EGITO Povo derrubou, finalmente, o ditador Mubarak
Após 30 anos, o ditador Hosni Mubarak deixa o poder no Egito. O povo pagou caro para mudar o regime, durante os 18 dias initerruptos de protestos, morreram pelo menos 300 pessoas em choques com a polícia e outras 5 mil resultaram feridas. Hoje, depois do anúncio, a celebração tomou conta das ruas do Cairo, Alexandria e outras cidades. As pessoas acenavam bandeiras e tocavam as buzinas dos carros. "Ele está fora e nós estamos dentro", diziam.
Foto: Reuters
Um orador fez o anúncio da renúncia de Mubarak na praça Tahrir, do Cairo, onde centenas de milhares de pessoas choraram de alegria, comemoraram e se abraçaram, cantando: "O povo derrubou o regime." Outros gritavam: "Allahu Akbar" (Deus é grande).
Postado por Toinho de Passira Fontes: BBC Brasil , Reuters, The New York Times, Al Jazeera, Le Monde, Guardian
O presidente do Egito, Hosni Mubarak, renunciou nesta sexta-feira ao cargo, de acordo com o vice-presidente, Omar Suleiman.
Os poderes presidenciais vão ser assumidos pelo Conselho das Forças Armadas, liderado pelo ministro da Defesa Mohamed Hussein Tantawi.
Imediatamente após o anúncio de Suleiman, transmitido pela TV estatal, centenas de milhares de manifestantes presentes na Praça Tahrir, no centro do Cairo, explodiram em celebrações.
O clima era de "vitória" nos bairros do Cairo. Houve buzinaço, pessoas dançando nas ruas, nas janelas de carros, prédios e casas.
Um dos expoentes da oposição, Mohamed ElBaradei, ex-chefe da Agência Atômica da ONU, disse à BBC que sentiu "alegria e euforia" porque, “após anos de repressão, o Egito finalmente foi libertado e colocou-se no caminho para um país de democracia e justiça social”. Foto: Al-Masriya, via Associated Press
O Vice Presidente egípicio Omar Suleiman, numa transmissão da TV estatal, no momento em que anunciava que Mubarak havia renunciado "É o dia mais feliz da minha vida, estou mais feliz do que quando o Egito ganhou a Copa Africana (de futebol)", disse à BBC Brasil o advogado Mohamed Bahsem, que estava celebrando nas ruas do Cairo. "Quero ver um país democrático, livre e próspero, quero que as pessoas saiam da pobreza."
O estudante universitário Ahmad El-Hawy, de 26 anos, comemora a possibilidade de, pela primeira vez em sua vida, conhecer "um presidente novo", já que Mubarak governou o Egito pelos últimos quase 30 anos. "Todo o esforço de quem morreu nos protestos foi recompensado (com a renúncia)", declarou.
A dentista Leila Ahmad disse ter mobilizado seus amigos pelo Facebook e participado de vários dos 18 dias de protesto que culminaram na queda do presidente egípcio.
"Nos últimos cinco dias, comecei a sentir esperança de que ele renunciaria", disse ela, mesmo quando, na última quinta, Mubarak disse em pronunciamento na TV que permaneceria no poder. "As pessoas responderam (ao pronunciamento) com ainda mais força. Mubarak não tinha outra saída", declarou Leila.
Pouco antes, foi anunciado que Mubarak havia deixado o Cairo e ido para o balneário de Sharm El-Sheikh, no Mar Vermelho.
Também antes do anúncio, o comando das Forças Armadas no Egito disse que encerraria o estado de emergência que vigora no país há 30 anos.
Em comunicado divulgado após uma reunião pela manhã, o Conselho Supremo do Exército disse que endossava a transferência de poderes anunciada por Mubarak na quinta-feira ao vice-presidente Omar Suleiman.
Na última quinta-feira, em um pronunciamento pela televisão, Mubarak havia rejeitado renunciar, mas admitiu transferir alguns poderes para seu vice.
A revogação do estado de emergência era uma das principais reivindicações da oposição.
Mas o anúncio dos militares parece ter tido pouco impacto sobre a movimentação de manifestantes.
Desde a madrugada desta sexta-feira, manifestantes começaram a se reunir em volta de prédios do governo, do Parlamento e da TV estatal, entre outros locais. Centenas de manifestantes formaram uma barreira humana em torno do edifício que abriga TVs e rádios estatais para impedir a entrada de funcionários. |
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