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12 de ago. de 2013

Surpreendente: Oprah Winfrey, apresentadora de TV dos EUA, é vítima de racismo na Suíça

ESTADOS UNIDOS – SUIÇA - Racismo
Surpreendente: Oprah Winfrey, apresentadora
de TV dos EUA, é vítima de racismo na Suíça
A vendedora de uma sofisticada loja de Zurique, sem reconhecer a bilionária estrelha de TV e empresária Oprah Winfrey, não quis mostrar uma bolsa de couro de crocodilo, solicitada pela apresentadora, sob o argumento de que o produto, caro demais, estava acima das posses da afro-decendente americana. Depois que o incidente foi noticiado o governo suíço pediu desculpas, embora a dona da loja, tenha afirmado que tudo não passou de um mal entendido e que não demitiu e nem vai demitir a vendedora.

Foto: Captura imagem/"thepassiranews"

Oprah fala do desagradável incidente ao jornalista Larry King

Postado por Toinho de Passira
Fontes: Huffington Post, The Local, The Daily Mail, Miami News Day, Reuters, Tages-Anzeiger

A notícia de que a bilionária e famosa afrodescendente americana Oprah Winfrey, 59, apresentadora e empresária de TV, proclamada pela revista "Forbes”, como a celebridade mais poderosa do mundo", foi vítima de um ato de racismo na Suíça surpreende e por vários aspectos.

Primeiro por envolver uma das mulheres mais populares do mundo, depois por ter acontecido num país tido e havido como um dos mais civilizados do planeta.

Oprah só tornou público o incidente, quase um mês depois, numa entrevista ao lendário jornalista a Larry King, no "CBS" dos Estados Unidos.

Oprah Winfrey estava hospedada no luxuoso hotel Dolder Grand, em Zurique, Suíça, no final de julho, onde fora, para assistir a cerimônia de casamento da cantora Tina Turner, com o produtor musical Erwin Bach. Os hotéis cinco estrelas da região foram invadidos por famosos de todas as partes do mundo, atraídos pelo acontecimento.

O desagradável incidente com Oprah aconteceu num dos dias que em que antecederam a cerimônia: a apresentadora passeava pelas ruas da cidade quando foi atraída por uma bolsa exposta numa vitrine blindada. Tratava-se de uma autentica Jennifer Bag, um assessório criado pelo estilista Tom Ford, em homenagem a atriz americana Aniston Jennifer, amiga de Oprah, feita com pele de crocodilo.

Foto: EPA

Essa é a loja, a filial suíça da "Trois Pommes" uma rede de boutiques entre as mais sofisticadas e glamorosas da Europa, frequentada apenas por famosos e endinheirados

Oprah contou que entrou na loja e pediu para ver a bolsa exposta na vitrine.

Certamente sem reconhecer Oprah à funcionária respondeu: "Não, essa é cara demais".

Oprah, dona de uma fortuna avaliada em mais de US$ 2,5 bilhões (R$ 5,7 bilhões), afirmou que insistiu e obteve uma resposta ainda pior: "Não, a senhora não pode pagar por esta bolsa, é melhor dar uma olhada nesta", teria dito a vendedora, mostrando um acessório de menor valor.

A bolsa realmente é cara demais, custa atualmente, na mesma loja, 28 mil euros (cerca de R$ 86 mil), não o suficientemente cara para Oprah.

Indignada com o tratamento, certamente por ela ser negra e não está vestida sofisticadamente, a estrela americana costuma trajar-se discretamente fora das câmeras, disse na entrevista que chegou a pensar em comprar a loja inteira:

"Eu queria criar um momento Pretty Woman, pelo gosto de dizer a vendedora, “Grande erro”! Mas então pensei que com essa atitude poderia beneficiá-la com uma fortuna em comissão, o que seria um prêmio, pela grosseria, por isso desisti", acrescentou bem humorada.

Referia-se a uma cena clássica do filme Uma Linda Mulher, estrelado por Julia Roberts e Richard Gere.

Foto: Divulgação

A fonte da discórdia: a bolsa Jennifer Bag, projetada pelo estilista Tom Ford,
ao preço de R$ 86 mil, a unidade

Após a divulgação da história, o Suisse Turisme, órgão do governo que promove o turismo na Suíça, pediu oficialmente desculpas a apresentadora. A porta-voz do órgão, Daniela Bar, disse: "Estamos muito envergonhados e pedimos desculpas, em nome do turismo suíço pelo que aconteceu” – e acrescentou – “Esta vendedora agiu de forma inadequada.“

A mídia local, repercutiu e condenou com estardalhaço o fato e lamentou, a impressão que Winfrey acabou levou da Suíça.

Foto: Fame Flay UK

A empresária, Trudie Gotz, proprietária da loja, diz que tudo não passou de um mal entendido.

A proprietária da cadeia de lojas, "Trois Pommes", a famosa empresária Trudie Goetz, uma das convidadas presentes ao casamento de Tina Turner, também se desculpou, pelo comportamento de sua funcionária, embora tenha garantido que toda esta polêmica não passou de "um mal-entendido".

Diz que a funcionária na verdade queria mostrar outras opções do mesmo produto que estaria num andar superior da loja e por falha de comunicação, do inglês da vendedora, acabou sendo interpretada erroneamente pela apresentadora.

Segundo ela, qualquer vendedora quer vender uma bolsa naquele valor, que conhece a moça de longa data, sabe que ela não é racista, a tem como excelente profissional e que não viu motivo, no incidente para que ela fosse demitida.

A vendedora foi apenas transferida para outra filial, para evitar assédio da imprensa e curiosos.

Não é a primeira vez que Oprah Winfrey foi discriminada em uma dessas lojas sofisticadas: em 2005, a rede Hermes teve que lhe pedir desculpas por ela ter sido convidada a se retirar de uma de suas lojas em Paris, sem nenhuma explicação.

O incidente na loja desencadeou uma saraivada de críticas à Suíça, onde a mídia noticiou nesta semana que os imigrantes que estão no país na condição de asilados, estão, bem ao estilo 'apartheid', proibidos de frequentar alguns espaços públicos como piscinas municipais, estádios e bibliotecas, gerando críticas do grupo “Human Rights Watch”.

Foto: Divulgação

SUIÇA: cartaz racista contra imigrantes

A Suíça claramente tem atitudes contraditórias em relação aos emigrantes: por um lado, emprega um grande número de profissionais estrangeiros, por outro lado, o Partido Popular, o maior no parlamento, faz longa oposição à imigração bandeira que é um elemento-chave de seu apelo eleitoral. O partido já foi acusado de racismo por suas campanhas contra imigrantes, a mais conhecida foi um cartaz de uma ovelha branca chutando uma negra, expulsando-a do espaço de uma bandeira suíça.

Com última curiosidade desta história o jornal inglês Daily Mail destaca que é no mínimo estranho que Oprah Winfrey tivesse sido flagrada, interessada em comprar uma bolsa feita de couro de crocodilo, já que é fervorosa defensora dos animais e lidera campanhas radicais contra o uso de roupas e assessórios feitos de pele de animais e chegou a ser nomeada, em 2009, personalidade do ano, pelo grupo de direitos dos animais PETA.

4 de ago. de 2013

Relatório do Itamaraty, que reprovou Joaquim Barbosa, retrata-o como agudo, 'colored' e de aparência regular

BRASIL - Racismo
Relatório do Itamaraty, que reprovou Joaquim Barbosa, retrata-o como agudo, 'colored' e de aparência regular
O jornalista Lauro Jardim teve acesso ao relatório das provas do Itamarati que reprovaram o jovem Joaquim Barbosa, que pretendia entrar na carreira diplomática, nos anos 80. Segundo Barbosa, que passou nas provas escritas, foi reprovado na entrevista, por 'racismo". Os exames à época, procurava reprovar também candidatos com tendência homossexual, para tanto os psicólogos exibiam a ilustração de uma vagina e perguntavam o que o candidato estava vendo. Não se sabe o que Barbosa respondeu a esta pergunta (?)

Foto: Valter Campanato/ABr

Joaquim Barbosa ri por último

Postado por Toinho de Passira
Fontes: Radar Online, Terra, "thepassiranews", O Globo

Em entrevista a Miriam Leitão, em O Globo, no dia 28, o presidente do STF Ministro Joaquim Barbosa acusou o Itamaraty de ser “uma das instituições mais discriminatórias do Brasil”.

Disse que depois de passar nas provas escritas para a carreira diplomática, foi barrado por racismo nas provas orais.

Ficou a dúvida: afinal, que provas orais eram essas?

O jornalista Lauro Jardim, do site Radar Online, teve acesso as relatórios das provas:
No exame psicotécnico, feito no dia 7 julho de 1980, a questão da cor de fato aparece. No relatório, o avaliador relata que Barbosa “tem uma autoimagem negativa, que pode parcialmente ter origem na sua condição de colored”. Mais: diz que suas atitudes eram agudas demais para alguém da carreira diplomática.

Barbosa enfrentou ainda uma banca em que cinco diplomatas deram notas inclusive para a sua aparência — descrita como regular. Alguns desses diplomatas são hoje embaixadores e devem estar constrangidos e envergonhados com o que fizeram no passado. Não tarda e saberemos os nomes deles.

A propósito, desde meados dos anos 80 as provas do Itamaraty são apenas escritas. As provas orais começaram a ser feitas no final dos anos 70.

Tinham como objetivo detectar “subversivos” (o Brasil estava sob uma ditadura, enfatize-se) e a condição sexual dos candidatos.

Ou seja, se eram homossexuais. “Qual é o nome de sua namorada?”, chegava a perguntar um dos psicólogos incumbidos do psicotécnico para, em seguida, mostrar ao candidato a ilustração de uma vagina e lhe perguntar o que via, de acordo com o relato de um diplomata que fez o teste em 1981.

As entrevistas também serviam, claro, a idiossincrasias dos avaliadores. O próprio item “aparência”, no qual Barbosa, obteve um “regular”, é uma prova disso.
O ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, disse, após a entrevista de Barbosa, que o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, referia-se a uma “outra era” quando tentou ingressar no curso de formação de diplomatas.

Ou seja, admitiu que realmente o Ministro pode ter sido rejeitado por racismo.

Diz que o presidente do STF, refere-se sobretudo a uma outra era do Itamaraty, em que pode ter ocorrido discriminação. Hoje existe esforço para acabar com a prática discriminatória. Há um programa de bolsas para afrodescendentes. Tudo isso vai no sentido da democratização que nós queremos ver aqui no Itamaraty”, declarou o ministro Antonio Patriota.

Barbosa no fim da entrevista a Miriam Leitão, deu uma tapa de luva nos embaixadores que o reprovaram:

“Passei nas provas escritas, fui eliminado em uma entrevista, algo que existia para eliminar indesejados. Sim, fui discriminado, mas me prestaram um favor. Todos os diplomatas gostariam de estar na posição que eu estou. Todos”, disse de alma lavada e enxaguada.

5 de jul. de 2013

Paulo Henrique Amorim é condenado por 'injúria racial', cometida contra Heraldo Pereira, da Rede Globo

BRASIL – Justiça
Paulo Henrique Amorim é condenado por 'injúria racial'
cometida contra Heraldo Pereira, da Rede Globo
A ofensa aconteceu num post do Blog do Jornalista Paulo Henrique Amorim, o Blog Conversa Afiada, quando se referiu a Heraldo como “negro de alma branca” entre outras coisas. Amorim foi condenado a princípio a um ano e oito meses de prisão e 15 dias-multa.

Foto: Divulgação

Amorim condenado por crime de injúria qualificada contra o jornalista Heraldo Pereira

Postado por Toinho de Passira
Texto de Pedro Canário, para o Consultor Jurídico
Fontes: Consultor Juridico, Folha de São Paulo, Conversa Afiada, Portal Imprensa

O Tribunal de Justiça do Distrito Federal condenou o blogueiro e apresentador Paulo Henrique Amorim pelo crime de injúria qualificada contra o jornalista Heraldo Pereira. Em decisão do dia 20 de junho, a 3ª Câmara Criminal do TJ-DF entendeu que Amorim cometeu crimes raciais quando disse que “Heraldo é o negro de alma branca” e quando escreveu que “ele não conseguiu revelar nenhum atributo para fazer tanto sucesso, além de ser negro e de origem humilde”. Também considerou que o apresentador cometeu injúria ao dizer que o jornalista “se ajoelha” e “se agacha” perante o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal.

As afirmações foram feitas no blog Conversa Afiada, mantido por Paulo Henrique Amorim. A decisão, de relatoria da desembargadora Nilsoni de Freitas Custodio, reformou a sentença, que entendeu que houve decadência da acusação, e trancou a denúncia. Amorim foi condenado a um ano e oito meses de prisão e 15 dias-multa. A pena foi reduzida em três meses por conta da senilidade do blogueiro (que já tem mais de 70 anos). Porém, foi aplicado o agravante pelo fato de as ofensas terem sido publicadas em meio de grande visibilidade. Como o cálculo final é inferior a quatro anos, a pena será convertida por restritiva de direitos.

Para a relatora, as expressões usadas por Paulo Henrique Amorim “foram desrespeitosas e acintosas à vítima, excedendo os limites impostos pela própria Constituição Federal e ferindo seu objetivo primordial, que é o exercício da democracia”. “Portanto, não há como entender que o réu agiu apenas com o animus narrandi ou criticandi, devendo a liberdade conferida a ele ser limitada, tendo em vista que feriu direito alheio”, escreveu.

Foto: Captura de video

Heraldo Pereira além de fazer reportagens, costumeiramenrte substitui William Boner, na bancada do Jornal Nacional, desde 2002

A desembargadora argumentou que “a expressão 'negro de alma branca' não raro é entendida em sentido pejorativo, indicando que pessoas de cor branca são sempre relacionadas a atributos positivos ao passo que as de cor negra são sempre associadas a qualificações negativas e que seriam mais dignos se se igualassem aos brancos, o que indubitavelmente se adéqua ao crime de injúria racial”.

O TJ do Distrito Federal também entendeu que as declarações do blogueiro não configuraram crime de racismo nos moldes do artigo 20 da Lei 7.716/1989, como pedia o Ministério Público. Os desembargadores entenderam que se tratava do crime de injúria qualificada por preconceito racial.

De acordo com o voto da relatora, racismo é quando o crime se destina a toda a coletividade em razão de raça, cor ou origem. À acusação, continuou a desembargadora, cabe demonstrar que o réu “traçou perfil depreciador ou segregador das pessoas que compõem determinado grupo”.

Já o crime de injúria, segundo o entendimento do TJ-DF, acontece quando se tem a intenção de ofender a honra subjetiva de alguém. O preconceito racial é uma qualificadora do delito.

“Como se vê, a distinção entre os citados tipos penais reside no elemento subjetivo do tipo, de forma que o crime será o de discriminação se a intenção do réu for atingir número indeterminado de pessoas que compõem um grupo e será o de injúria preconceituosa se o objetivo do autor for atingir a honra de determinada pessoa, valendo-se de sua cor para intensificar a ofensa”, escreveu a desembargadora Nilsoni.

11 de abr. de 2013

Deus e o diabo na terra do pastor Feliciano

BRASIL – Bizarro
Deus e o diabo na terra do pastor Feliciano
Para o pastor Feliciano, foi a Justiça Divina que matou John Lennon, derrubou o avião em que viajavam “Os Mamonas Assassinas” e afundou o Titanic. Em contrapartida atribui ao demônio o sucesso de Caetano Veloso e da pop star Lady Gaga. No momento de maior delírio afirmou que o “Satanás está infiltrado no governo brasileiro, não só no governo brasileiro, mas no governo do mundo!”.

Foto: Alexandra Martins / Agência Câmara

Feliciano sobre críticas após a publicação de vídeos polêmicos: - Não me arrependo de nada do que digo no púlpito. O púlpito é um lugar de inspiração

Postado por Toinho de Passira
Fontes: Ultimo Segundo, Radar Online, Extra, APP, Correio Braziliense, Wikipedia, Portal Marco Feliciano, Blog do Camaroti

Marco Antônio Feliciano, 41, é pastor da igreja Assembleia de Deus Catedral do Avivamento e deputado federal brasileiro eleito pelo Partido Social Cristão (PSC). Em março de 2013, Feliciano foi eleito presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias (CDHM) da Câmara dos Deputados do Brasil, quando então ganhou negativa notoriedade nacional por sofrer pressão para renunciar ao cargo, devido a sua história de pronunciamentos tidos como racistas, homofóbicos e delirantes, incompatível com a missão da comissão que passou a presidir.

No seu site oficial Feliciano diz que como escritor, publicou 18 livros, e é autor de DVDs com mensagens de autoajuda que venderam cerca de 600 mil cópias.

O pastor enfrenta um feroz movimento vindo dos movimentos gays e de combate à discriminação racial, que tem infernizado sua vida na presidência da Comissão, na Câmara, não permitindo que as reuniões ocorram normalmente, através de manifestações ruidosas e constantes, que estão se estendendo as ruas das principais cidades do país.

Os adversários do Pastor Feliciano, foram em busca do seu passado e encontraram perolas, para todos os gostos em vídeo divulgados na internet pelo próprio pastor. Num deles mostra Feliciano pedindo a senha do cartão de crédito de um fiel de sua igreja. Nas imagens, Feliciano diz: "É a última vez que eu falo. Samuel de Souza doou o cartão, mas não doou a senha. Aí não vale. Depois vai pedir o milagre pra Deus e Deus não vai dar e vai falar que Deus é ruim."

Mas as coisa toda não é só folclórica, o deputado Feliciano, atualmente responde a um processo no Supremo Tribunal Federal (STF) por homofobia e estelionato (por ter sido acusado de receber 13 mil reais para realizar um culto no estado do Rio Grande do Sul sem ter comparecido ao evento).

John Lennon assassinado devido a uma “vingança divina", por ter afrontado Deus, segundo o pastor Feliciano
Corre na Câmara dois pedidos de abertura de processo de falta de decoro parlamentar contra o pastor deputado: um do PSOL cita reportagens de jornais e revistas que denunciaram suposta contratação de funcionários fantasmas e o uso de cota parlamentar para pagamento de empresas que prestaram serviços particulares ao deputado.

Um segundo pedido de investigação partiu da ex-presidente da Comissão de Direitos Humanos deputada Iriny Lopes (PT-ES), pedindo que a Corregedoria investigue se houve quebra de decoro por parte de Feliciano ao dizer, durante um culto evangélico, que antes da chegada dele à presidência da comissão o “satanás” comandava o colegiado.

Segue-se mais um monte de besteirol na trilha dos vídeos e das redes sociais em mensagens postado por ele e sobre ele na internet.

Em março de 2011, Feliciano postou em sua conta na rede social Twitter frases de cunho racista, ao dizer: "Africanos descendem de ancestral amaldiçoado por Noé. Isso é fato. O motivo da maldição é a polemica (sic). Não sejam irresponsáveis twitters. A maldição que Noé lança sobre seu neto, Canaã, respinga sobre continente africano, daí a fome, pestes, doenças, guerras étnicas!"

Feliciano defende a ideia de que os povos africanos negros vivam sob a chamada "Maldição de Cam", descrita no livro Gênesis da Bíblia e interpretada de várias maneiras, e de que essa seria a causa dos problemas sócio-econômicos e políticos enfrentados pelo continente africano.

Em uma publicação sobre os homossexuais, Feliciano disse: "A podridão dos sentimentos dos homoafetivos levam (sic) ao ódio, ao crime, à rejeição. Amamos os homossexuais, mas abominamos suas práticas promíscuas", o que lhe gerou acusações de comportamento homofóbico.

Durante uma entrevista para o livro Religiões e política; uma análise da atuação dos parlamentares evangélicos sobre direitos das mulheres e LGBTs no Brasil, o pastor Feliciano afirmou ser contrário às reivindicações do movimento feminista porque elas podem tornar a sociedade majoritariamente homossexual.

"Quando você estimula uma mulher a ter os mesmos direitos do homem, ela querendo trabalhar, a sua parcela como mãe começa a ficar anulada, e, para que ela não seja mãe, só há uma maneira que se conhece: ou ela não se casa, ou mantém um casamento, um relacionamento com uma pessoa do mesmo sexo, e que vão gozar dos prazeres de uma união e não vão ter filhos. Eu vejo de uma maneira sutil atingir a família; quando você estimula as pessoas a liberarem os seus instintos e conviverem com pessoas do mesmo sexo, você destrói a família, cria-se uma sociedade onde só tem homossexuais, você vê que essa sociedade tende a desaparecer porque ela não gera filhos."

Um novo vídeo mostra Feliciano ao fazer críticas ao Congresso diz, entre outras coisas, que se "apavora" todas as terças-feiras quando chega à Câmara e que o Satanás "está infiltrado no governo brasileiro".

Feliciano chega a dizer que, ao dizer isso, pode até cortar suas emendas, mas que ele, embora seja deputado, como pastor tem que dizer o que está ocorrendo.

Durante um culto, o deputado também faz críticas a parlamentares evangélicos que não querem assinar proposta de sua autoria para a realização de um plebiscito sobre o casamento entre pessoas do mesmo sexo.

Foto: JF Dionio/Estadão

Protesto contra a permanencia da Feliciano na Comissão de Direitos Humanos no Congresso, no fim de semana em São Paulo

"Recebi uma mensagem de pureza e santidade. Vou falar como profeta. Me apavora entrar dentro da Câmara dos Deputados desse país e saber como o Satanás está infiltrado no governo brasileiro, não só no governo brasileiro, mas no governo do mundo. Satanás tem levantado homens e as mulheres, e a Igreja não tem se atinado a isso (...) Satanás levantou seu ativismo nesse país, existe uma ação de Satanás contra a família, dentro desse nosso governo, de esquerda, talvez vão cortar minhas emendas. Não fiquem apavorados, sou pastor, tenho que falar... Quando precisamos de apoiamento para coisa a favor da família, nem deputados crentes tem coragem de apoiar. Plebiscito sobre o casamento de homossexuais... imagine, a causa é boa, encontrei gente que é da Igreja que não possa assinar, o anti-cristo está operando...ninguém vai” , diz o deputado no vídeo

Os pronunciamentos de Feliciano, porém, não tem estribeiras: recentemente noutro vídeo o deputado diz, durante um culto religioso, que o cantor britânico John Lennon foi castigado e morto por Deus por ter dito em certa ocasião que "Os Beatles são mais populares do que Jesus Cristo". Sobre a morte do cantor, assassinado em 1980 por Mark Chapman, Feliciano disse que se tratou de uma "vingança divina" e que "ninguém afronta Deus e sobrevive para debochar".

No mesmo vídeo e ainda sobre o assunto, o pastor diz: "Eu queria estar lá no dia em que descobriram o corpo dele. Ia tirar o pano de cima e dizer: 'me perdoe John, mas esse primeiro tiro é em nome do Pai, esse é em nome do Filho e esse é em nome do Espírito Santo'."

Em outro vídeo, aparentemente gravado no mesmo culto, Feliciano diz que as músicas dos Mamonas Assassinas, ao se dirigirem para crianças, tocaram na “santidade de Deus”. Ele criticou o cantor da banda, Dinho, por ter sido evangélico da Assembleia de Deus, e o chamou de “vendido”. “Se vendeu ao diabo pelo vil dinheiro, dizem por aí que todo homem tem seu preço”.

Todos os integrantes da banda, conhecida pelas letras engraçadas e cheias de duplo sentido, morreram em um acidente aéreo em 1996.

“Até hoje há uma interrogação do que aconteceu ali para os homens. Eu sei o que aconteceu ali. O avião estava no céu, região do ministro do juízo de Deus. Lá na Serra da Cantareira, ao invés de virar para um lado, o manche tocou pra outro. Um anjo pôs o dedo no manche e Deus fulminou aqueles que tentaram colocar palavras torpes na boca das nossas crianças", disse.

Foto: Divulgação

Caetano e Lady Gaga, auxiliados pelo Satanás, segundo o pastor Feliciano

Em outra ocasião, o pastor afirma que o cantor Caetano Veloso, que é ateu, obteve sucesso com a canção "Sozinho" com o auxílio de "forças malignas" após um encontro com Mãe Menininha do Gantois, uma conhecida iyálorixá brasileira. No mesmo vídeo, ele diz que "o diabo tem uma Lady Gaga que canta e encanta", se referindo à cantora pop norte-americana.

A última de Feliciano, divulgada no Radar Online de Lauro Jardim, diz que o deputado pastor, credita à morte dos 1 523 passageiros do Titanic a justiça divina.

- No caso do Titanic, o comandante disse: ‘Nem Deus afunda o Titanic”, e logo depois aconteceu o que aconteceu. Não é que eu ache que Deus pune, mas por que zombar de Deus? Eu acredito nisso. Para que zombar de quem não te fez nada?

A única coisa aproveitável, dita por Feliciano, ultimamente, foi a resposta dada diante de apelo do líder do PT, deputado José Guimarães (CE), para que deixe a presidência da Comissão de Direitos Humanos da Câmara.

“Renuncio se João Paulo Cunha e José Genoíno, condenados no julgamento do mensalão, também renunciarem aos cargos que ocupam na Comissão de Constituição e Justiça”. Os petistas Cunha e Genoíno são membros titulares da CCJ.

Nos mais se sabe que Satanás provavelmente está satisfeito com os poderes a eles atribuídos, pelo Pastor, mas em contra partida, espera-se a qualquer momento um pronunciamento de Deus ou sua Divina Ira, sobre a cabeça de Feliciano.

Foto: Arquivo

Feliciano credita o naufrágio do Titanic a justiça divina


5 de nov. de 2010

Preconceito contra nordestinos pela vitória de Dilma

NORDESTE
Preconceito contra nordestinos pela vitória de Dilma
Nem íamos tocar nesse assunto, mais minha amiga do Blog “Dois em Cena”, fez uma cativante defesa dos nordestinos, e nos citou nominalmente entre os nordestinos que mereciam ser defendidos. Legalmente a OAB de Pernambuco entrou com uma queixa crime, visando uma punição contra uma estudante de Direito, tida com a infeliz criadora e divulgadora das mensagens racistas, e de incitação a crime, (sugeria aos paulistas que afogassem os nordestinos) divulgadas em seu perfil no Twitter

Foto: Rafael Medeiros

Desculpem, mas não dá para se sentir inferiorizado aqui, em Porto de Galinhas, diante das piscinas naturais escavadas, pela natureza, nos arrecifes.

Postado por Toinho de Passira
Fontes: Terra, Dois em Cena, Correio Braziliense, Blog do Lucio Neto, Notalatina, Brasil Wiki

Todo mundo está culpando uma estudante de direito de ser a mentora de uma divulgação massiva no twitter, de mensagens contra os nordestinos, numa delirante campanha tentando desmerecer os brasileiros dessa região, por terem sido, na opinião dela e seus seguidores, responsáveis pela eleição da candidata do Partido dos Trabalhadores, Dilma Rousseff.

Noticia-se que como conseqüência, ela perdeu o estágio que fazia num importante escritório de advocacia e está sendo acionada via OAB de Pernambuco, pelos crimes de preconceito, racismo e incitação a violência.

Contribuindo para que ela, a estudante, seja esquecida, o mais rapidamente possível, não vamos divulgar o seu nome.

Queremos registrar que durante a campanha presidencial ouvimos, por aqui, partidários de Dilma, afirmarem que não se devia votar em José Serra, pois ele não gostava de nordestino, não iria, caso eleito, cuidar do nordeste como Lula cuidou. Também diziam que se eleito o ex-governador de São Paulo, ia acabar com a bolsa família e prejudicar os aposentados.

Agora estamos lendo que os petistas afirmarem que essa "onda de ódio contra os nordestinos é fruto da campanha raivosa de José Serra". Repete-se a velha prática petista em transformar vitimas em culpados e os verdadeiros culpados em aliados.

Agradecemos em nome dos nordestinos a amiga do “Dois em Cena”. Particularmente nos sentimos honrados, por termos sidos equiparados a blogueiros nordestinos valorosos e famosos como o rio-grandense do norte, Lucio Neto, do “Blog do Lucio Neto” e a Graça Salgueiro do irretocável "Notalatina”.

O posicionamento da jovem estudante de direito é sobremaneira absurdo, pois além de todas as insanidades que o gesto contém, parte de uma premissa errada, pois como tão bem analisa o Blog do Lúcio Neto, mesmo sem os votos dos nordestinos e nortistas, Dilma Rousseff teria sido eleita. Os votos dessas duas regiões serviram apenas para aumentar a distancia entre os dois candidatos.

Essa história de complexo de superioridade sulista sobre os nordestinos é uma bobagem tão grande, tão em desuso, que nem merece uma analise mais acurada. Somos cidadãos planetários, usando twitter e nos comunicando freneticamente mundo a fora, não dá para imaginar que dentro do mesmo país, alguém possa ser discriminado pela região onde nasceu ou mora.

O decepcionante é que essas caducas ações tenham partido de jovens que nasceram quando tudo isso parecia já sepultado como um hábito de incivilizados cidadãos pré-históricos.

Discriminação, racismo e preconceito são palavras pobres, pornográficas inadequados ao vocabulário dos seres humanos vivendo em sociedade no século XXI da era cristã.

Não vamos cair em tentação de defender o nordeste, dizendo das nossas qualidades e riquezas materiais e culturais, fazendo comparações com outras regiões do país. Isso seria aceitar a discriminação, acionando um protocolo de defesa.

Aconselhamos essa menina e suas amigas, a largarem esse tal de twitter e tomarem o rumo do nordeste, nas próximas férias. Venham queimar suas bundas paulistas (quem primeiro falou da bunda dela foi o “Blog Dois em Cena”) em nossas praias, depois subir nas ladeiras de Olinda, atrás da “Pitombeira”, levar um “acocho” no Galo da Madrugada e terminar um dia mergulhando no mar de Fernando de Noronha.

Encerrando o assunto podemos dizer, que ser chamado de nordestino, nunca foi uma ofensa, só nos enche de orgulho, tanto quanto ser chamado de brasileiro.


21 de mai. de 2010

A polêmica da Miss Estados Unidos nascida no Líbano

EUA - EXTREMISMO
A polêmica da Miss Estados Unidos nascida no Líbano
Rima Fakih, a miss EUA 2010, foi acusada em sites conservadores americanos de ter vínculos com o grupo extremista Hezbollah. Por outro lado, os radicais islâmicos, a acusam de estar a serviço do serviço secreto de Israel, que participou do concurso de beleza, aparecendo de biquíni, para desmoralizar o Líbano e o Islã

Foto: Reuters

A libanesa, Miss Michigan Rima Fakih quando foi coroada miss Miss USA no Planet Hollywood Resort e Cassino em Las Vegas, Nevada

Toinho de Passira
Fontes: RTP, Clicrbs, Diario Digital, Celeb Jihad, Lux, The Mirror, TMZ, La times Blog

Na madrugada de segunda-feira, em Las Vegas, a imigrante libanesa Rima Fakih, de 24 anos, tornou-se 59ª Miss Estados Unidos.

Nascida numa aldeia no sul Srifa, perto da cidade portuária de Tiro, uma vila xiita que foi bombardeada durante a guerra entre Israel e o Hezbollah, em 200, Rima e a sua família imigraram para os EUA em 1993, fugindo da guerra, quando ela ainda era criança (sete anos).

Fotos: Reuters

Rima Fakih em dois momentos do concurso, de biquíni e em traje gala.

Seria mais uma miss nesse mundo cheio de concursos de beleza, se não fora a fúria com os direitistas americanos lançaram-se contra a moça, como se ele fora uma mulher bomba de biquíni, ao mesmo tempo em que os radicais mulçumanos veem nela uma tentativa de Israel, de desmoralizar o mundo islâmico.

A blogueira Debbie Schlussel, analista e comentarista política da FOX postou a noticia com o título "Miss Hezbollah USA". Denunciou, inclusive pela televisão, como se verdade fosse, que os extremistas islâmicos haviam financiado a campanha da Miss Michigan, Rima Fakih, que acabou miss USA.

Diz ter informações do serviço secreto americano, que três pessoas da família de Fakih, estão atualmente cargos de direção no Hezbollah, acrescentando que oito membros da família, pertencentes à milícia extremista, teriam sido mortos em confrontos com Israel.

Schlussel sempre ressalta nas suas intervenções televisiva, que a família de “Rima Fakih é composta de muçulmana xiita membros do Hezbollah, grupo terrorista islâmico que assassinou mais de 300 cristãos Marines e funcionários da embaixada dos Estados Unidos em Beirute.

Parece que o fato de ter um presidente negro, Barack Obama, com descendência queniana, ao invés de suavizar, radicalizou ainda mais, aos olhos dos conservadores americanos, a abordagem a imigrantes e descendentes.

"É um dia triste para a América” disse Schlussel na televisão.


Fotos de Rima participando de um concurso de "Pole Dance", ao invés de denegrir sua imagem, tem servido para desmentir os radicais que ela é uma xiita. Por sinal ela ganhou o concurso

Contra a análise dos conservadores apareceram na internet fotos de Rima Fakih provocante, durante um concurso de stripper amadora, em 2007. Se seguisse os ditames do Islã e fosse uma radical xiita como são os do Hezbollah, a libanesa, que estudou em escolas cristãs, nos Estados Unidos, não seria permitido tal comportamento.

Por sua vez, sites mulçumanos como o Celebjihad, diz “que mais uma vez o ocidente controlado pelos sionistas ri de nós, através de Miss EUA, Rima Fakih. Complementa chamando a jovem libanesa de prostituta devido ao concurso de stripper e diz que na internet há fotos dela de biquíni num iate de algum judeu.

E lamenta: primeiro Rima desgraça sua religião ao aceitar participar de um concurso em que é apalpada e exibidos como gado na televisão nacional. Então é revelado que ela nada mais é que uma degenerada.

E continua: “Será que devemos acreditar que é apenas uma coincidência que a primeira muçulmana Miss E.U.A. é uma perua?“Não! A única explicação lógica é que ela é uma agente do Mossad, colocada nessa situação para constranger e envergonhar o mundo muçulmano”.

Perguntamos nós do “thePassiranews” será que o mundo enlouqueceu? Estão transformando uma bela moça de biquíni num caso de extremismo político religioso e um insignificante concurso de beleza num espetáculo degradante e insano de racismo, radicalismo e intolerância, com tantas outras questões importantes no mundo para serem tratadas.

Foto: Reuters

Rima Fakih é tão americana quanto qualquer outras das misses que participaram do concurso. Se não fosse pelo belo nariz líbio e o corpo escultural, passaria despercebida na multidão, tal qual, a radical advogada Debbie Schlussel, que por sinal, é descendente de judeus polacos, e tem sangue imigrante correndo em suas veias racistas.

6 de mar. de 2010

Senador Demóstenes defende pobres de qualquer cor

BRASIL
Senador Demóstenes defende pobres de qualquer cor
Por defender o fim das cotas raciais para ingresso nas universidades públicas o senador Demóstenes Torres (DEM-GO), que defende as cotas sociais - que privilegiariam pobres de todas as raças - está sendo caluniado indiretamente pelo ministro Edson Santos, da Secretaria Especial de Igualdade Racial, que quer jogar contra ele o movimento negro e a pecha injusta de rascista

Foto: Waldemir Barreto/Ag Senado

Demostenes Torres defendendo o direito de todos

Fontes: Valor Economico , Portal Democratas, Blog Luis Nassif, Afrobras, Blog Democratas

O senador Demóstenes Torres (DEM-GO), que ficou sob a mira do movimento negro ao defender o fim das rotas raciais para ingresso nas universidades públicas, disse ontem que o país vive a "ditadura do politicamente correto", defendeu as cotas sociais - que privilegiariam pobres de todas as raças - e afirmou que o ministro Edson Santos, da Secretaria Especial de Igualdade Racial, usa de "desonestidade intelectual" quando afirma que o fim da cota racial irá inviabilizar as demais políticas sociais afirmativas.

Em entrevista ao Valor, Torres afirmou que o movimento negro criou index - odeia Gilberto Freire, Darcy Ribeiro e Jorge Amado e "excomunga" a princesa Isabel - e reiterou que não considera a miscigenação brasileira como resultado do estupro e da violência, mas de uma relação consensual entre o branco livre e a negra escrava, "ainda que sob dominação". O senador não teme prejuízo eleitoral para seu partido decorrente de seu engajamento na tese. Abaixo, a entrevista:

Valor: Em véspera de eleição, o senhor considera popular a posição de combater o uso das cotas raciais nas universidades?

Demóstenes Torres:
Se é popular não interessa, interessa o que é certo para o país. Eu defendo as cotas sociais, ou seja, quem é pobre tem o direito a entrar na faculdade por meio do sistema de cotas de até 20%, e o pobre pode ser preto, pode ser negro, amarelo, preto, de qualquer cor. O problema estrutural no Brasil não é o racismo, mas a pobreza.

O rico negro sempre teve tranquilamente o seu assento à sociedade. Na época do escravagismo, tínhamos traficantes de escravos negros, senhores de escravos negros e assim por diante. Todo arcabouço jurídico que foi constituído no país foi para acabar com a discriminação, em especial com o racismo.

A lei é duríssima. Desde a promulgação da Constituição até agora foram criados 16 diplomas antirracistas. Por que vamos criar uma lei que racializa a sociedade entre negros e brancos? Até porque 87% da população têm sangue negro, mais de 90% têm sangue branco, mais de 60% têm sangue indígena.

Como vamos classificar? O Brasil é miscigenado, graças a Deus. Não precisamos criar mecanismos para racializar o Brasil porque o conceito de raça já acabou.

Valor: Como foram as reações a essa posição? O senhor recebeu pressões para recuar?

Demóstenes Torres:
Há três anos sustento essa posição. Não existe pressão que me faça recuar do que eu penso, do que eu estudo. Eu sou um estudioso. Eu sou pela cota social, que beneficia todos os pobres independente de sua cor. Sou autor da emenda constitucional que pretende criar a escola integral, pois não existe universidade que cure analfabetismo, ignorância. A cota, mesmo que social, deve ter um efeito limitado para que a educação um dia possa ser elevada a um patamar de excelência no Brasil. Não existe um passe de mágica para isso, existe trabalho.

Valor: Um dos argumentos do ministro Edson Santos em favor das cotas é que o PNAD do IBGE aponta maior pobreza e menos escolaridade entre os negros.

Demóstenes Torres:
Dentro do mesmo nível de escolaridade, negro e branco têm o mesmo tratamento. A cota racial tem uma coisa muito grave porque acolhe o negro rico. E como vamos tratar os 19 milhões de brancos pobres no país?

Valor: O sr. expõe isso ao eleitor?

Demóstenes Torres:
Claro.

Valor: O que o seu eleitor acha?

Demóstenes Torres:
Isso pesa a meu favor. O eleitor entende que não há razão para privilegiar uma cor. Quem é que pode ser contra acudir o pobre? O caboclo pobre, a mistura do europeu com o índio lá do Amazonas, por exemplo, não está nessa cota. Há uma parte expressiva da inteligência brasileira que concorda com esse posicionamento. Cota social é a mais correta, até porque no Brasil não há qualquer possibilidade de fazer uma diferenciação de cor. No Brasil, menos de 6% são pretos conforme a denominação do IBGE. Os pardos, mistura de branco e negro, são em torno de 42%. E isso autodeclarados.

Como vamos classificar a cor, qual o critério, vamos olhar para as pessoas e definir? Chega-se ao absurdo de gêmeos idênticos serem considerados um negro e outro, não. Cria-se um tribunal racial dentro da universidade. Estão tentando seguir no Brasil o exemplo fracassado americano. Não quero enfrentamento, apenas quero levar essa discussão para o país: o que melhor para o Brasil, a cota social ou a racial?

O reitor da UnB disse que nós poderíamos colocar uma cota de 20% para negros, 20% para pobres e 30% para originários das escolas públicas e isso não é real.

O presidente da Associação dos Reitores das Universidades Federais disse, em audiência pública no Senado, que é impossível ter autonomia universitária com algo acima de 20% de cotas, porque o mérito será totalmente escamoteado.

Valor: Outra argumentação polêmica é a de que a miscigenação de se deu sem violência.

Demóstenes Torres:
É só ler Gilberto Freire. Querem dar a impressão que no Brasil as negras foram estupradas e a miscigenação se deu de forma violenta. A integração da casa grande e da senzala, ainda que com dominação, foi muito mais consensual do que gostaria o movimento negro. Hoje o movimento negro tem umas pessoas que são odiadas. Gilberto Freire é uma delas. Darcy Ribeiro é outro, dizem que ele é o pirata da antropologia. O Jorge Amado, falam que abate moralmente o negro. Encontraram racismo até na obra "O Lavrador de Café" do Portinari porque coloca o pé do negro muito proeminente.

Valor: Isso é discriminação?

Demóstenes Torres:
Estamos vivendo no Brasil na ditadura do politicamente correto. A princesa Isabel é excomungada. Joaquim Nabuco é quase que um pária. Algumas coisas são absolutamente ridículas em termos de pesquisa. Será que é verdade que os negros brasileiros têm menos esgoto que os brancos, ou seja, que o esgoto que passa a céu aberto na casa do pobre ele escolhe a cor?

Valor: A história não justifica uma proteção ao negro?

Demóstenes Torres:
Muito antes do Brasil existir, a África já fornecia escravos para o mundo. Isso não quer dizer que devemos ficar contentes, mas não vamos solucionar esse problema aprovando uma legislação racista no Brasil separando os brancos e os negros. Não temo expor a minha opinião.

Valor: O que o senhor acha da nota do ministro, que afirma que uma decisão do STF contrária às cotas pode inviabilizar as demais políticas sociais afirmativas?

Demóstenes Torres:
O ministro cometeu um crime de responsabilidade ao enviar esse ofício. Esse argumento foi para criar animosidade em relação a uma posição partidária e em especial a mim. E mais ainda, o ministro está usando todos os recursos que tem o ministério para convocar o movimento social, inclusive patrocinando muita coisa, como eventos, para pressionar o STF . Os ministros do Supremo não podem sofrer pressão. São 11 julgadores que devem julgar com a maior isenção. A argumentação de que uma decisão contrária vai inviabilizar ações afirmativas no Brasil é falaciosa e, além de tudo, uma desonestidade intelectual.

COMENTAMOS: Irretocável o pensamento do Senador Demóstenes Torres. Aliás, nesta, como em outras ocasiões, o senador Demóstenes está sempre do lado certo, do bom senso e da correção. Obvio que seria bem mais cômodo não comprar uma briga deste tamanho. Mas ele o faz porque seu senso de justiça não o deixa quieto diante de um absurdo.

O absurdo é não querer seguir o seu pensamento democrático, apoiado por tantos outros, de querer abranger nas cotas as pessoas que margeiam a sociedade e se defrontam com barreiras de acesso as oportunidades apenas pela condição social.

Nada menos preconceituoso do que reunir com as mesmas oportunidades um grupo social sem lhes perguntar a cor, ou a origem.

Nessas ocasiões sempre é citada a análise do DNA de um grupo de 120 negros brasileiros feitos pelo geneticista Sérgio Danilo Pena, da Universidade Federal de Minas Gerais, que detectou, por exemplo, que a ginasta Daiane dos Santos tem ancestralidade mais européia do que africana.

Na verdade conclui-se que a Daine é uma brasileira típica, com 39,7% de ancestralidade africana, 40,8% européia e 19,6% ameríndia.

Naquela ocasião disse o cientista: a cor da pele é um “péssimo indicador de ancestralidade” porque representa uma parte ínfima do código genético humano.

Estamos mais uma vez com Demóstenes Torres e fazemos questão de dizer que ele é uma das poucos e saudáveis exemplo de políticos brasileiro que honram o mandato que receberam do povo.


1 de ago. de 2009

Uma cerveja racial com Obama

Uma cerveja racial com Obama
Dois brancos e dois pretos tomam cerveja para pacificar uma questão racial e tentar corrigir um momento Lula de Barack Obama

Foto: Reuters

O president Barack Obama, a direita e o vice president Joe Biden, a esquerda, tomam cerveja com o professor de Havard, Henry Louis Gates Jr. Segundo a esquerda e o sargento da polícia de Cambridge, Massachusetts , James Crowley, no Rose Garden da Casa Branca

Bruno Garcez
Fontes: BBC Brasil

O president Barack Obama, a direita e o vice president Joe Biden, a esquerda, tomam cerveja com o professor de Havard, Henry Louis Gates Jr. Segundo a esquerda e o sargento da polícia de Cambridge, Mass. , James Crowley, no Rose Garden da Casa Branca O tórrido verão de Washington e a forte umidade da cidade nesta época do ano pedem por uma cerveja gelada.

Mas a cerveja mais aguardada do dia não será servida em um ''happy hour'' qualquer, mas sim em um evento na Casa Branca.

O presidente Barack Obama abrirá as portas da residência presidencial americana para receber um professor universitário e um policial.

O objetivo do encontro é servir para que a dupla coloque suas diferenças de lado, diante de uma boa cerveja.

Antes que o presidente dos Estados Unidos assumisse esse papel de rei Salomão da cevada, eis o que ocorreu:

No dia 16 de julho, Henry Louis Gates, um professor da Universidade de Harvard chegou em casa (foto) cansado, após regressar de uma viagem à China, mas descobriu que não conseguia abir a porta de casa.

Resultado: resolveu arrombar a porta emperrada, com a agenda do motorista de táxi que o trouxe.

Tanto Gates como o motorista são negros.

Fotos: Reuters

PERSONAGENS: Lucia Whalen, a vizinha que chamou a polícia, Henry Louis Gates, o professor de Havard, que resolveu arrombar a propria casa e o Sargento James Crowley, acusado de racismo

Diante da movimentação suspeita na casa do professor, uma vizinha chamou a polícia.

Acionado, o sargento Jim Crowley chegou à casa de Gates quando ele já estava dentro de casa.

O policial chamou-o para conversar do lado de fora e para apresentar alguma prova de que ele era dono da residência.

Já enfadado com a situação e sentindo-se vítima de racismo, Gates desferiu uma ofensa contra o sargento.

Foto:AP

O professor saindo de casa algemado e a foto do registro na ficha policial

Crowley pediu que o professor se acalmasse e ao julgar que seu pedido não foi atendido, levou-o para a viatura policial algemado.

Ao ser indagado sobre o polêmico incidente que rendeu inúmeras manchetes na imprensa americana, Obama, que é amigo do professor, disse que a polícia havia ''agido de maneira estúpida''.

O comentário, algo impensado, fez com que o presidente entrasse de cabeça na polêmica.

Foto: Reuters

Obama reconhecendo que falou demais

E levou-o também a voltar atrás em sua declaração, dizendo que talvez tanto Gates como a polícia do Estado de Massachusetts tenham reagido em excesso.

Depois da verborragia de Obama, foi a vez de os comentaristas televisivos e radiofônicos de direita caírem matando.

Glenn Beck, da TV Fox News, disse que o presidente era racista contra brancos.

Foto: AP

Dr. Henry Louis Gates Jr. a esquerda participa de um painel na CNN, sobre o incidente, um programa ao vivo chamado ”Momento da Verdade” apresentado por Soledad O’Brien e Tom Joyner

Policiais de todo o país, muitos deles negros, saíram em defesa do sargento Jim Crowley.

O evento protocolar na Casa Branca não será e nem pretende ser o cenário ideal para que um policial, um presidente e um professor discutam a questão racial nos Estados Unidos.

O debate sobre raça é um tema que vem sendo cautelosamente evitado por Obama desde que ele chegou à Casa Branca.

O país prefere varrer o problema para debaixo do tapete ou esquecer o assunto indigesto descendo algumas cervejas.

Mas mesmo depois de haver eleito um negro para o cargo mais importante do mundo, os Estados Unidos, com uma minoria negra que responde por apenas 12% da população do país, possui uma população carcerária com 50% de negros.

Pesquisas mostram que afro-americanos ainda se sentem vítimas de racismo e de abuso policial.

Ah, sim, mas voltemos ao evento. O presidente disse que irá beber Bud Light, Gates optou por uma Red Stripe e Crowley pretende saborear uma Blue Moon.

Quem dera que as principais divergências entre negros e brancos nos Estados Unidos se limitassem ao cardápio de uma cervejada.


* “Uma cerveja com Obama” era o título original do texto
**Fotos, legendas e subtítulos acrescentados por “thepassiranews”

21 de abr. de 2009

Ahmadinejad detenou conferência sobre racismo

Ahmadinejad detenou conferência sobre racismo

Foto: Reuters

Ahmadinejad no instante do seu desagregador discurso

Fontes: Reporter Diário, O Globo

O presidente iraniano Mahmoud Ahmadinejad abriu e detonou nesta segunda-feira a conferência da ONU contra o racismo, na Suíça, exatamente demonstrando muito racismo contra Israel e contra o ocidente de uma maneira geral, parecendo até que havia compreendido errado o motivo da conferência.

Ninguém, porém, ficou tão surpreso assim com o gesto extremista do amigo de Hugo Chávez, tanto que mal ele começou, sem ter que combinar, cerca de 30 delegados, principalmente de países europeus, deixaram a sala em protesto. (AP foto)

Na sequência o discurso foi interrompido por manifestantes, que se vestiram de palhaço e chegaram a atirar pedaços de papéis no iraniano, transformando a pretensa sisuda reunião da ONU, num verdadeiro circo. Em meio ao tumulto, com seguranças correndo pela sala tentando capturar os manifestantes, Ahmadinejad apenas sorria.

Foto: Getty Images

Jamais o presidente iraniano vai se incomodar com manifestações de palhaços pacifistas ocidentais, embora entre os manifestantes estivesse o premio Nobel da Paz, o judeu escritor, Elie Wiesel, o velhinho de cabelo desgrenhado, sobrevivente de campos de concentração nazista, que Ahmadinejad nega que existiram.

Logo após o discurso de Ahmadinejad o presidentes americano, Barack Obama, e francês, Nicolas Sarkozy, criticaram Ahmadinejad. Obama, por meio de seu porta-voz, afirmou que "discordava veementemente" do presidente iraniano. O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, deplorou a atitude do iraniano e chegou a falar em adotar "medidas disciplinares".

A conferência já estava envolta em polêmica por causa da decisão dos EUA e de outros países, como Alemanha, Canadá, Itália e Holanda, de boicotar o evento, alegando exatamente o temor de que ela se transformasse em um palanque contra Israel.

Foto: Getty Images

Visão geral da sala de conferências da Assembleia das Nações Unidas em genebra, Suiça

A diplomacia brasileira havia pedido "moderação" no discurso de Ahmadinejad. Ban, que se havia reunido pela manhã com o líder iraniano, também tinha pedido a ele que não atacasse outros países e "olhasse para o futuro". Ahmadinejad garantiu a Ban que não seria duro. Mas o pior dos cenários se confirmou. Ahmadinejad, que tinha apenas sete minutos para falar, discursou por 32 minutos.

O iraniano comparou o sionismo ao racismo e acusou o Ocidente de ter estabelecido um "governo racista" no Oriente Médio. Na sua avaliação, trata-se do "regime mais cruel e repressivo" do mundo.

"O sionismo personifica o racismo que usa falsamente a religião para esconder ódio", disse. "O regime sionista nos ameaça com uma guerra", afirmou.

Ahmadinejad, que já havia pedido a destruição de Israel em outras ocasiões, chegou perto de repetir isso na ONU. "O momento da idéia sionista deve ser rompido" disse. Em outro momento, ele pediu "a erradicação desse racismo".

O iraniano também jogou com as palavras para questionar o Holocausto, no dia em que Adolf Hitler completaria 120 anos. Ahmadinejad, já havia classificado o Holocausto como "um mito", declarou ontem que Israel foi criado "sob o pretexto do sofrimento dos judeus e da ambígua e duvidosa questão do Holocausto".

"O boicote é uma prova clara de que apóiam o racismo", disse Ahmadinejad, referindo-se aos países que não compareceram à reunião. "Esta é a liberdade de expressão e os defensores desta liberdade têm agora medo de participar. Isso é arrogância", atacou.

O discurso de Ahmadinejad foi repleto de contradições. Apesar de atacar o Ocidente, citou insistentemente a palavra "amor" e se disse disposto a manter um diálogo com Obama. "Sempre estou disposto a ter relações com base no respeito mútuo e justiça. Foram os americanos quer cortaram relações conosco", disse. "Saudamos as mudanças básicas nos Estados Unidos."

No entanto, ele advertiu que quer mudanças concretas. "Estamos esperando mudanças reais na política e no comportamento dos Estados Unidos. Isso será necessário para corrigir a tendência na política mundial. Mudar é necessário, especialmente na situação atual", disse.

Ahmadinejad defendeu o direito do Irã de controlar a tecnologia nuclear. "Isso é uma questão fechada", declarou, reiterando que o programa nuclear iraniano tem fins pacíficos. "Trago uma mensagem de paz", disse, para logo em seguida retomar os ataques

Ele pediu ao Ocidente que se retire do Oriente Médio e criticou a arrogância americana no Iraque e Afeganistão. "Não são esses os exemplos claros de racismo e discriminação?"

"Ele deveria ser preso por incitar o genocídio", disse o prêmio Nobel da Paz de 1986, Elizer Wiesel. Ele espera que conferência seja concluída "com o reconhecimento da vulgaridade de Ahmadinejad".

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon (foto) acusou Ahmadinejad de usar seu discurso para "dividir e até incitar". "Isso não pode mais ocorrer no futuro. O que aconteceu é deplorável", disse Ban. "Peço ao Irã que respeite os demais países."

Em Tel-Aviv, o governo de Israel convocou nesta segunda-feira o embaixador da Suíça para pedir explicações sobre o motivo de um encontro bilateral entre Ahmadinejad e o presidente suíço, Hans Rudolf Merz. "Tem de haver um limite à neutralidade suíça", afirmou o presidente israelense, Shimon Peres.

A delegação do Brasil ouviu atentamente os ataques do presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, e não saiu da sala em protesto, como fizeram vários diplomatas europeus. Mas fez um gesto: o ministro da Igualdade Racial, Edson Santos, que liderava a delegação, não bateu palmas.

Mas o Itamaraty emitiu nota oficial nesta terça-feira para externar “particular preocupação" com o discurso. A preocupação do governo brasileiro se justifica ainda mais porque o presidente Luiz Inácio Lula da Silva irá receber o presidente iraniano em visita oficial ao Brasil, confirmada para o dia 6 de maio próximo.