2 de jul. de 2010

COPA 2010 - Prosa e poesia - Tostão

COPA 2010
Prosa e poesia
Brasil e Holanda, com histórias de futebol bonito, estão hoje mais para a prosa do que para a poesia

Foto: Getty Images

Onibus trazendo a seleção brasileira, chegando ao Protea Hotel Marine, no último dia 30, em Port Elizabeth, Africa do Sul, onde hoje joga contra a Holanda, nas quartas-de-final, da Copa do Mundo de 2010

TOSTÃO
Fontes: Folha de São Paulo

Cruyff, ao falar que não paga para ver o Brasil jogar, não quis dizer que a seleção brasileira não é melhor que os outros principais adversários. Ele quis enfatizar, de seu jeito polêmico, que o Brasil não joga mais o futebol de poesia que o cineasta Pasolini escreveu após a Copa de 1970.

Ninguém joga. A Espanha é a exceção, com sua bonita troca de passes. Porém a seleção espanhola tem criado poucas chances de gol. Só quer fazer gol bonito. Feio é não fazer o gol, já disse o filósofo Dadá Maravilha.

Brasil e Holanda, que têm histórias de jogar um futebol bonito e ofensivo, estão hoje mais para a prosa do que para a poesia.

Isso não significa que não existam momentos excepcionais. Os gols de contra-ataque do Brasil, os lances desconcertantes de Robinho, os desarmes de Lúcio e Juan, as arrancadas de Maicon e Kaká, os passes inteligentes de Sneijder e os dribles e finalizações de Robben são também lances lindos e de muito talento. Quem tem talento joga bonito.

A Holanda atua com quatro defensores, dois volantes, um meia de ligação, dois jogadores pelos lados, que defendem e atacam, e um centroavante. É o esquema da moda (4-2-3-1). Podem dizer também que são três atacantes. Seria um 4-2-1-3.

Quando Robben driblar da direita para o meio, Juan ou um dos volantes brasileiros têm de impedir que ele finalize com a perna esquerda.

O Brasil atua com quatro defensores, dois volantes, um armador pela direita, que marca e ataca, um meia de ligação, um centroavante e Robinho, que às vezes volta para marcar, pela esquerda.

Uma das qualidades ofensivas da equipe é ter dois jogadores velozes (Kaká e Robinho), que se movimentam por todo o ataque. Isso confunde a marcação. Os dois e Luis Fabiano formam um excelente trio de atacantes. Seria um 4-3-3.

Uma das diferenças das duas seleções é que os laterais brasileiros avançam muito mais. Outra é que os dois volantes da Holanda, Van Bommel e De Jong, marcam e se aproximam dos quatro mais adiantados. Já os volantes do Brasil, Felipe Melo e Gilberto Silva, raramente chegam à frente. A Holanda deixa mais espaços entre os volantes e os zagueiros do que o Brasil.

Deve ser um jogo equilibrado. O Brasil, pela tradição e por sofrer maior pressão para vencer, leva uma pequena vantagem.

Quem é Cruyff?

Hendrik Johannes "Johan" Cruijff (Cruyff), 63 anos, é um treinador e ex-jogador do futebol holandes, apontado como o melhor futebolista da Holanda, de todos os tempos.

Considerado um jogador revolucionário, tático, ofensivo, coletivo, vistoso e eficiente, inspirou muitos jogadores e treinadores a partir de suas extraordinárias atuações no Ajax e, principalmente, na Seleção da Holanda, durante a Copa do Mundo de 1974.

Se, atualmente, há no futebol jogadores polivalentes que podem atuar sem posição fixa no campo, sem prejuízo de suas atuações individuais, muito se deve a este genial craque e não menos a seu treinador no Ajax, Barcelona e na Seleção Holandesa, Rinus Michels.

Mesmo mais de trinta anos passados da Copa do Mundo de 1974, para a Holanda, Michels e Cruyff sintetizam a última revolução tática na história do futebol e serão para sempre lembrados como sinônimos do chamado futebol total.

Seu sobrenome é originalmente grafado, na língua holandesa, como "Cruijff", sendo mais popularmente escrito como "Cruyff" no exterior.

Fonte: Wikipedia


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