7 de jan. de 2010

AFEGANISTÃO: Al Qaeda assume atentado que matou agentes da CIA

AFEGANISTÃO
Al Qaeda assume atentado que matou agentes da CIA
Os Um agente duplo, passou-se por agente americano, jordaniano, mais era um braço armado suícida da Al Qaeda

Foto: Alzajzeera

O agente duplo, Humam Khalil Abu-Mulal al- Balawi, o homem bomba que explodiu dentro do escritório da CIA, no Afeganistão e matou sete agentes americanos, era membro de um grande clã de beduínos palestinos radicado em Zarqa, reduto do radicalismo islâmico da Jordânia, onde muitos palestinos pobres se instalaram depois da criação de Israel, em 1948. Ele tinha uma clínica num miserável campo de refugiados

Fontes: The New York Times, Reuters , BBC Brasil, Reuters

O braço da Al Qaeda no Afeganistão reivindicou a autoria do ataque da semana passada a uma base dos Estados Unidos no país, no qual um agente duplo cometeu um atentado suicida e matou sete membros da CIA, na Base Avançada de Operações Chapman, uma instalação fortificada na província de Khost, perto da fronteira com o Paquistão.

O grupo militante afirmou que o ataque é uma vingança pela morte de seus líderes.

"Ele detonou seu cinto de explosivos, escondido dos olhos daqueles que não acreditam na vida futura, numa reunião de homens das inteligências americana e jordaniana", disse Mustafa Abul-Yazid, líder da Al Qaeda no Afeganistão, em comunicado divulgado num site usado por organizações ligadas à Al Qaeda nesta quinta-feira.

"Que Deus o aceite com o um morte por ter conseguido se infiltrar nas defesas americanas", diz o comunicado que por fim acrescenta - "Que Ele faça o povo saber que seus irmãos seguem seu caminho e não terão paz até exterminar os americanos. Que a nação islâmica se orgulhe de ter homens como você entre seus filhos".

Humam Khalil Abu-Mulal al-Balawi, um médico, foi recrutado pela inteligência jordaniana para tentar se infiltrar na Al Qaeda e no Taliban, em grande parte devido à sua ligação com militantes islâmicos no passado. Balawi chegou a ser assíduo em sites e blogs pró-Al Qaeda, era ligado aos extremistas islâmicos no passado, mas, a agência de espionagem da Jordânia pensavam que ele havia se "desradicalizado" e a CIA também lhe Du crédito.


Harold Brown Jr., um dos agentes da CIA, morto no atentado
AO ataque na base da CIA desferiu um golpe devastador às operações da agência de espionagem contra os militantes nas regiões montanhosas do Afeganistão, eliminando uma equipe de elite que usava um informante com credenciais impecáveis de jihadista.

O ataque adiou ainda mais a esperança de destruir a Al Qaeda, além de também parecer uma evidência potente da capacidade da rede de contra-atacar seus adversários americanos.

Ele também colocou em risco as relações entre a CIA e o serviço de espionagem jordaniano, cujas autoridades garantiram o suposto informante. O serviço jordaniano, chamado de Departamento Geral de Inteligência, há anos é um dos aliados mais estreitos e úteis da CIA no Oriente Médio.

O homem-bomba conseguiu enganar a segurança da base e não foi revistado por causa de seu suposto valor como alguém que poderia levar as forças americanas aos altos líderes da Al Qaeda.

Atuais e ex-funcionários americanos da CIA disseram na segunda-feira que devido à formação de médico de Mohammed, ele poderia ter sido recrutado para descobrir o paradeiro de Ayman al Zawahiri, o médico egípcio que é o segundo em comando da Al Qaeda.

Altos funcionários da agência viajaram de Cabul para Khost para a reunião com o informante, um sinal de que a CIA confiava no informante e que estava ávida em saber o que extraiu das operações em campo, segundo um ex-funcionário da CIA com experiência no Afeganistão.

Foto: Yousef Allan/European Pressphoto Agency

O rei Abdullah II da Jordânica e sua esposa a Rainha Ranian, compareceram ao funeral do capitão Ali bin Zaid, do serviço de inteligência da jordaniana morto no mesmo atentado que vitimou os agentes da CIA

O agente jordaniano, o capitão Sharif Ali bin Zeid, foi a oitava pessoa morta na explosão. A morte de Zeid foi informada nos últimos dias pelas autoridades jordanianas, mas elas não confirmaram onde especificamente ele foi morto ou o que estava fazendo no Afeganistão.

As autoridades de inteligência jordanianas ficaram profundamente embaraçadas com o ataque porque apresentaram o informante aos americanos.


Michael Scott Roberson, 39 anos, um dos agentes da CIA, morto no atentado
O incidente também foi embaraçoso para as autoridades jordanianas, que não queriam que a profundidade de sua cooperação com a CIA fosse revelada para os seus próprios cidadãos ou para outros árabes na região.

Os Estados Unidos, e a CIA em particular, são profundamente impopulares na Jordânia, onde pelo menos metade da população é de origem palestina e onde o apoio de Washington a Israel é amplamente condenado. O rei Abdullah 2º e seu governo, apesar de trabalhar estreitamente com Washington em operações de contraterrorismo, além de fornecer apoio estratégico para as operações no Iraque, tenta rotineiramente manter esse trabalho em segredo.

No passado, as autoridades jordanianas criticavam privativamente os serviços de inteligência americanos, dizendo que dependiam demais de tecnologia e não o suficiente de agentes capazes de operações de infiltração. Em 2006, os jordanianos receberam o crédito por terem ajudado a localizar e matar Abu Musab al Zarqawi, o líder da Al Qaeda na Mesopotâmia.

A CIA se recusou a comentar sobre as circunstâncias do atentado no Afeganistão.

Atuais e ex-funcionários da inteligência americana disseram que a base da CIA em Khost era usada para coletar inteligência sobre as redes militantes na região da fronteira. Os agentes da CIA na base usavam a informação para planejar ataques contra os líderes da Al Qaeda e do Taleban, além dos principais agentes da rede Haqqani.

Foto: Steve Ruark/Associated Press

Soldados da Força Aérea chegam com o corpo de Senior Airman Bradley R. Smith, agente da CIA morto no Afeganistão, para as cerimônias fúnebres na Base de Dover, Delaware

Os restos mortais dos sete agentes da CIA mortos no ataque chegaram em um avião militar à base da Força Aérea em Dover, na segunda-feira, onde foi realizada uma cerimônia privada. O evento contou com a presença do diretor da CIA, Leon Panetta, e parentes dos agentes mortos.

A CIA não quis comentar as investigações sobre o ataque, o segundo mais letal na história da agência. O ataque --num raro caso de um blogueiro islâmico que age diretamente de forma espetacular-- pode reforçar a propaganda da Al Qaeda e inspirar outros.

Foto: Associated Press

O Diretor da CIA Leon Panetta, chegando na Casa Branca, dois dias atrás, para despachar com o Presidente Barack Obama, em Washington


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