CASO LINA VIEIRA - O homem que se diz uma bomba
CASO LINA VIEIRA O homem que se diz uma bomba Demetrius Felinto, ex-funcionário do Palácio do Planalto, afirma que o governo escondeu imagens das câmeras de segurança que comprometem a candidata petista Dilma Rousseff
Daniel Pereira Fonte: Revista Veja - 19/07/2010 Há sete meses o técnico de informática Demetrius Sampaio Felinto se comunica com gabinetes de senadores, conversa com autoridades do governo e mantém contatos com o comitê de campanha do PT oferecendo-se para revelar ou para não revelar, dependendo do interlocutor, uma história explosiva. Segundo ele, o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República escondeu as imagens que comprovam uma controversa reunião entre a ex-secretária da Receita Federal Lina Vieira e a então ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff. Na ocasião, a petista teria pressionado a secretária a encerrar uma investigação do Fisco sobre a família do presidente do Congresso, o senador José Sarney. A ordem, se verdadeira, configuraria um crime grave praticado pela candidata do PT à Presidência. Dilma, porém, sempre negou a existência do encontro, confirmado em detalhes pela ex-secretária da Receita no ano passado. Como não havia testemunhas da reunião, a única maneira de esclarecer a controvérsia seria recorrer às imagens do circuito interno de TV do Palácio do Planalto. Mas o serviço de segurança da Presidência informou que as fitas haviam sido apagadas - e o caso foi dado como encerrado, diante da impossibilidade de descobrir quem estava com a verdade. Isso agora pode mudar. Responsável pelo sistema de câmeras do Palácio do Planalto até meados do ano passado, Demetrius Felinto garante que as imagens existem. Ele mesmo teria feito uma cópia de segurança dos arquivos e guardado o material em um computador instalado no Palácio do Planalto. O vídeo mostraria, com data, hora e local, o que há quase dois anos Dilma Rousseff estava tentando esconder: o momento exato em que Lina Vieira chega ao Palácio, dirige-se ao 4° andar, entra no gabinete da ministra, onde permanece por algum tempo, e, depois, faz o caminho de volta. De acordo com a ex-secretária da Receita, a reunião na qual Dilma lhe pediu que interferisse na investigação sobre a família Sarney ocorreu na manhã de 9 de outubro de 2008. O Gabinete de Segurança Institucional assegurou que o sistema apaga os arquivos a cada trinta dias e, por isso, não havia mais como acessar os vídeos gravados na data da suposta reunião. "Isso não é verdade", garantiu Demetrius Felinto em entrevista a VEJA. "O vídeo gravado está no Palácio do Planalto. Ele mostra que a ex-secretária esteve lá na Casa Civil.” O problema do homem que se apresenta como uma bomba prestes a explodir é que para contar ou omitir o que sabe ele exige algumas compensações. VEJA manteve quatro contatos com o técnico de informática. No primeiro, em 12 de maio passado, ele pediu a uma amiga, a psicóloga Marizia Bonifácio, que ligasse para a redação da revista, em São Paulo. Forneceu sua identidade, detalhes do trabalho que exercia no Palácio do Planalto e disse que tinha o vídeo mostrando o exato momento em que Lina Vieira entrava e saía do gabinete da ministra Dilma Rousseff. Demetrius também contou que, por saber demais, estava sendo perseguido e "tinha medo de ser morto pelo PT". |
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