Juan Carlos, o rei caçador, na mira dos ambientalistas
ESPANHA Juan Carlos, o rei caçador, na mira dos ambientalistas Enquanto o governo espanhol impõe duras medidas de austeridade e faz cortes no orçamento que tornam a vida dos cidadãos cada vez mais difícil, descobriu que o rei, de férias, mata elefantes na África, sob o patrocínio de um empresário sírio, seu amigo pessoal, unidos pelo prazer da caça. Mesmo pedindo desculpas, confessando que errou, que não vai fazer mais, o rei espanhol, não vai deixar de ser alvo dos ambientalistas, que não perdoam pelo gesto, até por que ele é presidente de honra do World Wildlife Fund, uma das mais importantes organizações em defesa da natureza do mundo. Foto: FaceBook Postado por Toinho de Passira O respeitado rei da Espanha, Juan Carlos Alfonso Víctor María de Borbón y Borbón-Dos Sicilias, Juan Carlos I, 74 anos, protagoniza um escândalo sem precedentes nos seus 36 anos de reinado, que compromete a monarquia espanhola, e a ameaça a sua permanência no trono espanhol, por ter sido flagrado caçando elefantes e outros animais africanos num safari em Botswana, um país da África Austral, que tem fronteiras com a África do Sul, onde a caça é uma prática legal, mediante paga (30 mil euros ou 75 mil reais) por cada animal abatido. A nebulosa história veio a publico, pois o monarca durante sua permanência de caça na África sofreu um acidente no chalé onde estava hospedando e teve que ser levado emergencialmente a Espanha onde se submeteu a uma bem sucedida cirurgia de implante de prótese de quadril. Incialmente interessados no estado de saúde real, os jornalistas aos poucos foram desvendando os acontecimentos e acabaram constatando que o acidente havia acontecido enquanto o rei estava caçando elefantes na África. De repente, de vítima o amado rei passou a vilão, principalmente quando os jornais espanhóis, para ilustrar o ocorrido, publicaram uma comprometedora foto datada de 2006, que mostramos acima, onde ele posa, portando uma arma de grosso calibre, junto a um guia de caça, diante de um elefante morto, presumivelmente por ele, na mesma Botswana. A outra questão imediatamente posta em evidencia, foi o contraste da vida real, envolvido em aventuras exóticas e dispendiosas, com a situação da Espanha, imersa em profunda crise econômica e de credibilidade, obrigando o governo a exigir dos cidadãos sujeitos a taxas insuportáveis de desempregos sacrifícios cada vez maiores. Foto: Divulgação Questionou-se se a viagem catastrófica de caçador no continente africano teria sido por conta do contribuinte. Depois de muitas especulações tem se afirmado como certo que a ventura foi patrocinada pelo empresário milionário, Eyad Mohamed Kayali, nascido na Síria saudita, residente há 30 anos na Espanha e que serve de ponte, entre Juan Carlos e o príncipe Salman bin Abdulaziz al Saud, ministro da Defesa da Arábia Saudita e terceiro na linha de sucessão à Coroa, de quem é amigo íntimo e cuida dos negócios herdeiro saudita na Espanha. Foto: Aliance/DPA A caça de elefantes em Botswana é uma prática legal, não apenas permitida como incentivada pelo governo local. Os interessados devem ir às áreas onde a caça é permitida acompanhados de um funcionário do governo. Morto o magnífico animal, o maior mamífero existente sobre a superfície da Terra – absurdo dos absurdos, pois a gestação de cada elefante chega perto de dois anos –, o funcionário do governo fotografa o corpo, para os arquivos oficiais, e registra a posição por meio de GPS. Foto: Divulgação Oficialmente, o governo de Botswana – país do sul da África com meio milhão de quilômetros quadrados e uma fauna espetacular – alega que há “excesso” de elefantes no país. Estariam sobrando 60 mil animais. Como o elefante, que é o verdadeiro rei dos animais, não tem predadores – ninguém, nem bandos de leões, pode com ele, a menos que esteja ferido ou doente –, esse suposto excesso estaria dizimando as folhas de árvores e as gramíneas que servem de alimentação de outros herbívoros. Com essa desculpa o governo de Botswana “vende” a caça do elefante legalmente, para horror dos ambientalistas de todo o mundo. Foto: Divulgação Os caçadores se hospedam em um dos muitos “acampamentos” — instalações que vão desde acampamentos propriamente dito, simples e austeros, até verdadeiros hotéis cinco estrelas, em plena savana africana, num dos quais estava meio clandestinamente hospedado o rei espanhol, agora questionado. Foto: FaceBook Agora alvo de criticas de vários setores da sociedade, espanhola e mundial, estarrecida, em tempos de preservação da natureza, em sabê-lo caçador impiedoso de animais silvestre, como o elefante e búfalos, questionam seu cargo de presidente de honra de uma das mais importantes organizações pró-natureza do mundo, o World Wildlife Fund. Foto: Getty Images
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