as eleições para governador do estado de Miranda, um importante centro de sócio-político, econômico, cultural e comercial e possui a segunda maior população da Venezuela e a maior densidade demografica. As chances de Caprile ganhar as eleições venezuelanas, para presidente, ainda são muito pequenas. Mas nunca Chávez esteve tão ameaçado. |
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