4 de nov. de 2013

Edward Snodwen, o ex-espião americano, que revelou escutas dos EUA pode receber asilo na Alemanha

ALEMANHA - Espionagem
Edward Snodwen, o ex-espião americano, que revelou escutas dos EUA, pode receber asilo na Alemanha
A mais importante revista alemã Der Spiegel, ao mesmo tempo que publica um manifesto do espião, apoia e cita personalidades que querem ver o americano asilado em território alemão

Foto: Rossiya 24/Reuters

O ex-técnico da CIA Edward Snowden, flagrado por um canal de TV Russo, durante passeio em Moscou

Postado por Toinho de Passira
Fontes: Der Spiegel, Veja, The Guardian,

Edward Snowden, de 30 anos, ex-analista da Agência Nacional de Segurança dos Estados Unidos (NSA, na sigla em inglês), publicou na revista alemã Der Spiegel, deste fim de semana, manifesto em que justifica vazamentos da inteligência americana.

Ao mesmo tempo em que a revista associa-se a um número crescente de de figuras públicas, jornalistas, atores, políticos e atletas que estão pedindo e defendendo que seja oferecido ao espião americano Edward Snowden asilo na Alemanha. No debate além de políticos da oposição, como o líder do Partido de Esquerda Gregor Gysi, Snowden recebe também o apoio de uma fonte improvável: o ex-secretário-geral da CDU (partido de Angela Merkel), Heiner Geissler que lamenta a deterioração da relação EUA-Alemanha, mas argumenta que "Snowden fez o mundo ocidental um grande serviço Cabe agora a nós para ajudá-lo." Na mesma linha políticos social-democratas exigem o asilo ", Snowden é um herói, não um traidor", disse Axel Schaefer, vice-presidente do grupo parlamentar do SPD.

"Asilo para Snowden", diz a revista na capa.
O escritor e intelectual público Hans Magnus Enzensberger argumenta em sua contribuição, que "o sonho americano está se transformando em um pesadelo", e sugere que a Noruega seria melhor posicionada para oferecer Snowden refúgio, dado o seu historial de oferecer asilo político a Leon Trotsky em 1935. Ele lamenta o fato de que na Grã-Bretanha ", que tornou-se uma colônia dos EUA", Snowden seja considerado um traidor.

Outras figuras públicas na lista incluem o ator Daniel Brühl, o romancista Daniel Kehlmann, o empresário Dirk Rossmann, a ativista feminista Alice Schwarzer e o presidente da Liga de futebol alemão, Reinhard Rauball.

No manifesto publicado na Der Spiegel Edward Snowden, justificou os vazamentos que fez sobre métodos e alvos do serviço secreto como um "chamado por maior controle" sobre as agências de espionagem.

O texto recebeu o título de Um Manifesto pela Verdade e nele Snowden, afirma que o debate sobre inteligência iniciado em vários países é benéfico. A revista afirma que recebeu o arquivo por meio de um canal criprografado.

"Em vez de causar danos, a informação que trouxe a público é útil, e isso está claro agora, porque reformas e leis estão sendo sugeridas", escreveu ele. "Os cidadãos têm o direito de lutar contra a supressão de informações que lhe são essenciais. Aqueles que falam a verdade não estão cometendo nenhum crime."

Na semana passada, foi levantada a possibilidade de Snowden depor a promotores alemães na investigação dos indícios de que a chanceler Angela Merkel foi espionada pelos Estados Unidos.

Snowden poderia responder às perguntas por escrito ou falar com os promotores alemães na Rússia, onde se encontra desde julho, já que não pode deixar o país sob risco de perder o estatuto de refugiado.

Numa carta aberta à Alemanha na semana passada, Snowden disse que contava com o apoio internacional para interromper a "perseguição" de Washington contra ele.

Admiradores têm Snowden como um herói dos direitos humanos. Outros dizem que ele é um traidor por roubar informações da NSA, onde trabalhava e se comprometeu a guardar segredo as informações a que teria acesso.

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