OPINIÃO: Al-Jazeera está ajudando a quebrar o silêncio
OPINIÃO: Al-Jazeera está ajudando a quebrar o silêncio O diretor-geral da rede de TV árabe, Al-Jazeera, fala da importância dos meios de comunicação moderna para inspirar multidões. Comenta sobre as dificuldades, agressões, prisões enfrentadas pela sua equipe, na cobertura da rebelião egípcia, inclusive com transmissões ao vivo e permanente da Praça Tahrir, no Cairo.
Foto: Emilio Morenatti/Associated Press Postado por Wadah Khanfar - Especial para o "Guardian" Faz quase um século que as fronteiras que hoje dividem o Oriente Médio foram traçadas. Alguns dos Estados que emergiram mais tarde viriam a defender a independência e o desenvolvimento social. Outros adotavam postura mais conservadora. Mas, quase sem exceção, mantiveram um monopólio sobre a informação e a comunicação, tendo por base controle e censura da mídia. Por muitos anos, a dissidência, crítica ou mesmo a mais limitada exposição daquilo que acontecia por trás de portas fechadas foi reprimida, com o argumento de que "o momento não é esse". Mas o controle dos governos sobre a informação já foi rompido. Ao longo dos últimos 15 anos, a mídia livre do Oriente Médio obteve sucesso gradual em se libertar do controle oficial e começou a refletir de maneira direta as ambições e frustrações dos moradores da região. A Al-Jazeera foi a primeira rede regional a contestar o tabu da liberdade de informação. A postura teve preço alto, como conflitos contínuos com muitos regimes; o fechamento constante de nossas sucursais, de Bahrein a Marrocos; a detenção, tortura e até assassinato de nossos jornalistas; e a promoção de campanhas de boatos e difamações para macular nossa credibilidade. A mais recente tentativa de nos silenciar surgiu na semana passada, quando fomos tirados do ar pelo Nilsat, um satélite controlado pelo governo do Egito. Esse rompimento do bloqueio de informação por meio da TV via satélite ganhou muita força com a difusão de novas tecnologias. Foto:Tara Todras-Whitehill/Associated Press Enquanto os Estados tentavam empregá-las a fim de reforçar seu controle, surgiram novas e inesperadas oportunidades -via internet, YouTube, Facebook e Twitter, a juventude da região encontrou voz comum. Foto: Hannibal Hanschke/European Pressphoto Agency O papel que desempenhamos agora não é diferente daquele que os melhores veículos de mídia dos países desenvolvidos desempenham: extrair informação dos poderosos e repassá-la à fonte primária do poder, o povo. Wadah Khanfar é diretor-geral da rede Al-Jazeera a maior emissora de televisão jornalística do Catar. Transmite em língua árabe e inglês
*Acrescentamos subtítulo, foto e legenda ao texto original |
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