HONDURAS Lobo toma posse e país volta à normalidade
Apesar de não ter sido reconhecida por alguns, inclusive o Brasil, a eleição e posse do presidente eleito de Honduras, Porfirio "Pepe" Lobo, prestigiada por representantes dos Estados Unidos e de vários outros países, põe o pequeno país centro americano de volta a normalidade democrática, tão questionada nos últimos seis meses
Foto: Associated Press Porfirio Lobo, o novo presidente de Honduras, ao primeira dama Rosa Elena, no momento da posse, recebendo a faixa presidencial das mãos do presidente do Congresso Juan Orlando Hernandez
Fontes: Portal Terra , El Heraldo, El Tiempo, Diario Libre, Estadão, O Globo
Porfirio "Pepe" Lobo tomou posse, nesta quarta-feira, 27, como novo presidente de Honduras, mais de seis meses após o então líder Manuel Zelaya ser deposto do cargo.
A faixa presidencial foi entregue pelo presidente do Congresso, Juan Arnaldo Hernández, em uma cerimônia no Estádio Nacional de Tegucigalpa, de acordo com o cerimonial e as tradições locais, que contou com a presença de representantes de 30 países, 35 mil assistentes e uma barreira de segurança formada por cinco mil soldados e policiais.
Em seu primeiro discurso como presidente, Lobo apelou a uma "necessária e indispensável" reconciliação com a comunidade internacional. Agradeceu ao presidente da Costa Rica, Óscar Arias, "por ter se interessado (...) numa solução justa e pacífica" para a crise; ao presidente da República Dominicana, Leonel Fernández, um dos protagonistas no acordo que facilitou a saída de Zelaya do país e à Organização dos Estados Americanos (OEA), entidade de que Honduras foi suspensa após a deposição de Zelaya.
Foto:El Heraldo A cerimônia de posse no estádio nacional de Tegucigalpa
El Heraldo Disse, ainda, que seu mandato durará quatro anos, "nem um dia a mais, nem um dia a menos". Roberto Micheletti, que tomou posse após a deposição de Zelaya, não assistiu à cerimônia de posse.
- Acabamos de sair da pior crise política de nossa história democrática, mas conseguimos evitar todos os grandes perigos que afrontavam nossa nação - disse Lobo.
Foto: El Heraldo
Minutos após a posse, o novo presidente sancionou o decreto aprovado na véspera pelo Congresso, que concedeu anistia ao presidente deposto Manuel Zelaya de crimes políticos, como a violação da Constituição por tentar realizar uma consulta popular que abriria caminho para sua reeleição.
O Decreto de anistia, porém, também perdoou qualquer deslize político que se tenha cometido nos incidentes que o tirou do poder, não incluiu, porém, os comandantes militares que foram absolvidos pela Suprema Corte, acusados pelo crime de expatriação de Zelaya.
A medida, no entanto, que entra em vigor 20 dias depois de publicada no Diário Oficial, não inclui outras acusações feitas contra Zelaya e seus ministros, como corrupção, mal uso de verba pública e enriquecimento ilícito.
Assim ele continua processado e ameaçado de prisão se circular pelo país.
Eleito em 29 de novembro, num pleito que não foi reconhecido pelo Brasil e por outros governos latino-americanos, "Pepe" Lobo informou que ex-candidatos presidenciais serão nomeados para o Ministério do Trabalho, Felícito Ávila; Cultura, Bernard Martínez; e para o Instituto Nacional Agrário (INA), Cesar Ham.
Foto: Reuters Pela primeira vez, como presidente, Porfirio Lobo canta o Hino Nacional de Honduras
Lobo, de 61 anos, é agricultor e dono de terras na enorme província de Olancho, ao leste de Honduras fazendo fronteira com a Nicarágua. O presidente vem de uma família rica de fazendeiros e é administrador de empresas graduado pela Universidade de Miami.
Foto: El Heraldo O Ministério formado por Porfírio Lobo, para governar o país
Ao assumir a Presidência, Porfirio Lobo tem o desafio de governar um país dividido e isolado internacionalmente. Sua prioridade é por fim à crise política instalada após a deposição do então presidente, Manuel Zelaya, em 28 de julho de 2009.
Zelaya deixa finalmente a embaixada do Brasil
Foto: Reuters
O novo presidente de Honduras, acompanhou Manuel Zelaya até Aeroporto Internacional Toncontín, em Tegucigalpa, feliz como quem embarca a sogra numa viagem sem volta
Duas horas após o novo dirigente ter recebido a faixa presidencial, Zelaya deixou a Embaixada do Brasil em Tegucigalpa por volta das 15h (19h de Brasília), onde passara os últimos 128 dias, sob forte escolta e driblando o assédio da imprensa.
Numa caravana, o ex-presidente rumou para a base aérea da capital, onde embarcou para a República Dominicana num bimotor da Embraer. Antes de partir, entregou ao chefe da embaixada, Francisco Catunda, uma carta de agradecimento ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva pelo apoio durante a crise.
O ex-presidente pedira que seus simpatizantes, que organizavam uma manifestação de despedida, desobstruíssem as vias de acesso à embaixada e se concentrassem nas proximidades da base aérea.
Foto: Associated Press
Os partidários de Zelaya dão adeus ao ex-presidente que foi para o exílio
Para sair da embaixada brasileira rumo ao exílio, sem ser preso, Manuel Zelaya precisou que o novo presidente eleito, Porfirio Lobo, concedesse um salvo conduto especial, pois a justiça hondurenha ainda o quer alcançar por crimes de corrupção e enriquecimento ilícito.
O novo presidente, na verdade, estava louco para ver Zelaya fora do país, o que representa uma complicação a menos, e até o acompanhou ao aeroporto, entre prestigiando e se certificando que o incomodo ex-presidente ia mesmo sumir no horizonte.
O plano do coronel Hugo Chávez de ter um aliado incondicional em Honduras não deu certo, ao contrário, sua presença exagerada interferindo no governo hondurenho acabou prejudicando o seu aliado, que acabou perdendo o poder, com seis meses de antecipação.
As diversas manobras do coronel Chávez, de fazer presidente deposto voltar ao poder, como a de plantá-lo na embaixada brasileira, não resultou em nada.
Foto: Micheletti ao sair da missa celebrada no seu último dia de governo, foi aplaudido pela multidão e posou para fotos com partidários
O povo hondurenho deu seguidas mostras de preferia ser governada por Roberto Micheletti (foto) um velho político experiente, que conseguiu conduzir, debaixo de um tiroteio político internacional, o seu país até as eleições e a possível volta a normalidade, libertando-o das mãos de Manuel Zelaya e da influencia externa de Hugo Chávez.
Lula assessorado por Celso Amorim e principalmente por Marco Aurélio Top Top Garcia, foi um fantoche nas mãos de Hugo Chávez, durante todo o incidente. Até agora procura uma saída honrosa para mudar de opinião.
Apesar de ter se dirigido inicialmente para a República Dominicana as informações que se tem, é que Manuel Zelaya, pretende fixar residência de exilado no México.
Foto: Diario Libre Nessa luxuosa mansão em São Domingos, protegido por militares, bem mais discretos que o exército hondurenhos, Zelaya está hospedado com sua família. O endereço é dos mais nobres rua Hatuey 42, Los Cacicazgos, São Domingos,Republica Dominicana |
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