3 de jul. de 2010

COPA 2010 - O lugar comum dos culpados

COPA 2010
O lugar comum dos culpados
Futebol é uma caixinha de surpresa. Ganha que faz mais gols. Ganha quem converte as oportunidades. Quem não faz leva. Nesta altura do campeonato até um gol de mão caía bem. Agora é levantar a cabeça e partir para 2014. Ninguém é penta com nós. Quem foi mesmo que teve a idéia de por Dunga como treinador?

Foto: Getty Images

IMPRESSSÃO ERRADA: - Parecia que ia ser fácil. Mas Robinho gastou muita energia comemorando o primeiro e único gol, depois não conseguiu fazer mais nada de produtivo

Toinho de Passira
Fontes: ”thepassiranews”, Folha de São Paulo, Juca Kfouri, Tostão, PVC

Vão culpar a jabulani, as vuvuzelas, o uniforme azul, o pé frio de Lula e de Mick Jagger, o isolamento dos jogadores, Dunga, da safra ruim de craques brasileiros, do juiz japonês, a Rede Globo, a narração de Galvão Bueno, de uma conspiração acordo CBF – FIFA, para não deixar o Brasil ganhar nessa e ganhar a próxima, o goleiro Júlio César, Pedro Bial e até Suzana Werner.

a verdade o Brasil perdeu, porque levou dois gols e só foi capaz de fazer um. Todo mundo despertou agora para o fato que a seleção era ruim. Que o Brasil só progrediu na Copa, porque só pegou galinha morta, na primeira fase e a galinha morta do Chile, na segunda. Dunga como todo técnico brasileiro reclamava que o Brasil jogava feio, pois os adversários ficavam na retranca, quando encontrou alguém que jogou de igual para igual, mesmo quando estava em desvantagem, tremeu e sucumbiu.

Fotos: Getty Images

BAD BOY - Kaká está com um encosto. Sendo expulso por violência e dizendo palavrões em campo. Deve ser má companhia.

Kaká com uma contusão no púbis (com ele adquiriu essa estranha contusão?) agiu estranhamente durante toda a competição, igualou-se por baixo aos outros mortais, deu cotoveladas, foi expulso e entrou em campo pendurado em cartões amarelos. Ontem, para surpresa celestial, ao perder um gol, soltou uma sonora “Porra!” atraindo de vez a ira dos deuses.

O Brasil foi, durante o tempo que competiu na Copa, a equipe que tinha a fama de ter uma excelente defesa e um ataque de craques, que não conseguia fazer gols.

Foto: Martin Meissner/Associated Press

BATENDO CABEÇA - Numa jogada anterior Júlio César e Felipe Melo haviam se chocado, logo depois ele cabeceou na direção do gol do Brasil. A Fifa corrigiu a súmula do arbitro creditando o gol para o o holandês Wesley, livrando a cara de Felipe

O desequilíbrio veio, porque o coração da nossa defesa, o goleiro Júlio César, o marido de Suzana Werner, amarelou ontem, da mesma maneira que Ronaldinho, então marido de Suzana Werner, na Copa da França. César falhou no lance do primeiro gol da Holanda e perdeu a confiança em si mesmo, embora não tenha sido responsável pelo segundo gol.

Os comentaristas esportivos, em frases de efeito, disseram que o Brasil teve o melhor primeiro tempo dessa copa e o pior segundo tempo de todos os tempos. Trajano, o comentarista da Sport TV, chegou a dizer, em determinado momento, que a gente estava “passando vergonha em campo”.

Foto: Daniel Dal Zennaro/European Pressphoto Agency

JOGADA DO BAÚ - Uma manjada jogada ensaiada da Holanda, o escanteio vai para um jogador no primeiro pau, que é arremessada de cabeça, para dentro da área, e o pequenino Arjen Robben cabeceou, livre de marcação, nem ele acreditava que tinha feito um gol de cabeça

O comentarista da Folha e ex-craque da Seleção Brasileira, Tostão, havia dito na sua coluna de véspera, antes do jogo, transcrito no post abaixo: “Deve ser um jogo equilibrado. O Brasil, pela tradição e por sofrer maior pressão para vencer, leva uma pequena vantagem.”.

Depois da derrota, o sábio Tostão sentenciou:

"O Brasil perdeu, como em 2006 [nas quartas de final, para a França], para um time que não é inferior. É um time do mesmo nível. [A Derrota] não foi uma zebra, não foi nenhuma tragédia, nenhum desastre do ponto de vista técnico", explica o colunista. Ele diz ainda que "é preciso parar de achar que só há craques no Brasil."

Paulo Vinicius Coelho, o PVC, colunista do caderno de Esporte da Folha e Sport TV, comentou que “Mesmo vencendo a Holanda por 1 a 0 no primeiro tempo, o Brasil cometeu um pecado: não prendeu a bola no campo de ataque. O adversário tomou conta da situação e anunciou que poderia virar o placar. O Brasil sofreu dois gols e acabou eliminado da Copa do Mundo. Faltou banco de reservas, faltou inteligência à seleção brasileira".

Foto: Getty Images

PISANDO NO ADVERSÁRIO - Felipe Melo corretamente expulso pelo árbitro japonês Yuichi Nishimura, foi a pá de cal final na atuação do Brasil

Juca Kfouri no seu Blog comentou:

”Quando o primeiro tempo terminou no quente estádio Nelson Mandela Bay os holandeses devem ter agradecido aos céus por estar só 1 a 0, em belo gol de Robinho, aos 10, ao receber um passe de Felipe Melo que Gérson, o Canhotinha de Ouro da Copa de 1970, assinaria com gosto.”

”Porque a Seleção Brasileira chegou a ter momentos simplesmente espetaculares nos primeiros 45 minutos, a exemplo, aliás, do que Dunga havia previsto, ao falar em futebol bem jogado nas partidas contra os holandeses.”

”Mais uma vez, enfim, o time brasileiro contra cachorro grande mostrava ser maior, coisa que virou hábito na gestão Dunga, certamente porque para tentar jogar permite-se que o Brasil jogue.”

”No último minuto, depois que Juan mandou por cima o que poderia ter sido o segundo gol, Maicon ia ampliando num lance que lembrou o famoso quarto gol de Carlos Alberto Torres no fecho da Copa de 70, um momento mágico do futebol, porque a seleção canarinho assim fez por merecer”.

”E o segundo tempo veio”.

Foto:Getty Images

FALTOU UM CRAQUE NO BANCO: - O Brasil perdeu porque levou uma porção de jogadores medíocres, obedientes e limitados, formando uma panelinha em torno de Dunga, que agia como Madre Superiora. Na hora do vamos ver, não tinha ninguém em campo funcionando bem, e no banco, ninguém que fosse criativo e capaz de fazer uma jogada desconcertante, que pudesse chamar a responsabilidade do jogo para si.

Foto: Getty Images

FIM DO SONHOA torcedora enxuga as lágrimas
com a bandeira brasileira, no Nelson Mandela Bay Stadium


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