Os americanos são os novos donos do Haiti
HAITI Os americanos são os novos donos do Haiti Nesta segunda chegaram 10 mil soldados ianques em Porto Príncipe, mais navios hospitais, milhares de médicos e enfermeiros. Obama quer exibir uma invasão militar americana positiva. Politicamente, porém, a estratégia ainda não apresentou efeitos reais de controle da situação caótica e criou sérios embaraços diplomáticos com as tropas da ONU estacionadas no país, lideradas pelo exército brasileiro há cinco anos
Foto: Arquivos Plano Brasil Fontes: Folha Online , AFP, Estadão, Plano BrasilNinguém pode rejeitar a ajuda americana, pois tudo que puder melhorar a situação dos haitianos é bem vindo, mas não está pegando bem diplomaticamente a esmagadora intervenção. Como se uma força intervencionista estivesse dominando militarmente outra, pela superioridade numérica e tecnológica. Não se estar levando em conta a experiência no terreno e os melindres de uma tropa de sete mil homens, 1.200 deles do Brasil, a Minustah” (a missão de paz da ONU), treinados, eficazes e orgulhosos do trabalho de pacificação que realizavam até então no Haiti. O presidente americano, Barack Obama, assumiu o controle da situação no Haiti, sem entendimentos prévios com o presidente Lula do Brasil, que tem a responsabilidade comando da Força de Paz no país há cinco anos. Apesar do presidente brasileiro, ter feito contato com o americano na primeira hora, demonstrando sua disposição de estar à frente da coordenação das ações no país caribenho, que militarmente estava, por incumbência da ONU, sob o seu controle militar. O presidente brasileiro sempre ávido pelas luzes dos refletores internacionais, bem que merecia, desta vez, um pouco mais de respeito, por parte do seu colega americano. Obama tem feito um jogo duplo, citando o Brasil como importante na ação do Haiti, enquanto tira o controle da situação do comando brasileiro, numa manobra que em muito se assemelha a atuação da diplomacia americana na Conferencia do clima em Copenhague. Se na luta em defesa do planeta, a imprensa não registrou que o presidente americano, manobrou conspiratoriamente para não deixar o Brasil liderar o encaminhamento das negociações, mesmo pagando o preço da conferencia fracassar, nessa nova situação, desde sexta-feira, já se fala em uma tensão diplomática entre os EUA e o Brasil. Foto: Getty Images Essa briga de egos presidenciais, onde a razão, nestes últimos acontecimentos, esteja com o governo brasileiro, resulta no prolongamento do sofrimento do povo haitiano, que apesar da inigualável mobilização internacional de ajuda, ainda não recebe de forma adequada alimentos, assistência média e proteção social. Foto: Reuters O terremoto destruiu a torre de controle do aeroporto de Porto Príncipe, mas a tropa de paz da ONU, mesmo de forma precária, assumiu o controle da situação, apoiando técnicos haitianos e até a quinta-feira, conseguiram controlar a intensa movimentação aérea que passou a acontecer com a chegada de ajuda humanitária de inúmeras partes do mundo.
Sem a ninguém consultar, nem o presidente do Haiti, que está instalado, nas dependências do próprio aeroporto, por ter sido o palácio do governo, destruído, nem os comandantes militares brasileiros, inclusive o ministro da defesa, os americanos chegaram com equipamentos e assumiram o controle absoluto do aeroporto de Porto Príncipe. O vexame tornou-se mais evidente, quando cinco aeronaves da FAB que fariam transporte de mantimentos, equipes de resgate e autoridades, três tiveram que pousar, na quinta-feira, em Santo Domingo (República Dominicana), o país vizinho, porque ao se aproximar do Haiti, não receberam autorização para pouso em Porto Príncipe, apesar de estarem levando equipes de apoio, suprimentos para a tropa e doações de medicamentos aos haitianos, No caso, as Forças Armadas Brasileiras, estavam sendo impedidas de apoiar suas tropas que tinham a responsabilidade de manter a ordem social no Haiti, por determinação da ONU. A situação ficou tão crítica, que a FAB mandou dois aviões regressarem ao Brasil (estavam a meio caminho do Haiti) e aguardassem em Boa Vista, Roraima, a permissão americana, para só então dirigir-se a capital haitiana. Foto:Fábio Rodrigues Pozzebom/ABr Ao desembarcar na sexta-feira no Brasil o ministro de Defesa, Nelson Jobim (foto) chegou criticando asperamente o controle dos EUA sobre o aeroporto de Porto Príncipe. Jobim disse que a decisão foi "unilateral" dos norte-americanos, sem que outros países fossem consultados. Afinal, até o vôo que lhe trouxe ao Brasil, teve que ficar esperando permissão dos americanos, para sair de Porto Príncipe. O ministro das relações exteriores do Brasil, Celso Amorim, teve que fazer uma ligação para a secretária de Estado americana, Hillary Clinton, tentando destravar a situação. “Hillary prometeu que ia reforçar a instrução ao comando militar americano para se coordenar com a Minustah” (a missão de paz da ONU). Foto: Associated Press Demonstrando que a intenção é mesmo de controle total, neste mesmo sábado, a secretária de Estado americana, Hillary Clinton, chegou a Porto Príncipe, de surpresa, em um avião de carga da Guarda Costeira dos EUA, que transportava ajuda humanitária e reuniu-se com o presidente haitiano, René Préval. |
2 comentários:
Qual o problema disto.
Tem é que deixar os americanos assumirem. O Brasil não tem condições técnicas de pessoal e financeiras pra ajudar ainda mais o Haiti.
O resto é ciumeira dos esquerdistas..
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